Justin A noite estava silenciosa na fazenda. Depois do jantar, todos haviam se recolhido, e o clima estranho entre os poucos presentes parecia ter ficado no ar. No quarto, Matondo estava sentada na cama, penteando seus cabelos enquanto lia algo em seu tablet. O simples ato de observá-la ali, tão confortável, fazia meu coração se aquecer, mas minha mente ainda estava inquieta. Lentamente, caminhei até ela e sentei ao seu lado, tentando relaxar. — Está tudo bem? — Matondo perguntou, sem desviar os olhos da tela. — Só pensando. — Passei a mão pelo cabelo, frustrado por não conseguir esconder o que estava sentindo. Ela colocou o tablet de lado e se virou para mim. — É o Bráulio, não é? Fiquei surpreso por ela ter captado isso tão rápido, mas balancei a cabeça, confirmando. — Ele está estranho. E não gosto da maneira como olha para você. Ela suspirou, pegando minhas mãos nas dela. — Justin, você precisa confiar em mim. Ele pode agir como quiser, mas eu só tenho olhos para você.
Braulio Eu sempre soube que Justin era o favorito da nossa família. Desde pequeno, ele era o centro das atenções, o que todos esperavam que fosse o herdeiro perfeito. Enquanto ele ganhava fama e reconhecimento, eu estava ali, sempre nas sombras, observando. Sempre foi assim. Nada de novo. Mas o que eles não sabem é que por trás de cada sorriso e olhar admirado, há uma mente em busca de poder. Voktei porque queria a minha parte da herança o meu dinheiro estava acabar e meu pai não queria me dar mais. Trabalhei por algum tempo mas me fartei, sempre me dizendo o que fazer não suporto. Eu sou um espírito livre e quero continuar a ser. Me supreendi ao encontrar a minha Esmeralda aqui: Matondo Esmeralda Dias. A unica mulher que eu amei, nos separamos porque ela era pobre e conheci uma Mommy que estava disposta a me sustentar mas não durou muito me fartei. Procurei por ela por anos mas não a encontrei. E vê-la com o meu odeiado primo me enfureceu na mesma proporção que me surpreend
JustinAcordei com um peso estranho no peito, como se algo muito errado estivesse acontecendo, mas eu ainda não conseguia identificar o que era. Nos últimos dias, Braulio e Epifania estavam agindo de maneira esquisita, quase como se estivessem tramando algo às minhas costas. Eu precisava proteger minha avó e Matondo de tudo isso.Ontem, Epifania mencionou que precisávamos colocar "as cartas na mesa". Suas palavras ficaram ecoando na minha cabeça, e, por precaução, liguei para o meu advogado e pedi que ele investigasse Braulio e Epifania. Não tinha provas, mas algo me dizia que eles estavam envolvidos em algo sujo. Estava aguardando mais informações, mas a sensação de que uma bomba estava prestes a explodir não me deixava.Meus pensamentos foram interrompidos por um som característico: o bip do meu computador. Era um e-mail. Ao abrir, vi que era do meu agente, Scott. O tom dele era urgente. Ele dizia que um site de fofocas estava me acusando de ter abandonado meu filho e a mãe dele po
JustinA incredulidade que senti ao ler o documento de despejo era difícil de descrever. Meu primo Braulio estava ali, diante de mim, com aquele ar arrogante e uma satisfação mal disfarçada nos olhos. Ao lado dele, Epifania observava a cena com um sorriso vitorioso, como se já tivesse ganhado um jogo que eu nem sabia que estávamos jogando.O advogado que acompanhava os dois parecia mais um cúmplice do que um profissional. Não era difícil perceber que aquilo tudo era uma armação, ainda mais depois do que eu descobrira na noite anterior.Respirei fundo, tentando manter a calma. Havia ligado para o meu advogado antes de descer com Matondo, e ele estava a caminho com a polícia. O importante agora era ganhar tempo.– Braulio, o que exatamente você acha que está fazendo? – perguntei, mantendo a voz firme.– Apenas colocando as coisas no lugar, Justin – respondeu ele com um sorriso cínico. – Esta casa e tudo o que ela representa agora me pertence.– E como você explica isso? – retruquei, ap
Justin As horas no hospital foram longas, mas nada importava enquanto eu estivesse ao lado de Matondo. Eu estava aflito já tinham se passado 2 horas esde que cheguei aqui. Deixei Clarice cuidar da minha avó, em saber que teremos que voltar me doi deixar ela aqui depois de tudo.Suspiro, de frustração. Eu estava desesperado para ter noticias da minha mulher e esses bancos não eram nada confortáveis e só aumentava a minha agonia. Depois de vários exames, o médico finalmente voltou com um sorriso suave. – Sr. Justin, tenho boas notícias. Matondo está bem, mas o motivo do mal-estar e do desmaio é outro.Ele fez uma pausa – Ela está grávida. As palavras dele pareciam ecoar na minha mente. Grávida. Era como se o mundo tivesse parado por um momento. Olhei para ela, que estava acordando lentamente na cama, ainda pálida, mas com aquele brilho natural que só ela tinha. – Grávida? – perguntei, quase sussurrando. Matondo franziu a testa, tentando processar o que ouviu. – Grávida?
Justin Assim que Justin saiu do hospital, sentiu o peso do mundo sobre seus ombros. O ar frio da tarde o envolveu enquanto ele dirigia para casa, os pensamentos dispersos entre tudo o que tinha acontecido e tudo o que ainda estava por vir. Ao estacionar diante da casa, respirou fundo antes de entrar. O aroma familiar de temperos e comida caseira invadiu suas narinas assim que cruzou a porta. Caminhou em silêncio até a cozinha e encontrou sua avó, dona Margarida, mexendo uma panela no fogão. — Vovó? O que fazes aqui na cozinha? — perguntou, franzindo a testa. A senhora, de cabelos grisalhos presos em um coque baixo e um avental florido amarrado à cintura, virou-se para ele com um sorriso cansado. — Meu filho, preciso me distrair — respondeu, mexendo a colher de pau lentamente. — Depois de tudo o que aconteceu, não consigo me concentrar em mais nada. Justin aproximou-se, observando-a com atenção. Havia tristeza em seus olhos, mas também a força de uma mulher que já havia enfrenta
Matondo Acordei com a mente ainda pesada, mas o corpo começava a se sentir um pouco mais leve. A notícia de que eu estava grávida ainda parecia surreal. Uma parte de mim estava incrivelmente feliz, mas outra parte tinha medo. Medo de tudo o que estava acontecendo ao nosso redor, medo do que poderia vir a seguir. Nesse momento lembre como seria bom partilhar essa noticia com a minha mãe, mas enfim. Justin estava ao meu lado, segurando minha mão como se quisesse garantir que eu não fugisse. Ele tinha aquele olhar determinado que eu conhecia tão bem, o olhar de quem não iria descansar até resolver tudo. – Bom dia, amor – ele disse, com um sorriso terno. – Bom dia – respondi, apertando sua mão. – Como foi com sua avó? Ele suspirou, o sorriso desaparecendo por um momento. – Difícil. Ela ficou devastada com tudo o que descobrimos sobre Braulio e Epifania. Mas está decidida a não deixar isso impune. Assenti, tentando processar tudo. Era difícil acreditar que Braulio, alguém co
EpifaniaA viatura policial balançava levemente conforme avançava pelas ruas da cidade. O ar dentro do veículo era pesado, sufocante, e minha mente fervilhava de pensamentos amargos. Olhei para Bráulio ao meu lado. Ele mantinha o olhar fixo na estrada à frente, os punhos cerrados sobre as pernas."Como foi que chegamos a esse ponto?"Desde o momento em que entrei naquela cela, soube que meu destino estava selado.A prisão era um ambiente sufocante. Cada som, cada olhar, cada palavra sussurrada entre os corredores trazia um aviso silencioso: sobreviva.Mas eu já estava morta por dentro.Fomos separados no momento da triagem — ele para o bloco masculino, eu para o feminino. Antes de nos afastarmos, ele me lançou um olhar rápido, carregado de incerteza.Eu queria gritar, mas me mantive em silêncio. Meu orgulho não permitiria que eu demonstrasse fraqueza.As primeiras noites foram as piores. O colchão fino, as paredes frias, o barulho constante dos outros detentos. Cada dia parecia se arr