MatondoO sol já entrava pelas janelas quando abri os olhos. Olhei ao redor e notei que Justin não estava na cama. Toquei o espaço vazio ao meu lado, ainda morno. Suspirei, sentindo o leve cansaço que ultimamente me acompanhava. Eu já estava no terceiro mês de gravidez e, apesar de me sentir bem na maior parte do tempo, algumas manhãs eram mais difíceis.Virei de lado e deslizei a mão sobre minha barriga, sentindo o pequeno volume que começava a se formar.— Bom dia, meu amor — sussurrei, acariciando suavemente. — Hoje é um dia especial. Talvez finalmente descubra se você é um menininho ou uma menininha.Sorri sozinha. Era estranho falar com alguém que ainda nem conhecia, mas ao mesmo tempo, sentia uma conexão tão forte com esse pequeno ser que crescia dentro de mim.Levantei devagar e fui até o banheiro, onde fiz minha higiene matinal. A água morna do chuveiro relaxou meus músculos e me ajudou a despertar por completo. Depois de me secar, escolhi uma roupa confortável: uma blusa de t
Capítulo – Duas PrincesasNaquela tarde acompanhei a minha mulher a consulta não quero perder nada xomo perdir no Arthur. Depois dela ser avaliada recebi a melhor noticia do mundo. Eu sentiu o coração acelerar assim que a médica abriu um sorriso e disse que não seria apenas uma, mas sim duas princessas acaminho.*Uma horas atrás*— Na verdade, não é só uma menina… são duas!Ele piscou algumas vezes, como se tentasse processar a informação.— Como assim… duas? — sua voz saiu mais baixa do que o normal.A médica riu, apontando para a tela.— Vocês estão esperando gêmeas. Olhe aqui, dá para ver claramente.Ele olhou para Matondo, que estava com os olhos brilhando, completamente emocionada. Seu coração foi tomado por uma onda de amor e admiração. Duas meninas… duas pequenas versões deles.— Duas… — Justin repetiu, sorrindo. Ele se inclinou e beijou a testa de Matondo. — Estamos esperando duas princesas, meu amor.Ela riu, segurando o rosto dele.— Parece que nosso mundo vai ficar aind
MatondoMatondo estava radiante. O pedido de casamento de Justin ainda ecoava em sua mente, trazendo-lhe uma felicidade indescritível. Ela sorria sozinha enquanto dobrava suas roupas, organizando tudo com a ajuda de Margot, a governanta de Justin.— Estou tão feliz por vocês, querida. — Margot disse, ajudando-a a colocar as peças em uma mala.— Eu também, Margot. Nem acredito que finalmente vou morar aqui e que em breve iremos nos casar. — Já estava na hora! Olhe para você, essa barriga já está bem evidente. Não era mais seguro ficar se dividindo entre duas casas.Matondo riu, passando a mão sobre o ventre.— Sim… quase quatro meses já.Margot sorriu e continuou a ajudá-la, até que um grito infantil ecoou pela casa.— Papaiiiii!A voz estridente fez Matondo se virar surpresa. Antes que pudesse reagir, Hailey surgiu na entrada do quarto com Arthur nos braços. O menino, prestes a completar três anos, contorcia-se impaciente.— Justin! — Ele continuava chamando, enquanto Hailey tentava
Justin Ter Matondo finalmente morando comigo era um sonho realizado. Eu não conseguia parar de sorrir desde que ela aceitou o meu pedido e começou a organizar sua mudança. Saber que, a partir de agora, dividiríamos nossa rotina, que eu poderia cuidar dela e das nossas filhas, fazia meu coração transbordar de felicidade.Depois de passar um tempo brincando com Arthur, subi para o quarto ansioso para vê-la. Mas, ao entrar, encontrei Matondo na sacada, imóvel, olhando para o horizonte. O vento balançava suavemente seus cabelos, e sua mão repousava sobre a barriga.Ela parecia tão distante que meu peito se apertou.Me aproximei devagar.— No que está pensando? — perguntei.Matondo deu um pequeno sobressalto, como se eu a tivesse despertado de um transe.— Nada. — Ela forçou um sorriso, mas seus olhos diziam outra coisa.Franzi a testa. Eu a conhecia bem demais para não perceber que algo estava errado.— Tem certeza? Você parece preocupada.Ela hesitou por um momento, depois desviou o olh
Matondo O vento fresco da noite bagunçava meus cabelos enquanto eu encarava o jardim lá embaixo. Justin estava brincando com Arthur na piscina, e Hailey estava ao lado deles, sorrindo. Ela tinha aquele brilho nos olhos que só alguém que ainda ama outra pessoa poderia ter. E foi impossível não me perguntar se, talvez, eu estivesse errada em ficar aqui. Talvez eu fosse a intrusa. Justin já tinha uma família antes de mim. Arthur era seu filho, e Hailey, a mãe. Não importava o quanto ele me amasse, ela sempre faria parte da vida dele. E eu? Eu estava entrando nessa história no meio, carregando duas meninas que ainda nem haviam nascido. Suspirei, abraçando meu próprio corpo. A ideia de simplesmente ir embora me atravessou a mente com força. Deixar que Justin fosse feliz com Arthur, com a família que já tinha. Mas ao mesmo tempo… doía pensar nisso. Eu o amavaMe abraçou e fui relazando em seu braços. — Eu não quero que você tenha dúvidas sobre nós. Você é tudo para mim. Ele
Justin Era visível que Matondo não estava bem. Seus olhos estavam marejados, e sua expressão carregava um peso que ela não queria compartilhar. Mas daí a querer ir para Angola? O quê? Por quê? — Será apenas por alguns dias — ela respondeu, tentando minimizar a situação. Mas algo estava errado. Ela estava visivelmente abalada, e isso me preocupava mais do que qualquer coisa. — Por que só agora você está me dizendo isso? — perguntei, cruzando os braços. — Se for por causa da Hailey, você não precisa se preocupar. Ela suspirou e desviou o olhar. — Não tem nada a ver com isso, Justin. — Então o que foi? Ela hesitou por um instante, e eu vi sua luta interna. Queria me dizer, mas ao mesmo tempo preferia guardar para si. — Eu... só preciso ir. E com isso, ela saiu do quarto e foi direto para o banheiro, deixando-me sozinho com mil pensamentos. Será que ela quer me deixar? Será que se sente mal por causa de Arthur e Hailey? Será que está tentando se afastar? Não. Não posso perdê
Justin Ouvi um "Vai, amiga" vindo de Clarice, e meu peito se apertou ainda mais. Caminhamos para o quarto em silêncio e assim que ela fecjou a porta perguntei: — Irias embora sem falar comigo? — perguntei, sentindo um nó na garganta. Matondo negou com a cabeça. — Então por que não me acordaste? — Parecias cansado, Justin. Não quis te acordar. Minha mandíbula se contraiu. Ela estava escondendo algo de mim, eu podia sentir. — E a carta de rescisão? Ela respirou fundo antes de responder. — Justin, vamos ser honestos. Nos últimos meses, eu tenho ficado mais fora da empresa do que dentro, e o time tem feito um ótimo trabalho sem mim. Agora, com dois bebês a caminho, eu não darei conta de trabalhar. Ela me olhou nos olhos, como se estivesse se preparando para o que eu diria a seguir. — Sabes que eu nunca te pediria para parares de trabalhar, né? — falei, segurando sua mão. Ela assentiu. — Eu sei. Mas não posso mais continuar assim, não é justo com a equipe. Eu q
Justin O clima no quintal da casa do óbito ainda estava pesado, mas a presença de Matondo parecia ter acalmado um pouco os ânimos. Seus pais não tiravam os olhos dela, e sua mãe, emocionada, aproximou-se ainda mais. Ela estendeu a mão, tocando com delicadeza a barriga de Matondo. — Minha filha… — sussurrou. — Por que não nos disseste antes? Matondo abaixou o olhar e suspirou. — As coisas estavam complicadas, mamã. Mas eu ia contar. A mãe dela sorriu suavemente, os olhos marejados. — O mais importante é que estás aqui. O pai de Matondo olhava para nós com uma expressão séria, mas não hostil. Ele se virou para mim, avaliando-me com atenção. — E este é…? Matondo segurou minha mão e me puxou levemente para frente. — Pai, mãe… este é Justin, meu noivo. — É um prazer conhecê-los — disse em inglês, apertando a mão do pai dela. Ele retribuiu o aperto firme e assentiu. — Chamo-me Afonso. Sejam bem-vindos. O cunhado de Matondo se adiantou e também me cumprimentou.