Capítulo Dois

Romeu Feitosa Baumann

O dia amanheceu e aqui em casa parece um hospício, é minha mãe nos gritando para levantar é pai gritando perguntando onde estão suas meias e minha mãe gritando que se ela for lá vai esfregar na cara dele, permaneci deitado enquanto ouvia os gritos. 

"Romeu Feitosa Baumann, não me faça subir aí por que se eu tiver que subir você vai ver só o que te acontecerá." Antes que ela viesse me bater levantei e me arrastei para o banheiro, fiz as minhas higiene e fui para a cozinha onde tia Pietra estava preparando o nosso café, tia Pietra é amiga da tia Rosalinda e às vezes se torna cruel como ela. 

"Bom dia, Romeu." Minha mãe diz assim que me sentei. 

"Boa noite, né." Meu irmão diz e dou um tapa em sua cabeça e ele protesta. "Mãe sabia que Romeu chegou tarde." 

Minha olhou para mim com olhar reprovador e eu dei um chute na canela do meu irmão. 

"O que eu já falei sobre você ficar até tarde na casa da Julietta?"

"Mãe, mas eu tenho um quarto lá igual a Juju tem aqui, nós sempre estamos juntos então normal eu estar na casa." 

Minha mãe me deu um sermão e meu pai nem se meteu apenas observou, meu irmão perguntou por que ele não tem um quarto na casa da tia Sissi e eu disse que ele não era especial o que o fez ficar emburrado.

No dia seguinte, fizemos o nosso ritual de sempre, Julietta e eu levamos todos para seus respectivos lugares e depois fomos para a faculdade. 

Julietta e eu optamos por fazer administração, pois nosso plano é fundir as empresas de nossos pais e nos tornamos uma potência.

Caminho pelos corredores da faculdade, Juju foi a cantina e pediu que eu guardasse o nosso lugar, pois hoje temos uma prova, ao contrário de Julietta não sou tão esperto e isso me preocupa muito, embora ela diga o contrário, continuei andando enquanto  tentava manter minha mente ocupada com pensamentos positivos. Cheguei na sala e estava caminhando distraidamente quando risadas vindas de um grupo de estudantes me fazem parar no lugar. Tenho uma sensação ruim sobre o que estão zombando, mas preciso verificar.

Quando me aproximo, as risadas cessaram e sou confrontado com um sorriso sarcástico de um dos estudantes.

"Olha só quem apareceu! O Romeu, onde está a sua Julieta?" ele diz, e os outros estudantes ao redor dele começam a rir.

Tento ignorá-los, mas a sensação de raiva e tristeza começa a tomar conta de mim. Como podem ainda zombar de mim e de Julieta? Somos apenas dois estudantes apaixonados que frequentam a mesma faculdade. Qual é o problema com isso?

"Não é engraçado, pessoal", respondo. "Somos apenas dois estudantes que se amam e frequentam a mesma faculdade. Qual é o problema com isso?"

Geovane que me cumprimentou responde com um tom sarcástico: "Não tem problema nenhum, cara. Apenas achamos engraçado que vocês estejam sempre grudados um no outro como se fossem siameses."

"Talvez esteja na hora de separa-los." Márcia diz zombando de nós. 

Minha raiva começa a aumentar, mas tento manter minha compostura. "Isso é ridículo. Não vejo o que há de errado em amar alguém e querer estar perto dela."

Luiz Felipe ri e diz: "Claro, claro. Só não deixe seu amor atrapalhar seus estudos, ou vocês dois vão acabar ficando para trás, no caso você porque Julietta é a melhor aluna desse lugar."

"E gostosa." Outro aluno que não faz parte da nossa sala diz e aquilo começa a acender minha raiva. 

Sinto uma dor no peito. Por que não podem entender que o amor não atrapalha meus estudos, pelo contrário, me motiva a seguir em frente?

Não quero discutir mais, então me afasto e continuo meu caminho. Mas por dentro, estou arrasado. Não entendo por que ainda há tanta intolerância em relação ao amor verdadeiro.

Vejo Julieta se aproximando e nossos olhos se encontram. Ela percebe a tristeza misturada a raiva em meu rosto e caminha até mim, colocando a mão em meu ombro.

"O que houve, amor? Por que está tão triste?" ela pergunta.

"Algumas pessoas estavam zombando de nós novamente", respondo. "Não entendo por que eles não podem nos deixar em paz."

"Não se preocupe com eles, meu amor", diz Julietta, acariciando meu rosto. "O que importa é que nós nos amamos e estamos juntos. Nada mais importa."

Suas palavras confortaram meu coração e percebo que, mesmo que as pessoas zombem de nós, ainda temos um ao outro. E isso é o que realmente importa. Antes da prova começar Julietta me entrega chocolate, pois é a única coisa que nos acalma em dias de provas, professor Ricardo de cálculo financeiro nos entregou a prova e respirei aliviado, pois boa parte das questões havia estudado com Julietta. 

Juju foi a primeira a entregar a prova e mesmo o professor dizendo que poderia sair, ela permaneceu ao meu lado até que finalmente terminei tudo. Julietta olhou para mim e eu olhei para ela confiante o que a fez sorrir. Após o término da nossa aula fomos buscar os nossos pirralhos favoritos primeiro e depois fomos para casa.

"Você vai para a empresa do tio Sesse?" Pergunto a ela que balança a cabeça positivamente. 

"E você vai para a empresa do vovô?" Ela pergunta e afirmo. "Então nos vemos mais tarde, na pizzaria de sempre." Julietta me dá um beijo e vai para a sua casa e eu vou para minha. 

Chegando lá só encontro tia Pietra, meus irmãos já subiram para os seus quartos. 

Vou para o meu quarto e separo a minha roupa e depois vou para o banheiro, tomo uma ducha rápida, me arrumo e desço para almoçar, dou um beijo em tia Pietra e vou para a empresa do meu avô. Chegando lá sou recepcionado por Tamara uma das secretárias. 

"Romeu, você está muito cheiroso." Ela diz com um sorriso, "O senhor Baumann está em reunião, e pediu para você entrar." Agradeci a ela e entrei.

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