Capítulo – Duas PrincesasNaquela tarde acompanhei a minha mulher a consulta não quero perder nada xomo perdir no Arthur. Depois dela ser avaliada recebi a melhor noticia do mundo. Eu sentiu o coração acelerar assim que a médica abriu um sorriso e disse que não seria apenas uma, mas sim duas princessas acaminho.*Uma horas atrás*— Na verdade, não é só uma menina… são duas!Ele piscou algumas vezes, como se tentasse processar a informação.— Como assim… duas? — sua voz saiu mais baixa do que o normal.A médica riu, apontando para a tela.— Vocês estão esperando gêmeas. Olhe aqui, dá para ver claramente.Ele olhou para Matondo, que estava com os olhos brilhando, completamente emocionada. Seu coração foi tomado por uma onda de amor e admiração. Duas meninas… duas pequenas versões deles.— Duas… — Justin repetiu, sorrindo. Ele se inclinou e beijou a testa de Matondo. — Estamos esperando duas princesas, meu amor.Ela riu, segurando o rosto dele.— Parece que nosso mundo vai ficar aind
MatondoMatondo estava radiante. O pedido de casamento de Justin ainda ecoava em sua mente, trazendo-lhe uma felicidade indescritível. Ela sorria sozinha enquanto dobrava suas roupas, organizando tudo com a ajuda de Margot, a governanta de Justin.— Estou tão feliz por vocês, querida. — Margot disse, ajudando-a a colocar as peças em uma mala.— Eu também, Margot. Nem acredito que finalmente vou morar aqui e que em breve iremos nos casar. — Já estava na hora! Olhe para você, essa barriga já está bem evidente. Não era mais seguro ficar se dividindo entre duas casas.Matondo riu, passando a mão sobre o ventre.— Sim… quase quatro meses já.Margot sorriu e continuou a ajudá-la, até que um grito infantil ecoou pela casa.— Papaiiiii!A voz estridente fez Matondo se virar surpresa. Antes que pudesse reagir, Hailey surgiu na entrada do quarto com Arthur nos braços. O menino, prestes a completar três anos, contorcia-se impaciente.— Justin! — Ele continuava chamando, enquanto Hailey tentava
Justin Ter Matondo finalmente morando comigo era um sonho realizado. Eu não conseguia parar de sorrir desde que ela aceitou o meu pedido e começou a organizar sua mudança. Saber que, a partir de agora, dividiríamos nossa rotina, que eu poderia cuidar dela e das nossas filhas, fazia meu coração transbordar de felicidade.Depois de passar um tempo brincando com Arthur, subi para o quarto ansioso para vê-la. Mas, ao entrar, encontrei Matondo na sacada, imóvel, olhando para o horizonte. O vento balançava suavemente seus cabelos, e sua mão repousava sobre a barriga.Ela parecia tão distante que meu peito se apertou.Me aproximei devagar.— No que está pensando? — perguntei.Matondo deu um pequeno sobressalto, como se eu a tivesse despertado de um transe.— Nada. — Ela forçou um sorriso, mas seus olhos diziam outra coisa.Franzi a testa. Eu a conhecia bem demais para não perceber que algo estava errado.— Tem certeza? Você parece preocupada.Ela hesitou por um momento, depois desviou o olh
Matondo O vento fresco da noite bagunçava meus cabelos enquanto eu encarava o jardim lá embaixo. Justin estava brincando com Arthur na piscina, e Hailey estava ao lado deles, sorrindo. Ela tinha aquele brilho nos olhos que só alguém que ainda ama outra pessoa poderia ter. E foi impossível não me perguntar se, talvez, eu estivesse errada em ficar aqui. Talvez eu fosse a intrusa. Justin já tinha uma família antes de mim. Arthur era seu filho, e Hailey, a mãe. Não importava o quanto ele me amasse, ela sempre faria parte da vida dele. E eu? Eu estava entrando nessa história no meio, carregando duas meninas que ainda nem haviam nascido. Suspirei, abraçando meu próprio corpo. A ideia de simplesmente ir embora me atravessou a mente com força. Deixar que Justin fosse feliz com Arthur, com a família que já tinha. Mas ao mesmo tempo… doía pensar nisso. Eu o amavaMe abraçou e fui relazando em seu braços. — Eu não quero que você tenha dúvidas sobre nós. Você é tudo para mim. Ele
Justin Era visível que Matondo não estava bem. Seus olhos estavam marejados, e sua expressão carregava um peso que ela não queria compartilhar. Mas daí a querer ir para Angola? O quê? Por quê? — Será apenas por alguns dias — ela respondeu, tentando minimizar a situação. Mas algo estava errado. Ela estava visivelmente abalada, e isso me preocupava mais do que qualquer coisa. — Por que só agora você está me dizendo isso? — perguntei, cruzando os braços. — Se for por causa da Hailey, você não precisa se preocupar. Ela suspirou e desviou o olhar. — Não tem nada a ver com isso, Justin. — Então o que foi? Ela hesitou por um instante, e eu vi sua luta interna. Queria me dizer, mas ao mesmo tempo preferia guardar para si. — Eu... só preciso ir. E com isso, ela saiu do quarto e foi direto para o banheiro, deixando-me sozinho com mil pensamentos. Será que ela quer me deixar? Será que se sente mal por causa de Arthur e Hailey? Será que está tentando se afastar? Não. Não posso perdê
Justin Ouvi um "Vai, amiga" vindo de Clarice, e meu peito se apertou ainda mais. Caminhamos para o quarto em silêncio e assim que ela fecjou a porta perguntei: — Irias embora sem falar comigo? — perguntei, sentindo um nó na garganta. Matondo negou com a cabeça. — Então por que não me acordaste? — Parecias cansado, Justin. Não quis te acordar. Minha mandíbula se contraiu. Ela estava escondendo algo de mim, eu podia sentir. — E a carta de rescisão? Ela respirou fundo antes de responder. — Justin, vamos ser honestos. Nos últimos meses, eu tenho ficado mais fora da empresa do que dentro, e o time tem feito um ótimo trabalho sem mim. Agora, com dois bebês a caminho, eu não darei conta de trabalhar. Ela me olhou nos olhos, como se estivesse se preparando para o que eu diria a seguir. — Sabes que eu nunca te pediria para parares de trabalhar, né? — falei, segurando sua mão. Ela assentiu. — Eu sei. Mas não posso mais continuar assim, não é justo com a equipe. Eu q
Justin O clima no quintal da casa do óbito ainda estava pesado, mas a presença de Matondo parecia ter acalmado um pouco os ânimos. Seus pais não tiravam os olhos dela, e sua mãe, emocionada, aproximou-se ainda mais. Ela estendeu a mão, tocando com delicadeza a barriga de Matondo. — Minha filha… — sussurrou. — Por que não nos disseste antes? Matondo abaixou o olhar e suspirou. — As coisas estavam complicadas, mamã. Mas eu ia contar. A mãe dela sorriu suavemente, os olhos marejados. — O mais importante é que estás aqui. O pai de Matondo olhava para nós com uma expressão séria, mas não hostil. Ele se virou para mim, avaliando-me com atenção. — E este é…? Matondo segurou minha mão e me puxou levemente para frente. — Pai, mãe… este é Justin, meu noivo. — É um prazer conhecê-los — disse em inglês, apertando a mão do pai dela. Ele retribuiu o aperto firme e assentiu. — Chamo-me Afonso. Sejam bem-vindos. O cunhado de Matondo se adiantou e também me cumprimentou.
Matondo Ver Carlos, Silvia e meus pais me fez lembrar daquele dia… O dia em que senti que meu coração havia sido estilhaçado, traída por todas as pessoas que eu mais amava. Dei um sorriso torto, tentando manter a compostura. Éramos uma família unida, amigos inseparáveis. Carlos era meu melhor amigo. Silvia, minha irmã, minha confidente. E, de repente, tudo desmoronou. Saber que os dois tinham me traído e faziam isso sem remorso foi devastador. Mas o que mais doeu foi perceber que meus pais sabiam e, em vez de me apoiarem, escolheram o silêncio. Depois que fui embora, tentaram falar comigo inúmeras vezes, principalmente meu pai, que sempre foi o mais conciliador. Mas eu não estava pronta para ouvir. Hoje, diante deles, com um pedido de desculpas, senti algo dentro de mim se agitar. Talvez fosse hora de deixar o passado para trás… Passamos a tarde ali. Justin conheceu minha família, amigos e ex-colegas. Ele mergulhou em uma parte da minha vida que, por muito tempo, achei que estives