Jamais na minha vida imaginei, aos vinte anos de idade, perder minha mãe e estar sentada numa cadeira ouvindo “Meus pêsames” das pessoas. Eu sequer via quem estava ali. Minha cabeça dava voltas e voltas e ainda parecia que nada daquilo era real... Que eu acordaria no dia seguinte e tudo estaria bem e minha mãe comigo.
Desisti de Nicolas. Ele não dava retorno. E eu percebi que naquele momento ele não importava. Se achava que devia me ignorar e não estar comigo no momento que eu mais precisava dele, ele não me merecia.
Pedi para Lorraine avisar meu pai no hotel e ela o fez. Eu tinha esperanças de que ele aparecesse para se desculpar com minha mãe e se despedir. Mas ele não veio.
Quando vi Alissa, Val e Dani, senti meu coração bater tão forte e não resisti às lágrimas. Elas não disseram nada... Só me abraçaram, num &
Entrei no carro e disse para Lorraine, limpando minhas lágrimas:- Vamos logo antes que eu me arrependa de todas as decisões tomadas até agora.Ela ligou o carro e nos dirigimos para a casa de Nicolas. Desde o dia anterior eu tentava ligar para ele e não era atendida. O telefone estava sempre desligado. Eu não queria partir sem antes falar com ele. Precisava explicar que eu e Tom não tínhamos nada um com o outro. Que havia sido um mal entendido... E que sim, eu partiria com meu pai. Mas em breve estaria de volta. E ele precisava saber que minha mãe havia nos deixado. Eu precisava dele naquele momento como nunca precisei antes.Quando chegamos a noite já caía. Desci rapidamente do carro e apertei a campainha. Lorraine não desceu. Demorou até que uma mulher viesse me atender. Devia ter uns 50 ou 60 anos. Seria a mãe dele?- Boa noite... Eu... Quero falar com Nicolas.<
- Tom?- Oi, Gatinha.- Como... Você me achou aqui? – perguntei confusa.- Otto.Fiquei olhando para ele. Continuava lindo. Eu nem tinha mais tido tempo de observá-lo nos últimos tempos.- Vai me deixar na rua? Não me convida para entrar?Fiquei incerta do que fazer. Olhei-o inexpressivamente, tentando achar um motivo para deixá-lo entrar na minha casa... Ou na minha vida.- É só uma conversa, gatinha. Quero saber como você está. Prometo que não vai doer nada... Nem haver qualquer tipo de pressão.Eu saí da porta, abrindo caminho para ele. Tom tirou o casaco e sentou no sofá confortavelmente, mesmo sem ser convidado. Sentei próxima a ele.- Sinto muito por tudo que houve... Com sua mãe. E suponho que seu namorado.- Obrigada, Tom.Talvez ele não tivesse reconhecido Nicolas das noites do Manhat
Naquela tarde, depois da aula, fui para o Shopping. Comprei o quanto minhas mãos e braços puderam carregar. Depois de lotar o carro, me encaminhei para o apartamento. Pedi para o porteiro me auxiliar a subir com tudo.- Eu gostaria de saber onde você coloca tudo isso, senhora Juliet. – ele sorriu.- Estou pensando seriamente em retirar as coisas de Tom do closet. – falei piscando o olho para ele.Tive um pouco de dificuldade para abrir a porta usando meu polegar. Assim que ela abriu, falei:- Tom e suas invenções. Nem sempre esta coisa lê minhas digitais.- O senhor Panetiere sempre foi muito preocupado com questões de segurança.- Senhor Lou... Seria abusar de sua gentileza pedir que deixasse tudo lá em cima, no meu quarto?- Claro que não, senhora Juliet. Sou pago para isso.Ele subiu as escadas atrás de mim e deixou tudo na porta do closet
Olhei para Tom, confusa, sem ter a mínima ideia do que estavam falando. Antes que eu dissesse qualquer coisa, Lorraine me pegou pelo braço:- Vem, quero lhe mostrar uma coisa. – ela disse. – Já voltamos, rapazes.Deixei que ela me conduzisse rapidamente, me levando até o banheiro.- O que estamos fazendo aqui? – perguntei rindo dela.- Te trouxe aqui para você perceber que precisa acordar.Olhei para ela sem ter certeza do que dizia.- Faz um ano que está com ele...- Eu não estou entendendo, Lorraine.- Tom é um cara legal. Você precisa de desvencilhar de vez de Nicolas.- Eu já me desvencilhei.- Não... Você sabe que não.- Eu não penso mais nele o tempo inteiro. Já me sobra tempo para outras coisas. – admiti.- Esqueci de avisar Felipe que Tom não era Nicolas. Enfim.
Eu não conseguia levantar meu corpo do chão. Tom veio até mim, pegando-me e me levando para a cama:- Filho da puta, desgraçado... – eu disse tentando bater nele.- Eu vou explicar, gatinha. Mas não agora... Você não entenderia.Levantei e apontei o dedo para ele:- Eu vou embora...- Hoje você não tem condições de sair daqui. Amanhã, sóbria, você toma alguma decisão.- Eu odeio você.Ele me encarou e disse seriamente:- Você não vai embora.- Não é essa a resposta... Quando eu digo que odeio você...- E qual seria?- Esqueci... Você não é o senhor perfeito. – eu ri. – Ele só existe aqui. – apontei para minha cabeça.Tom veio até mim e tirou meu sapato e depois meu vestido. Pegou meu corpo amolecid
- Lamento não ter podido trazer todas as minhas coisas. – falei sentando na poltrona que me era designada no avião.Tom sentou ao meu lado:- Você compra tudo lá, gatinha.- E se ficarmos mais tempo do que esperamos?- Você compra ainda mais. – ele sorriu.- Bobo.Deitei minha cabeça no ombro dele:- Tom, promete que não vai me deixar sozinha lá logo que chegarmos?- Prometo.- Quero conhecer pessoas antes. Sabe que odeio ficar sozinha.- Vamos ficar inicialmente na casa do meu sócio. Ele fez questão.- Que homem bondoso. – observei.- Moraremos na Villa, que eles chamam. É o local onde moram os funcionários. Eu até sugeri ficarmos num quarto no próprio resort ou num mais simples. Mas ele disse que quer que nos sintamos acolhidos e felizes. Eu gosto dele.- Já conhecia este
Arrumei-me cuidadosamente para o jantar. E resgatei meu perfume da adolescência, a fim de despertar qualquer lembrança que fosse em Nicolas. Usei um vestido leve, mas de qualidade e sandálias de salto alto. Deixei meus cabelos bem penteados e soltos.- É só um jantar íntimo, gatinha. – disse Tom quando me viu pronta.Ele usava jeans preto e camiseta azul lisa e justa, mostrando seu peito musculoso.- De onde você tirou este perfume? – ele perguntou. – Não lembro de você usá-lo.- Mas eu usava... Na adolescência. – falei abrindo a porta ansiosa.Andamos até o final do corredor. Havia várias portas naquele andar, provavelmente quartos. Descemos as escadas, que acabava na sala de íntima. Havia uma garota conversando com Nicolas. Ela estava sentada ao lado dele e os dois riam animadamente. Assim que chegamos, os dois levantaram:
- Bem, eu vou para a sala de Juliet, ver se está de acordo com o que ela necessita e merece. – disse Tom saindo.- Como ele se preocupa com você... Tem sorte de ter um marido assim. – observou Nicolas ironicamente enquanto ia atrás de mim.A minha sala era um pouco menor que de Nicolas. Também tinha a parede do fundo envidraçada, com a visão da praia perfeita. Uma mesa de tamanho adequado, cadeira confortável e duas poltronas. Uma estante, um computador, telefone...- O que achou, gatinha? – perguntou Tom me olhando.- Quero a mesa na lateral. Gostaria de trabalhar olhando o mar. – falei.- Mas achei que você detestava praia. Nunca quis ir...- Eu nunca disse que não gostava... Só que não queria ir. – falei tentando me explicar, afinal, Nicolas ainda estava ali.Tom virou a mesa de posição, mostrando sua força