Já em casa, ela se jogou no sofá como um molambo, ficou por horas lembrando-se da conversa que sua mãe iniciara sobre se arrumar um companheiro. Ela nunca imaginaria que sua mãe fosse partir tão rápido, mas quanto a um novo amor ela tinha certeza que nunca conseguiria amar outro como ela amava a Alfredo, era impossível. Ela poderia até conseguir um companheiro, mas amar, isso era impossível, e como ela viveria com alguém sem amar? Então era bem melhor terminar seus dias só; quem sabe sua mãe soubesse que ela partiria em breve, pois na sepultura havia espaço, talvez fosse um prelúdio. E assim adormeceu.
Mara acordou bem tarde, a noite já caíra como um manto negro, a escuridão reinava absoluta sendo confrontada apenas pelas fracas luzes nos altos dos postes na rua. Ela estendeu um dos braços, alcançando o interruptor da sala, e como um
Gabriel entendia claramente por que sua mãe estava exigindo aquilo, seria para segurança dos dois, então ele concordou com balançar de cabeça. – Segundo, não irá, nem voltará fardado, andará a paisana! Gabriel concordou novamente, e emendou: – Mãe, me arruma o dinheiro para a taxa de inscrição! Agora foi Mara quem balançou a cabeça afirmativamente, e se retirou para a cozinha para preparar o jantar.Os dias passaram-se rápido. Mara chegava à casa depois do
Quando Gabriel passou pelo mural de anúncios no batalhão e percebeu um aviso recente se aproximou para ler, o anúncio convocava todos os militares para uma reunião urgente com o comandante do batalhão.A sala estava lotada, alguns militares estavam de pé encostado às paredes, porque todos os assentos estavam tomados. O comandante entrou na sala no horário exato em que estava marcado no aviso do mural, cumprimentou a todos com um bom dia, prosseguiu o discurso agradecendo ao empenho de todos em manter a ordem, e então passou a relatar o momento crítico que a PM estava vivendo. Citou alguns casos de policiais amigos que foram executados porque foram identificados; não entrou em detalhes, porém passou a relatar que todos deveriam tomar medidas provisórias para sua própria segurança, uma delas se-ria e
Ao saírem para o pátio, havia aquele tumulto de soldados conversando e o barulho choco dos coturnos em atrito com o ladrilho se movimentando em direção ao vestiário, para um banho rápido e depois o jantar no refeitório. Gabriel parou encostando um dos ombros em uma das pilastras que suportava o telhado, o observando o entardecer rápido, o sol se escondendo timidamente por trás das colinas, deixando escapar os últimos raios vermelho-alaranjado, deixando em Gabriel a sensação de ter vencido mais um dia. – Vai acabar se atrasando para a janta! Gabriel olhou rápido na direção em que ouviu a voz, e deparou-se com o cabo Bruno, de seu batalhão; ele estava vestindo camiseta branca um pouco apertada salientando os músculos do tórax, calça cinza, coturno preto, além do boné cinza, assim c
Gabriel já estava acostumado com a rotina do curso, aulas no período da manhã, pausa para refeição, aulas no período da tarde, banho, jantar, dormir, e os dias estavam passando muito rápido.O instrutor novamente iniciou a palestra abordando a quarta reação do soldado sequestrado que seria negociar.– Bom, pessoal, na última aula falamos sobre as quatro reações do sequestrado, qual é o quarto tema? Alguém sabe? – Negociar! – Responderam. – Muito bem, eu disse que o quarto tema negociar é sem dúvida o pior de todos, primeiro porque o soldado seque
O dia prometia, o sol começou a dar as caras logo cedo, enchendo toda a região de luminosidade. Quando os soldados chegaram ao campo de futebol, depois do leve café da manhã, avistaram o instrutor com seus auxiliares caminhando lentamente em volta de tambores plásticos. Eles olhavam atentamente para dentro de cada um deles, assim que os soldados aproximaram o instrutor Alex tomou a palavra.– Bom dia, pessoal! – Bom dia! Responderam alunos.
Gabriel chegou à casa, tomou um belo banho, o café da manhã e deitou-se para o merecido descanso. Apesar de ter trabalhado a noite inteira sem pregar os olhos o sono não veio, por diversas vezes repassou em sua mente a cena da pulseira no chão, os tênis, o momento em que começou olhando as pernas de Lucy, os joelhos, as coxas bem torneadas, a cintura fina, os seios, os braços graciosamente descansando ao lado do corpo, os cabelos encaracolados até os ombros, as laterais do pescoço aparecendo entre os cabelos, o rosto, os lábios, os olhos verdes e o mais interessante, o olhar decidido, não havia vacilo no olhar, era fixo como se tivesse certeza de algo, isso estava por demais explícito e Gabriel não conseguia apagar da memória aqueles momentos. Foi com muita
Gabriel saiu do serviço resolvido a encontrar Lucy naquele dia. Caso ela não aparecesse no portão da saída, ele iria à secretaria, perguntaria por ela e pediria o endereço, é certo que poderiam existir outras no colégio, ele não sabia o sobrenome, mas por experiência ele sabia que as secretarias de colégios são boas de fisionomia, então bastaria descrever as características de Lucy e com toda certeza elas o ajudariam.Chegando à casa por volta das 8h00, tomou um banho, o café, certificou-se algumas vezes de que colocara mesmo o despertador de cordas para despertar às 11h00 e deitou-se para dormir. O cansaço era extremo e ele logo dormiu um profundo sono; acordou com o barulho estridente do despertador, olhou e já era 11h00 pensou Gabriel, nossa, dormi agora mesmo e já é hora de levantar, correu ao banheiro, tomou um banho rápido para se despertar por comp
Uma das últimas coisas que Lucy desejava é que Gabriel a levasse em casa, então ela usou uma estratégia que era uma verdade, pois seu pai havia dito para ela que apenas se envolvesse com alguém depois de terminados os estudos, ela sabia que se fosse o contrário ele acabaria aceitando.– Gabriel, não me leve a mal, mas meu pai me pediu para que eu só me envolvesse com alguém depois de terminados os estudos, então ele pode pensar, sabe, você entende? Lucy disse aquelas palavras com um jeito agradável, carinhoso e Gabriel não teve como contestar, mas ele ficou em dúvida se ela estava decidida a obedecer na íntegra o que o pai havia lhe pedido.