Na semana que se seguiu, Kitsune ficou mais recluso. "Ele é introvertido, parece", Shu pensava, vendo-o sair todas as manhãs em sua forma animal e voltar com uns gravetinhos na boca pra depois ficar sentado nos degraus do templo os raspando com uma faca. Ficava concentrado nisso até uma hora antes do meio dia, quando saia de novo como raposa pra floresta e voltava com algum tatu ou outro animal pequeno para fazer o almoço.
— Né, Konkon... você não precisa comer, precisa? — Perguntou uma vez, tentando abrir uma garrafa de vinho enquanto ele punha a mesa.
— Não. — Ele respondeu, simples. — Mas você precisa. — Pegou a garrafa da sua mão, abrindo-a ele mesmo com facilidade. — Se não se cuidar pode perder esse corpo, Shu: deuses costumam ser descuidados quando estão sob essa forma.
— É que é bem frágil, né. — Sorriu, sem graça. De fato, era a única forma que lhe restava, e por não estar habituado, quebrá-la não seria raro: era bom que Kitsune estivesse ali pra cuidar dele, mas ele era tão sério e calado a maior parte do tempo, concentrado pelo resto do dia em limpar e reparar o templo. "Será que ele está fazendo isso por obrigação?", pensava. "Talvez aquelas investidas foram só uma forma de brincar comigo e extravasar uma raiva reprimida de mim… se for isso, toda essa situação faz algum sentido", suspirou, surpreso por se sentir um pouco triste. "Eu estou em dívida com ele não importa o quê… criar uma boa relação que vai ser um desafio se o quadro for mesmo este."
Mas por mais que a hipótese lhe parecesse razoável, na noite do sexto dia Kitsune deixou o coração do Deus confuso mais uma vez.
— É... é lindo, Konkon... — Shu abriu o leque nas mãos: um leque grande, inteiro de madeira, austero e elegante, com as principais orações do Deus do Sake talhadas a mão em cada palito, em cada kanji a beleza e delicadeza de um artista. — É o que você tem feito todas as manhãs na escada do templo?
— Uhm. — Ele concordou. — Apenas um presente humilde de um fiel devoto, mas aceite, por favor. — Ele fez uma reverência.
— Vou guardar como um tesouro. — Fechou o leque com cuidado, retribuindo a reverência. "Um fiel devoto, ele disse..." — Né, Konkon... você tem feito muito por mim, e eu sou profundamente grato, mas... pode me fazer outro favor?
— Sim. Qualquer coisa.
— Amanhã... você pode ficar na sua verdadeira forma? — Sorriu. — De demônio, digo...
— Uh? — Ele levantou um pouco as sobrancelhas. — Minha...minha verdadeira forma...?
— Sim. — Maneou a cabeça pro lado. — Sei que o Tenshi vai vir como prometeu, e quero que ele veja que estou bem ao seu lado, mesmo que você esteja completamente libertado.
— Uh- uhm... certo... — Ele baixou a cabeça, parecendo um pouco relutante, até um pouco decepcionado. — Amanhã...
— Sim, amanhã.
Shu não mentiu, mas omitiu que sua verdadeira razão para o que pediu era sua curiosidade. "Como será que ele é?", se perguntava enquanto se arrumava para receber a comitiva celeste que Tenshi certamente traria consigo. "Demônios costumam ser assustadores..."
Com os poucos poderes que recobrou conseguiu fazer algumas roupas com os tecidos que a Deusa da Seda lhe presenteara três dias atrás. Ela era da sua época, também não estava tão forte, mas deu seu jeito de não ficar tão mal quanto ele, e pela velha amizade lhe enviou os tecidos mais finos e das cores que mais lhe cabiam: rosa claro, branco e dourado. Com o leque de madeira clara ficou perfeito, e os tamancos altos.
— Faz tempo que não me arrumo assim. — Riu, dando uma voltinha na frente de um espelho antigo no seu quarto. — Espero que esteja à altura do Tenshi-chi… ele é um oficial de alta patente agora, né...
— Está Belíssimo, Alteza. — À altura de sua farda vermelha ou não, o oficial celeste ficou extremamente feliz de ver a Divindade bem vestida: sabia que algo o estava deixando feliz pra se animar a arrumar tão elegante, além de que pela pele levemente corada era claro que tinha recuperado nem que fosse um pouco da saúde, mesmo que o motivo do seu rubor fosse...
— Né, Tenshi... — Ele escondeu levemente o rosto no leque de madeira, uma contração insistente na bochecha esquerda. — Eu sabia que não viria só, mas... p-por que trouxe justo ele contigo?
— Ah... — Olhou para trás: os oficiais já todos no pátio do velho templo fazendo uma fila de cada lado, formando um corredor largo no meio. — Achei adequado, já que viemos purificar Seu templo.
— Pu-purificar...?
— Salve, camarada! — E então ele chegou: Senshi, o Deus da Guerra, montado num enorme tigre vermelho; mesmo que sua forma humana fosse pequena, o animal exótico desaparecia sob a sua presença, ainda mais em sua túnica de vitória, preta e dourada. — Vejo que veio cavar sua cova! Muito bem vindo, vim ajudar! — Ele sorriu, convencido: os lábios finos e vermelhos em contraste com a pele branca, bem como a cicatriz vertical no olho esquerdo, muito bem exposta pelos loiros e longos cabelos seguros acima da cabeça com um prendedor dourado.
— Não sou digno de tal honra. — Shu fez uma reverência profunda assim que ele atravessou o corredor feito por seus homens. "Tão aparecido...", pensou, mas seu orgulho não era grande o bastante pra competir com o dele: Senshi era o tipo de divindade que nunca perdia a força mesmo não estando no seu auge; não importava o quanto os tempos mudassem, ele passava por cima de tudo como uma fera. — Espero que se sinta confortável no meu humilde templo.
— Humilde? — Senshi desceu do tigre, olhando para a fachada da pequena casa e rindo. — Isso aqui é terra arrasada, meu amigo. — Pôs a mão nas cadeiras. — Mais fácil derrubar e construir um templo meu em cima.
— Alteza, devo Lhe lembrar de que não viemos aqui pra isso. — Tenshi falou com ele, pegando na mão de Shu num sinal para que ele levantasse o torso. — O demônio, devemos levá-lo imediatamente.
— Ah!...Esse aí é um problema. — Senshi levantou as mangas da túnica. — Talvez a gente vire uma noite ou mais lutando com ele, vou logo avisando.
— Né, sobre isso... — Shu interviu. — Eu... quero os receber devidamente, mas não quero que levem ele.
— Alteza... — Tenshi suspirou e Senshi soltou uma risadinha.
— Como é que é? — Ele franziu uma sobrancelha, divertido. — Shu, Shu... eu sempre te achei patético, mas acobertar um demônio, sinceramente... — Balançou a cabeça. — Ainda mais nas suas condições...ele vai matar você, sabia?
— Não o estou acobertando. — Respondeu, sério. — E ele é apegado ao meu templo, não me fez mal desde que cheguei e duvido que venha a fazê-lo. Nas minhas condições, deixá-lo aqui é o melhor pra mim.
— Um Deus não deve estar em bons termos com um demônio, Alteza. — Tenshi reiterou. — Como oficial celeste, só posso permitir que ele fique mediante o contrato de familiar.
— Pff!... — Senshi mal segurou uma risada de deboche. — Hahaha! Contrato de familiar?! Com um demônio?! Aquele?! Até parece, Tenshi, você deve estar brincando! — Jogou os cabelos loiros pra trás dos ombros. — Demônios não fazem contratos de familiar, todos sabem disso! Vamos logo, Shu, traga ele aqui e vamos te fazer o favor de levar ele embora.
— Né, por favor. — Shu juntou as mãos, nervoso. — Não façam isso, se houver qualquer problema eu prometo reportar imediatamente, ele é dócil comigo, ele...
— Alteza. — Tenshi estava pronto para repetir seus argumentos quando a porta de correr da entrada do templo foi aberta abruptamente com um baque surdo.
— Se não estou enganado... — Todos viraram os rostos para olhar a criatura que saia lá de dentro. — ...o contrato de familiar... — Ele era alto, pelo menos um quarto de metro mais alto que o rapaz que estivera com Shu durante aquela semana, apesar de ter os mesmos traços no rosto, só que mais maduros. — ...ele é selado... — No topo da sua cabeça haviam duas e felpudas orelhas de raposa despontando entre volumosas e lisas mechas brancas, longas até além da cintura do corpo esbelto, porém forte. — ...através de um ósculo, correto?
— Uah!... — Shu piscou espasmodicamente, impressionado com os olhos cinza em torno dos cílios claros, num tom prata idêntico aos dos detalhes na túnica branca, que por mais longa que fosse não podia esconder nove volumosas e lindas caudas de raposa branca: tão, tão, mas tão bonito!... Shu não se lembrava da última vez que viu um espírito numa forma tão esplêndida.
— Resolveu aparecer? — O Deus da Guerra cruzou os braços. — Na sua forma mais pura, ainda por cima! É muita audácia sua!
— Alteza, afaste-Se! — Tenshi pôs a mão no punho da espada presa à cintura, em postura de ataque, mas Kitsune foi mais rápido: passou um braço pelos ombros da divindade ao seu lado, apertando-lhe o ombro encolhido nas unhas compridas. — Mas o qu-
Todos ali à frente do templo da divindade da Boa Sorte presenciaram os lábios de um Deus e de um demônio juntos num beijo intenso e nada casto, mas tão quente e apaixonado que era impossível não ficar corado com a cena que se desenrolava, lenta e calorosa, enquanto a famosa e temida Raposa da Calamidade degustava dos lábios fartos do Deus da Despreocupação com paixão e vontade.
— Ngh...uh... — Shu puxou o ar sofregamente uma vez que o beijo chegou ao fim, entorpecido e ao mesmo tempo envergonhado com o fio de saliva entre as pontas das línguas que Kitsune puxou ao se afastar. — Konkon... — Chamou num sussurro, e nem soube porque; suas pernas tão enfraquecidas que teria caído não fosse pelo sustento do braço firme que descera para em torno da sua cintura.
— Está feito... — Kitsune falou baixo só pra ele, ainda próximo do seu rosto antes de levantar o torso completamente, virando-se para os oficiais. — O que ainda estão fazendo aqui? — Perguntou, alto. — A comemoração pela nossa cerimônia de familiar... — Apertou o Deus pouco mais contra si. — ...não pode ser presenciada por crianças.
— Você!... — Tenshi falou entre dentes. Estava trêmulo de ódio, mas por alguma razão não conseguia se mexer. — Como ousa envergonhar Vossa Alteza dess-
— HAHAHAHA! — Arregalou os olhos ao que Senshi disparou a rir do seu lado. — Relaxa aí, relaxa. — Ele bateu forte no seu ombro, quase o fazendo tropeçar. — Isso foi o contrato sim, ele fez mesmo, e nós fomos testemunhas.
— Ma-mas isso!... — Contestou, só então se dando conta de como sua voz estava um tom mais fina e do quanto seu rosto estava ardendo. — I-isso nem foi um ósculo!!!!
— Foi um ósculo, e muito bem dado. — Bateu no ombro largo do oficial mais uma vez. — Um demônio finalmente se tornou familiar, hã?... — Olhou pra Shu por debaixo dos cílios claros. — Estou impressionado.
— Mgh. — Shu recuou um passo, ainda completamente confuso e envergonhado: seu sistema tinha simplesmente entrado em curto, e isso era fato.
— Shu. — Mas Kitsune estava mais que calmo, abrindo o leque na sua mão e o posicionando gentilmente à frente do seu rosto, o deixando naquela posição para então avançar contra o Deus e o Oficial Celeste. — Vocês vieram aqui exorcizar uma besta, não é? — Falava na sua voz grave, alta e imponente, bem como sua postura. — Pois ela está sob a jurisdição de um Deus agora, e como um familiar eu devo lhes informar: — Chegou bem perto de Tenshi, abaixando o tronco até a testa quase tocar na dele. — Meu mestre está cansado: caiam fora, ou vou ter que expulsá-los.
Tenshi rangeu os dentes, mantendo a postura e sustentando o olhar da besta que o encarava ferozmente.
— Certo, certo. — Senshi bateu palmas no alto, já montado no seu tigre: o animal lendário obviamente intimidado sob a sombra das nove caudas serpenteando atrás de Kitsune. — De fato não temos mais o que fazer aqui, então nos retiramos. — Chamou seus oficiais, bem como Tenshi, e já ia dando as costas quando Shu correu até eles, parcialmente recuperado do transe.
— Esperem, esperem, isso foi... — Ele ergueu uma das mãos, apesar de continuar com a outra sustentando o leque aberto sobre parte do rosto. — ...tudo isso foi muito repentino, deixem que eu os receba apropriadamente.
— Agradeço a hospitalidade, mas agora precisamos reportar esse evento histórico o mais rápido possível. — Senshi lhe respondeu, com uma mão no quadril e a outra nas rédeas. — Mas não se preocupe, Shu... — Ele falou: o tom com que pronunciou seu nome extremamente diferente do qual costumava usar. — Nós nos veremos de novo, até porque agora... — Ele sorriu de canto, passando a ponta da língua nos lábios. — Agora você está à minha altura.
O Deus piscou confuso enquanto via a comitiva atravessar o pátio e sair do seu templo: sob o portal, Tenshi parou, virou o rosto, fez que ia olhar para trás, hesitou, voltou a andar. Shu quis chamá-lo, mas então aquela atitude o fez ligar os pontos: ele passou do limiar do esquecimento para um Deus tão forte quanto Senshi num piscar de olhos, ou melhor, no tempo de um beijo, um beijo cujo fantasma ainda pairava sobre seus lábios, deixando seus joelhos fracos e o rosto completamente corado.
— Neeeeeeeeee... Kitsuneeeeeeee!...O Deus do Sake estava bêbado: grande novidade. Mas também, depois de secar toda a garrafa de licor de ameixa com Kitsune, não se podia esperar menos.— Diga.— O Tenshi está bravo comigo, agora! — Reclamou, fazendo cara de choro. — De quê adianta recuperar meus poderes se meus amigos ficarem bravos comigo?— Está realmente preocupado com isso?— Estou! Estou! — Ele bateu a mão na mesa fracamente. — Não quero que ninguém fique bravo comigo! E ele está bravo comigo!— Eu não estou brav
— Minhas congratulações, Shu. — O Deus Supremo cumprimentou, assim que foi recebido no salão principal do templo do Deus do Sake. — É ótimo que o caso tenha se resolvido e que tenha recuperado sua força de outrora.— Uhm, tudo graças ao Kitsune. — Shu concordou, sorrindo de canto para o espírito da raposa, sentado ao seu lado; ele lhe sorriu de volta. — Kami, eu gostaria de pedir para que o favorecesse por isso.— É justo. — Kami sorriu, percebendo Tenshi revirar os olhos ao seu lado. — Como Deus Supremo não posso negligenciar o favor concedido por um espírito tão forte a um dos meus tão amados deuses; no entanto, Kitsune... — Voltou-se a ele. — ...mesmo eu ainda estou surpreso, já que é
O deus aprendiz chegou ao templo um mês depois que Shu devolveu a carta de recomendação aceitando-o como pupilo temporário.— Esse Templo ta um lixo, com todo respeito. — E essa foi a primeira coisa que ele falou, tirando os óculos escuros pra dar uma boa olhada na fachada. — Valei-me! Eu não fico aqui desse jeito nem que me paguem.— Esse é o tal do Kirê? — Yurei murmurou no ouvido de Shu, cobrindo a boca com o leque. — Aproveita que ele quer ir embora e expulsa esse fresco.— Aha, tudo bem, tudo bem. — Shu murmurou de volta. — Primeiras impressões não são as que ficam, né?— Será que não? — Y
— Pêssego? Aonde você achou um pé? Nesse morro aqui não tem.— Não interessa aonde eu achei. — Tirou sua faquinha de dentro da roupa: uma de cabo de metal e pedras de rubi rosa com a qual ele estava sempre em mãos. — Yurei, pegue um prato limpo pra mim.— Pra já!— Hum. — Kirê cruzou os braços enquanto o outro se levantava da mesa prontamente. — O pêssego é uma fruta muito elegante, e que exige muito cuidado ao servir... um cuidado que duvido que um demônio tenha.— E eu pedi sua opinião, por acaso?— Tch.—
Assim que chegaram à Conferência da Corte perceberam que a estrela principal do evento era Kitsune: o rei demônio que se tornou serviçal de um Deus quase esquecido."É aquele rei demônio?""Sim, aquele...""Que ficava ao pé de um templo! Ele fez um escândalo!""Templo, que templo?""De um Deus...não lembro o nome.""Um Deus esquecido! Foi com ele que fez o contrato!""Foi?!?""Sim, sim, com ele mesmo!""Por que faria isso?""Com um Deus em ru
— Uff... — Shu suspirou cansado assim que voltaram pro quarto. "Eu sou do tipo que gosta de beber com os amigos...uns quatro ou cinco, à meia luz num barzinho... não num salão gigantesco cheio de gente importante."— Ainda bem que por hoje acabou, né, Konkon?— Mh.— Vai continuar dizendo "Hm" pra mim? — Tirou a túnica de cima, se virando pra ver o familiar, já de costas pra ele, passando pro outro lado da divisória. — Kitsune! — Alcançou seu braço e segurou firme.— O quê?— Olha pra mim. — Disse, usando a autoridade sobre familiar: não queria recorrer àquilo, mas foi o único jeito de fazer a raposa
A Conferência do dia seguinte seria apenas para os Deuses, não acompanhados de seus familiares, mas Shu teve de ser carregado por Kitsune até o salão do Deus Supremo, que o colocou sentado no lugar marcado pra ele, cuidadosamente. — Shu, você está bem? — Kami perguntou do alto de seu trono, preocupado. — Sim, sim, não é nada, não se preocupe. — Shu abanou a mão, sorridente. — Obrigado, né, Konkon. — Agradeceu, mesmo que tecnicamente a culpa por não estar conseguindo andar direito fosse da raposa, justamente. — Não se esforce muito, e me chame quando terminar. — Tá bem. — Sorriu, acompanhando-o com o olhar até que ele fosse embora. "Ah...estar apaixonado é tão bom, eu me sinto um adolescente..." — Devemos nos
— Você conhece alguma forma... de ler o tecido das memórias de alguém?— Não de ler... mas dá pra ver. Eu tenho algo especialmente pra isso.A divindade da seda uma vez também foi conhecida como a Deusa da Trama da Vida, muito tempo atrás, mas Shu ainda sabia bem quais eram seus poderes.— Oh! Isso pode mesmo revelar a memória de uma pessoa? — Kirê olhou para o saquinho de pó de incenso que ela dava para a divindade da boa sorte, impressionado.— É menos como "revelar" e mais como "dar uma olhada". — Ela sorriu. — Na verdade é um truque que podemos chamar de invasivo... Shu, tome cuidado, sim?Último capítulo