- Éramos jovens... Dizíamos coisas que não faziam sentido. – ele disse.
- Então também poderíamos fazer coisas que não faziam sentido. E ser perdoados.
- Certas coisas não merecem perdão.
- Eu só tinha 20 anos...
- Quer que eu volte seis anos atrás como se nada tivesse acontecido?
- Não... Só quero que você diga que não me odeia.
- Eu não odeio você.
- Obrigada... É importante para mim.
- Mas também não a amo mais.
Ele saiu, indo de encontro a namorada que ele insistia em dizer que era amiga. Deixou-me ali, com vontade de chorar, sair correndo. Senti que uma lágrima iria escorrer pelos meus olhos e fui até o banheiro. Estava ocupado. Esperei um bom tempo e nada. A lágrima já havia escorrido... Sequei com meu dedo. Não queria que ninguém m
Na manhã seguinte acordei cedo. Não havia trabalho, por ser final de semana. O que eu faria? Tom estaria péssimo e pediria desculpas de todas as formas possíveis. E eu já estava farta.Tomei um banho quente e fui até a pequena sacada que havia no quarto. Estava tudo tranquilo na Villa. Acho que quase ninguém havia acordado ainda. Coloquei uma roupa simples. Passaria o dia no quarto.Alguém bateu na porta. Era a empregada:- Senhora Panetiere, seu marido pediu que lhe entregasse isso. – ela me entregou um envelope. – E o senhor Welling à espera para o café da manhã.Senti meu coração bater forte. Nicolas me esperava para o café da manhã? Por que diabos ele queria me ver?- Por favor, poderia não me chamar de senhora Panetiere? Não sou esposa de Tom.- Me desculpe...- Me chame de Juliet, por favor. Eu prefi
Eu achei que Nicolas estava me chamando para um jantar a dois, como foi no café da manhã. Mas não. Era um jantar a três e com um único intuito: me ferir.Um dos empregados trouxe alguns drinques, entre eles pina colada. Peguei dois copos, um em cada mão.- Medo de ficar sem? – Joana perguntou, servido-se de uma taça de espumante enquanto me observava.Sorvi todo o líquido do primeiro copo de uma vez. Fazia muito tempo que eu não tomava pina colada. Trazia-me gosto da adolescência e eu voltava no tempo, no Manhattan Bar, quando a vida era só diversão, dar beijos na boca e não se preocupar com nada além do garoto que eu iria agarrar naquela noite.- Agora não mais. Só tenho um copo. – observei.- Pega leve, Juliet. – avisou Nicolas. – Não há ninguém para ajudá-la depois.Tomei o outro
Retirei minha roupa molhada, coloquei uma camisola rendada sexy e um resto do perfume do frasco que eu ainda usava na adolescência. Estava saindo quando o celular tocou. Era Tom. Não atendi. Eu estava decidida a acabar tudo quando ele voltasse. Eu não queria mais aquele relacionamento que não fazia bem a mim nem a ele. Eu não o amava. E além de ele usar cocaína, mesmo eu implorando que não fizesse, bebendo, levando uma vida sem nenhum tipo de compromisso a não ser se divertir com pessoas que mal conhecíamos, eu tinha quase certeza de que ele me traía nas viagens, embora eu não tivesse provas. Eu não daria o troco... Porque Nicolas não era uma vingança... Nicolas era o amor da minha vida inteira. Não ficar com ele era algo completamente impossível.Eu coloquei o telefone no silencioso e sai, abrindo a porta do quarto de Nicolas. Ouvi o barulho do chuveiro ligad
Comer comida gordurosa e refrigerante fazia mal para o meu corpo, mas muito bem para minha alma. Trazia gosto da adolescência, de papo com as amigas, de uma época onde a única obrigação era ser feliz. E por que hoje não era mais minha obrigação ser feliz? Eu tinha só 26 anos. Nunca era tarde para procurar a felicidade. E eu botei na minha cabeça que minha felicidade era Nicolas. Mas talvez não fosse. Minha felicidade não precisa estar em alguém... Ela poderia estar em mim mesma.Eduardo era divertido. Enquanto comíamos conversamos sobre assuntos agradáveis, como a vida dele, parte da minha (que só contei sobre as coisas que eu fazia na adolescência). Depois que pedi outro hambúrguer e comi inteiro, ele perguntou, rindo:- Há quanto temo você não comia?- Muitos anos, Edu. – falei tristemente. – Acredita que o
Eduardo não estava na manhã seguinte no carro. O antigo motorista me levou até a gerência do Paradise.Fui diretamente para minha sala. Nem bem sentei e Nicolas abriu a porta, junto de uma garota magra, cabelos escuros longos e lisos e estatura baixa, como a minha. Ela tinha olhos castanhos grandes, assim como os cílios longos. E usava óculos de grau redondo, que lhe dar um ar intelectual.- Esta é Eliete. – ele avisou. – Ela retornou das férias e será sua secretária.- Bom dia para você também, Nick. – olhei-o ironicamente. – Bem vinda, Eliete. Mas será minha secretária por pouco tempo. Em breve retorno para minha cidade.- Duvido... – ele disse saindo.- Nick?Ele voltou, me encarando:- Eu quero trocar meu motorista.Ele arqueou a sobrancelha, curioso:- Por qual motivo?- Com quem eu fa
O dia passou lentamente e eu demorei para ir para casa. Depois de sair do escritório fui a uma reunião de negócios que era para ser breve e a estendi pelo maior tempo que consegui. Eu tinha medo de voltar para minha própria casa... Tê-la sob o mesmo teto e não tocá-la acabava comigo. No fim, minha vingança me fazia sofrer tanto quanto ou mais do que ela.Voltei para casa direto da sala de convenções do resort, caminhando. Mais de uma hora em passos lentos, vendo a noite linda que emoldurava o Paradise Resort.Quando entrei em casa já era tarde. E para minha sorte ela não estava ali. Certamente já estava adormecida e eu esperava que tivesse ficado curiosa sobre onde eu estaria. Eu sabia que ela não gostava de Joana. E quando soubesse a verdade certamente a odiaria ainda mais... Assim como a mim. Mas infelizmente Juliet precisava ver as coisas que estavam debaixo do seu nariz
Olhei no relógio e só havia passado três horas. Eu não fui atrás de Nicolas. Comi algo rápido na minha sala ao meio dia e quando saí já era quase quatro horas.Edu me esperava no carro.- Aceito o jantar. – falei. – Que horas você me busca?- Pode ser às vinte horas? Fica bom para você?- Fica perfeito. Só me prometa que não me levará a um restaurante com frutos do mar... Muito menos comida chique. Eu não gosto. Não tente me impressionar. Eu gosto de coisas simples.- Não se preocupe. Já sei onde será.- Ok.- Gostou do café?- Adorei. Obrigada, novo amigo. – sorri. – E... Caso Nick... Quer dizer, o senhor Welling lhe diga qualquer coisa, me avise. Que eu acabo com ele.Ele riu:- Por que ele falaria algo?- Só me avise, por favor.- P
Tomei um longo banho, sem pressa. O fato de Otto estar ali me deixava muito segura. Agora eu não tinha pressa para pensar no que eu faria. Sabia que ele ficaria o tempo que eu precisasse dele. E tinha certa paz e tranquilidade que eu só sentia ao lado dele. Otto era o que me restou de “casa”.Escolhi um vestido longo, leve e fluido. Era floreado e duas pequenas cordas finas amarravam nos ombros. Minha preferência era sempre sapatos de salto, mas vai que Edu tivesse pensado em algo na beira da praia... Então optei por uma sandália sem salto, com algumas pedras e cordões crus que enlaçavam a perna.Olhei-me no espelho... A quem eu queria enganar? Meu coração não tinha espaço para ninguém além do senhor Perfeito. Suspirei... Eu não via mais solução para nós dois. Desde o flagra com a prostituta (que nem tenho certeza se realmente era), ele simp