Epifania O som das gargalhadas ecoava pela casa, mas eu não conseguia me unir àquela falsa harmonia. Estava sentada no canto da sala, observando tudo como sempre fazia, procurando uma oportunidade para agir. Eles me olhavam como se eu fosse apenas mais um elemento do ambiente, mas mal sabiam o quanto eu estava calculando cada detalhe.Justin descia as escadas, aquela presença imponente que sempre me tirava o ar desde que éramos crianças. Ele tinha um magnetismo natural, algo que eu nunca consegui ignorar. Quando éramos mais novos, costumávamos brincar no quintal da avó, e eu sempre sabia que, no fundo, ele era diferente. Ele era o centro de tudo, e eu queria ser o centro dele.Mas aí veio ela. Essa mulher que tomou o que eu sempre considerei meu. Matondo. Tão calma, tão doce, mas irritantemente firme. Era óbvio que ela estava roubando tudo que eu sempre sonhei, e isso me dava náuseas.Levantei-me e fui até o corredor, esperando por Justin. Ele estava prestes a sair, provavelmente par
Na manhã seguinte acordei motivada, pois comecaria a colocar o meu plano em prática. dei uma olhada no meu plano e a guardei em uma das gavetas do meu closet para que ninguem o encontrasse.Foi me higienizar e me preparar para o dia.A primeira peça do meu plano seria Bráulio. Ele parecia obcecado por Matondo, algo que me incomodava, mas que agora poderia ser útil. Se eu conseguisse aproximar os dois, criar momentos que parecessem comprometedores, Justin começaria a questionar as intenções dela.Aproveitei a oportunidade quando vi Bráulio sozinho perto do celeiro. Ele estava ajustando a sela de um cavalo, o olhar distante como sempre.— Bráulio — chamei com a voz mais doce possível.Ele olhou para mim com uma sobrancelha levantada, desconfiado.— O que foi, Epifania?— Só queria conversar. Parece que você está encantado pela nova visita da família.Ele deu um sorriso de canto de boca.— Matondo? Ela é diferente. Gentil. Acho que ninguém aqui consegue ignorar isso.Revirei os olhos
JustinAcordei com o som suave do vento balançando as árvores ao redor da cabana. Um raio de sol atravessava a janela, iluminando o rosto de Matondo enquanto ela dormia ao meu lado. Por um momento, tudo parecia perfeito. O rosto sereno dela, a respiração tranquila… era como se o mundo inteiro estivesse em paz.Me movi com cuidado para não acordá-la. A última coisa que queria era quebrar aquele momento. Coloquei uma camisa, descalço mesmo, e fui até a pequena cozinha da cabana. Era um espaço rústico, com uma bancada de madeira polida pelo tempo e prateleiras cheias de utensílios antigos. Minha avó dizia que meu avô construiu aquele lugar com as próprias mãos, um refúgio para os momentos em que queria fugir do caos.Preparei um café fresco, torradas com geleia caseira e algumas frutas que havíamos trazido. Enquanto montava a bandeja, não conseguia parar de sorrir. A lembrança da noite passada fazia meu coração acelerar. Eu finalmente tinha certeza de que Matondo era a mulher que queria
Justin A noite estava silenciosa na fazenda. Depois do jantar, todos haviam se recolhido, e o clima estranho entre os poucos presentes parecia ter ficado no ar. No quarto, Matondo estava sentada na cama, penteando seus cabelos enquanto lia algo em seu tablet. O simples ato de observá-la ali, tão confortável, fazia meu coração se aquecer, mas minha mente ainda estava inquieta. Lentamente, caminhei até ela e sentei ao seu lado, tentando relaxar. — Está tudo bem? — Matondo perguntou, sem desviar os olhos da tela. — Só pensando. — Passei a mão pelo cabelo, frustrado por não conseguir esconder o que estava sentindo. Ela colocou o tablet de lado e se virou para mim. — É o Bráulio, não é? Fiquei surpreso por ela ter captado isso tão rápido, mas balancei a cabeça, confirmando. — Ele está estranho. E não gosto da maneira como olha para você. Ela suspirou, pegando minhas mãos nas dela. — Justin, você precisa confiar em mim. Ele pode agir como quiser, mas eu só tenho olhos para você.
Braulio Eu sempre soube que Justin era o favorito da nossa família. Desde pequeno, ele era o centro das atenções, o que todos esperavam que fosse o herdeiro perfeito. Enquanto ele ganhava fama e reconhecimento, eu estava ali, sempre nas sombras, observando. Sempre foi assim. Nada de novo. Mas o que eles não sabem é que por trás de cada sorriso e olhar admirado, há uma mente em busca de poder. Voktei porque queria a minha parte da herança o meu dinheiro estava acabar e meu pai não queria me dar mais. Trabalhei por algum tempo mas me fartei, sempre me dizendo o que fazer não suporto. Eu sou um espírito livre e quero continuar a ser. Me supreendi ao encontrar a minha Esmeralda aqui: Matondo Esmeralda Dias. A unica mulher que eu amei, nos separamos porque ela era pobre e conheci uma Mommy que estava disposta a me sustentar mas não durou muito me fartei. Procurei por ela por anos mas não a encontrei. E vê-la com o meu odeiado primo me enfureceu na mesma proporção que me surpreend
JustinAcordei com um peso estranho no peito, como se algo muito errado estivesse acontecendo, mas eu ainda não conseguia identificar o que era. Nos últimos dias, Braulio e Epifania estavam agindo de maneira esquisita, quase como se estivessem tramando algo às minhas costas. Eu precisava proteger minha avó e Matondo de tudo isso.Ontem, Epifania mencionou que precisávamos colocar "as cartas na mesa". Suas palavras ficaram ecoando na minha cabeça, e, por precaução, liguei para o meu advogado e pedi que ele investigasse Braulio e Epifania. Não tinha provas, mas algo me dizia que eles estavam envolvidos em algo sujo. Estava aguardando mais informações, mas a sensação de que uma bomba estava prestes a explodir não me deixava.Meus pensamentos foram interrompidos por um som característico: o bip do meu computador. Era um e-mail. Ao abrir, vi que era do meu agente, Scott. O tom dele era urgente. Ele dizia que um site de fofocas estava me acusando de ter abandonado meu filho e a mãe dele po
JustinA incredulidade que senti ao ler o documento de despejo era difícil de descrever. Meu primo Braulio estava ali, diante de mim, com aquele ar arrogante e uma satisfação mal disfarçada nos olhos. Ao lado dele, Epifania observava a cena com um sorriso vitorioso, como se já tivesse ganhado um jogo que eu nem sabia que estávamos jogando.O advogado que acompanhava os dois parecia mais um cúmplice do que um profissional. Não era difícil perceber que aquilo tudo era uma armação, ainda mais depois do que eu descobrira na noite anterior.Respirei fundo, tentando manter a calma. Havia ligado para o meu advogado antes de descer com Matondo, e ele estava a caminho com a polícia. O importante agora era ganhar tempo.– Braulio, o que exatamente você acha que está fazendo? – perguntei, mantendo a voz firme.– Apenas colocando as coisas no lugar, Justin – respondeu ele com um sorriso cínico. – Esta casa e tudo o que ela representa agora me pertence.– E como você explica isso? – retruquei, ap
Justin As horas no hospital foram longas, mas nada importava enquanto eu estivesse ao lado de Matondo. Eu estava aflito já tinham se passado 2 horas esde que cheguei aqui. Deixei Clarice cuidar da minha avó, em saber que teremos que voltar me doi deixar ela aqui depois de tudo.Suspiro, de frustração. Eu estava desesperado para ter noticias da minha mulher e esses bancos não eram nada confortáveis e só aumentava a minha agonia. Depois de vários exames, o médico finalmente voltou com um sorriso suave. – Sr. Justin, tenho boas notícias. Matondo está bem, mas o motivo do mal-estar e do desmaio é outro.Ele fez uma pausa – Ela está grávida. As palavras dele pareciam ecoar na minha mente. Grávida. Era como se o mundo tivesse parado por um momento. Olhei para ela, que estava acordando lentamente na cama, ainda pálida, mas com aquele brilho natural que só ela tinha. – Grávida? – perguntei, quase sussurrando. Matondo franziu a testa, tentando processar o que ouviu. – Grávida?