Mara estava perplexa olhando para aquela cena quando ouviu uma voz masculina grave ao seu lado.
– Você é a Mara?
Ao virar-se bruscamente ela deparou-se com um homem baixo, gordo, com uma touca t.n.t. branca na cabeça, uma máscara também t.n.t. branca solta no pescoço, vestindo uma espécie de bata, calça, e pantufas na cor azul, empulhando uma prancheta em uma das mãos e uma caneta esferográfica azul em outra. Vendo o embaraço de Mara, o homem prosseguiu:
– Eu sou o doutor Rubens, fui eu que atendi sua mãe!
– Como ela está, doutor? – indagou Mara em tom de voz neutro.
Já em casa, ela se jogou no sofá como um molambo, ficou por horas lembrando-se da conversa que sua mãe iniciara sobre se arrumar um companheiro. Ela nunca imaginaria que sua mãe fosse partir tão rápido, mas quanto a um novo amor ela tinha certeza que nunca conseguiria amar outro como ela amava a Alfredo, era impossível. Ela poderia até conseguir um companheiro, mas amar, isso era impossível, e como ela viveria com alguém sem amar? Então era bem melhor terminar seus dias só; quem sabe sua mãe soubesse que ela partiria em breve, pois na sepultura havia espaço, talvez fosse um prelúdio. E assim adormeceu.Mara acordou bem tarde, a noite já caíra como um manto negro, a escuridão reinava absoluta sendo confrontada apenas pelas fracas luzes nos altos dos postes na rua. Ela estendeu um dos braços, alcançando o interruptor da sala, e como um
Gabriel entendia claramente por que sua mãe estava exigindo aquilo, seria para segurança dos dois, então ele concordou com balançar de cabeça. – Segundo, não irá, nem voltará fardado, andará a paisana! Gabriel concordou novamente, e emendou: – Mãe, me arruma o dinheiro para a taxa de inscrição! Agora foi Mara quem balançou a cabeça afirmativamente, e se retirou para a cozinha para preparar o jantar.Os dias passaram-se rápido. Mara chegava à casa depois do
Quando Gabriel passou pelo mural de anúncios no batalhão e percebeu um aviso recente se aproximou para ler, o anúncio convocava todos os militares para uma reunião urgente com o comandante do batalhão.A sala estava lotada, alguns militares estavam de pé encostado às paredes, porque todos os assentos estavam tomados. O comandante entrou na sala no horário exato em que estava marcado no aviso do mural, cumprimentou a todos com um bom dia, prosseguiu o discurso agradecendo ao empenho de todos em manter a ordem, e então passou a relatar o momento crítico que a PM estava vivendo. Citou alguns casos de policiais amigos que foram executados porque foram identificados; não entrou em detalhes, porém passou a relatar que todos deveriam tomar medidas provisórias para sua própria segurança, uma delas se-ria e
Ao saírem para o pátio, havia aquele tumulto de soldados conversando e o barulho choco dos coturnos em atrito com o ladrilho se movimentando em direção ao vestiário, para um banho rápido e depois o jantar no refeitório. Gabriel parou encostando um dos ombros em uma das pilastras que suportava o telhado, o observando o entardecer rápido, o sol se escondendo timidamente por trás das colinas, deixando escapar os últimos raios vermelho-alaranjado, deixando em Gabriel a sensação de ter vencido mais um dia. – Vai acabar se atrasando para a janta! Gabriel olhou rápido na direção em que ouviu a voz, e deparou-se com o cabo Bruno, de seu batalhão; ele estava vestindo camiseta branca um pouco apertada salientando os músculos do tórax, calça cinza, coturno preto, além do boné cinza, assim c
Gabriel já estava acostumado com a rotina do curso, aulas no período da manhã, pausa para refeição, aulas no período da tarde, banho, jantar, dormir, e os dias estavam passando muito rápido.O instrutor novamente iniciou a palestra abordando a quarta reação do soldado sequestrado que seria negociar.– Bom, pessoal, na última aula falamos sobre as quatro reações do sequestrado, qual é o quarto tema? Alguém sabe? – Negociar! – Responderam. – Muito bem, eu disse que o quarto tema negociar é sem dúvida o pior de todos, primeiro porque o soldado seque
O dia prometia, o sol começou a dar as caras logo cedo, enchendo toda a região de luminosidade. Quando os soldados chegaram ao campo de futebol, depois do leve café da manhã, avistaram o instrutor com seus auxiliares caminhando lentamente em volta de tambores plásticos. Eles olhavam atentamente para dentro de cada um deles, assim que os soldados aproximaram o instrutor Alex tomou a palavra.– Bom dia, pessoal! – Bom dia! Responderam alunos.
Gabriel chegou à casa, tomou um belo banho, o café da manhã e deitou-se para o merecido descanso. Apesar de ter trabalhado a noite inteira sem pregar os olhos o sono não veio, por diversas vezes repassou em sua mente a cena da pulseira no chão, os tênis, o momento em que começou olhando as pernas de Lucy, os joelhos, as coxas bem torneadas, a cintura fina, os seios, os braços graciosamente descansando ao lado do corpo, os cabelos encaracolados até os ombros, as laterais do pescoço aparecendo entre os cabelos, o rosto, os lábios, os olhos verdes e o mais interessante, o olhar decidido, não havia vacilo no olhar, era fixo como se tivesse certeza de algo, isso estava por demais explícito e Gabriel não conseguia apagar da memória aqueles momentos. Foi com muita
Gabriel saiu do serviço resolvido a encontrar Lucy naquele dia. Caso ela não aparecesse no portão da saída, ele iria à secretaria, perguntaria por ela e pediria o endereço, é certo que poderiam existir outras no colégio, ele não sabia o sobrenome, mas por experiência ele sabia que as secretarias de colégios são boas de fisionomia, então bastaria descrever as características de Lucy e com toda certeza elas o ajudariam.Chegando à casa por volta das 8h00, tomou um banho, o café, certificou-se algumas vezes de que colocara mesmo o despertador de cordas para despertar às 11h00 e deitou-se para dormir. O cansaço era extremo e ele logo dormiu um profundo sono; acordou com o barulho estridente do despertador, olhou e já era 11h00 pensou Gabriel, nossa, dormi agora mesmo e já é hora de levantar, correu ao banheiro, tomou um banho rápido para se despertar por comp