Chegamos na casa de praia em torno de uma hora e meia depois de sairmos. Minha tia ficou organizando tudo e mandou nós aproveitarmos o dia. Eu e Lorraine colocamos nossos biquínis e fizemos exatamente o que ela mandou: aproveitar.
Levamos cadeiras e guarda-sol e deitamos na areia, fora da proteção. Por quê? Porque éramos as mais loucas primas da história. E só nós nos entendíamos. Eu contei à ela sobre meu pai ter me procurado e a briga com Nicolas. E sim, Lorraine me ouvia, me entendia e jamais contaria a alguém. Porque ela era a melhor guardadora de segredos que eu já conheci. Assim como eu era fiel aos dela, ela seria aos meus.
- Juliet, só acho que você não deve envolver Nicolas com os problemas com seu pai. Vai que depois você briga com seu namorado, seu pai vai embora e você fica sem nenhum dos dois.
Eu ri:
- Quanta tragéd
Dias perfeitos são inesquecíveis. E os meus ao lado de Nicolas Welling eram sempre os melhores da vida inteira. Ainda assim eu tinha medo... Medo do “sempre” e da forma como eu estava dependente dele, tanto do seu corpo, quanto do seu amor.Era sábado à tardinha quando meu namorado chegou na minha casa. Já fazia uma semana dos nossos dias perfeitos na praia. Não encontrei meu pai depois da cafeteria. Eu tive medo que ele tivesse partido sem se despedir de mim. Nicolas também não tocou mais no assunto. Não queríamos brigar.- Agora você tem uma namorada que pode dirigir. – minha mãe falou orgulhosa para Nicolas assim que ele chegou.- Fiquei feliz quando ela me contou, dona Olga.- E vocês não precisam mais sair de moto. Ela usa o carro.- Mãe, nós gostamos da moto. – aleguei.- Quem sabe hoje usamos o carro. E
No dia seguinte, andei pela rua principal da cidade durante a tarde, indo e voltando tentando encontrar meu pai “casualmente”. Não queria procurá-lo no hotel onde ele estava. Não me sentia à vontade para aquilo. Na terceira vez que eu fazia o vai e volta, encontrei-o sentado na mesma cafeteria que estivemos. Ele estava tomando café e fumando um cigarro. Quando me viu, levantou e abriu um sorriso.Eu fui até ele e recebi um beijo forte e carinhoso no rosto. Sentei-me e ele pediu um cappuccino para mim, sem perguntar se eu queria.- Tudo certo, pai?- Na verdade eu queria muito ver você. Acho que vou ter que partir amanhã ou depois. Seu irmão não está nada bem. Preciso urgentemente encontrar uma forma de resolver a questão do dinheiro para a cirurgia.- Meu Deus... Que triste.- Não conseguiria ir comigo para Paraíso, querida? Eu realmente gos
Tarde da noite liguei para Nicolas, certa de que ele já havia chegado da faculdade.- Oi... – ele disse atendendo de forma diferente de como costumava me atender.- Por que você contou para eles?- Porque era o correto a fazer. E você não faria.- Me desculpe se eu não sou perfeita como você. – ironizei.- Eu nunca disse que era... Foi você que inventou isso.- Você acha que tinha este direito, Nicolas? É a minha vida.- Achei que dividiríamos nossos problemas, assim como nossas alegrias. Mas pelo visto você não tem maturidade para isso.- Já ouvi sobre “imaturidade” o dia inteiro. Então me poupe dos seus “elogios”. Hipócrita, dissimulada, vingativa, convencida...- E imatura. – ele completou.- Nicolas, por que você não quer entender o que está realmente
Acordar com o corpo de Nicolas Welling nu sobre o meu era simplesmente a melhor forma de começar o dia. Ele sempre me abraçava e colocava a perna sobre mim, como se tivesse medo que eu pudesse fugir dele. E eu me sentia completamente segura sob o corpo dele. Se eu pudesse, eternizava aquele momento enquanto olhava ele dormir tranquilamente. Dei um beijo leve nos lábios dele, que abriu os olhos lentamente:- Agora você me observa dormindo? – ele perguntou se espreguiçando.- Hora de levantar. Você precisa ir. Ou vai se atrasar.- Jura? Eu não posso ficar aqui para sempre? – ele me apertou com força.- Pode... Mas daí vai perder o dia de trabalho. E eu a aula.- Vou preparar seu café enquanto você toma banho. – ele disse levantando.- Não, Nick. Eu vou tomar um banho rápido e ir. Se parar para comer vou me atrasar. Esperei o máximo
Quando saí na calçada, estava completamente desnorteada. As lágrimas embaçavam minha visão. Não encontrei Nicolas e saí sem rumo.- Juliet?Ouvi alguém me chamando e parei. Era Tom vindo atrás de mim.- O que houve? – ele perguntou se aproximando, visivelmente preocupado.- Nada... Eu...Eu nem sabia o que fazer ou dizer. A possibilidade de eu e Nicolas estarmos terminando simplesmente me destruía por dentro. Deixei as lágrimas caírem e o choro vir sem medo. Ele me abraçou e me senti acolhida. Eu não tinha condições de passar por aquilo sozinha... Quem me visse na rua acharia que eu era uma louca.Tom não disse nada, só ficou ali, deixando que eu molhasse toda a sua camisa com minhas lágrimas salgadas. E a sensação que eu tinha era de que nunca mais pararia de chorar.Ele pegou
Jamais na minha vida imaginei, aos vinte anos de idade, perder minha mãe e estar sentada numa cadeira ouvindo “Meus pêsames” das pessoas. Eu sequer via quem estava ali. Minha cabeça dava voltas e voltas e ainda parecia que nada daquilo era real... Que eu acordaria no dia seguinte e tudo estaria bem e minha mãe comigo.Desisti de Nicolas. Ele não dava retorno. E eu percebi que naquele momento ele não importava. Se achava que devia me ignorar e não estar comigo no momento que eu mais precisava dele, ele não me merecia.Pedi para Lorraine avisar meu pai no hotel e ela o fez. Eu tinha esperanças de que ele aparecesse para se desculpar com minha mãe e se despedir. Mas ele não veio.Quando vi Alissa, Val e Dani, senti meu coração bater tão forte e não resisti às lágrimas. Elas não disseram nada... Só me abraçaram, num &
Entrei no carro e disse para Lorraine, limpando minhas lágrimas:- Vamos logo antes que eu me arrependa de todas as decisões tomadas até agora.Ela ligou o carro e nos dirigimos para a casa de Nicolas. Desde o dia anterior eu tentava ligar para ele e não era atendida. O telefone estava sempre desligado. Eu não queria partir sem antes falar com ele. Precisava explicar que eu e Tom não tínhamos nada um com o outro. Que havia sido um mal entendido... E que sim, eu partiria com meu pai. Mas em breve estaria de volta. E ele precisava saber que minha mãe havia nos deixado. Eu precisava dele naquele momento como nunca precisei antes.Quando chegamos a noite já caía. Desci rapidamente do carro e apertei a campainha. Lorraine não desceu. Demorou até que uma mulher viesse me atender. Devia ter uns 50 ou 60 anos. Seria a mãe dele?- Boa noite... Eu... Quero falar com Nicolas.<
- Tom?- Oi, Gatinha.- Como... Você me achou aqui? – perguntei confusa.- Otto.Fiquei olhando para ele. Continuava lindo. Eu nem tinha mais tido tempo de observá-lo nos últimos tempos.- Vai me deixar na rua? Não me convida para entrar?Fiquei incerta do que fazer. Olhei-o inexpressivamente, tentando achar um motivo para deixá-lo entrar na minha casa... Ou na minha vida.- É só uma conversa, gatinha. Quero saber como você está. Prometo que não vai doer nada... Nem haver qualquer tipo de pressão.Eu saí da porta, abrindo caminho para ele. Tom tirou o casaco e sentou no sofá confortavelmente, mesmo sem ser convidado. Sentei próxima a ele.- Sinto muito por tudo que houve... Com sua mãe. E suponho que seu namorado.- Obrigada, Tom.Talvez ele não tivesse reconhecido Nicolas das noites do Manhat