Gabriel chegou à casa, tomou um belo banho, o café da manhã e deitou-se para o merecido descanso. Apesar de ter trabalhado a noite inteira sem pregar os olhos o sono não veio, por diversas vezes repassou em sua mente a cena da pulseira no chão, os tênis, o momento em que começou olhando as pernas de Lucy, os joelhos, as coxas bem torneadas, a cintura fina, os seios, os braços graciosamente descansando ao lado do corpo, os cabelos encaracolados até os ombros, as laterais do pescoço aparecendo entre os cabelos, o rosto, os lábios, os olhos verdes e o mais interessante, o olhar decidido, não havia vacilo no olhar, era fixo como se tivesse certeza de algo, isso estava por demais explícito e Gabriel não conseguia apagar da memória aqueles momentos. Foi com muita
Gabriel saiu do serviço resolvido a encontrar Lucy naquele dia. Caso ela não aparecesse no portão da saída, ele iria à secretaria, perguntaria por ela e pediria o endereço, é certo que poderiam existir outras no colégio, ele não sabia o sobrenome, mas por experiência ele sabia que as secretarias de colégios são boas de fisionomia, então bastaria descrever as características de Lucy e com toda certeza elas o ajudariam.Chegando à casa por volta das 8h00, tomou um banho, o café, certificou-se algumas vezes de que colocara mesmo o despertador de cordas para despertar às 11h00 e deitou-se para dormir. O cansaço era extremo e ele logo dormiu um profundo sono; acordou com o barulho estridente do despertador, olhou e já era 11h00 pensou Gabriel, nossa, dormi agora mesmo e já é hora de levantar, correu ao banheiro, tomou um banho rápido para se despertar por comp
Uma das últimas coisas que Lucy desejava é que Gabriel a levasse em casa, então ela usou uma estratégia que era uma verdade, pois seu pai havia dito para ela que apenas se envolvesse com alguém depois de terminados os estudos, ela sabia que se fosse o contrário ele acabaria aceitando.– Gabriel, não me leve a mal, mas meu pai me pediu para que eu só me envolvesse com alguém depois de terminados os estudos, então ele pode pensar, sabe, você entende? Lucy disse aquelas palavras com um jeito agradável, carinhoso e Gabriel não teve como contestar, mas ele ficou em dúvida se ela estava decidida a obedecer na íntegra o que o pai havia lhe pedido.
Uma das últimas coisas que Lucy desejava é que Gabriel a levasse em casa, então ela usou uma estratégia que era uma verdade, pois seu pai havia dito para ela que apenas se envolvesse com alguém depois de terminados os estudos, ela sabia que se fosse o contrário ele acabaria aceitando.– Gabriel, não me leve a mal, mas meu pai me pediu para que eu só me envolvesse com alguém depois de terminados os estudos, então ele pode pensar, sabe, você entende? Lucy disse aquelas palavras com um jeito agradável, carinhoso e Gabriel não teve como contestar, mas ele ficou em dúvida se ela estava decidida a obedecer na íntegra o que o pai havia lhe pedido.
Nice que era uma abreviação carinhosa de Eunice, a adorável mãe de Lucy, (era como se fosse uma Lucy um pouco mais velha, ou Lucy fosse uma Nice mais nova) começou a perceber uma mudança súbita em Lucy. Agora quando ela levava Lucy para comprar roupas e, principalmente, quando Lucy estava nas lojas de lingerie, antes ela apenas escolhia peças que fossem confortáveis, não ligava muito para combinações. Às vezes ela usava um soutien preto com um lingerie vermelha ou um lingerie azul e um soutien branco, mas agora havia escolhas minuciosas, as cores deveriam combinar. Outra coisa que Nice percebeu foi que Lucy estava descartando soutien com bojo, escolhia soutien com rendas principalmente as transparentes, e as lingerie além de transparentes bem sensuais; e Nice a indagou:– Lucy, o que está acontecendo?
Durante o trajeto Gabriel ficou atento a uma oportunidade de fuga, os barracos acima eram no mesmo estilo que os da parte baixa, e Gabriel foi empurrado até o topo do morro, onde havia um plano, muita cinza e arame de pneus queimados. Ele sabia o que era aquilo, era conhecido na malandragem como micro-ondas, onde os condenados pelo tráfico eram colocados amarrados dentro de pneus e depois ateado fogo; Gabriel foi empurrado para dentro de uma casa de alvenaria incrustada no terreno íngreme, passando por uma cozinha, um corredor com um banheiro, depois um quarto sem janela onde a porta foi substituída por uma grade de ferro extremamente grosso. Um dos marginais cortou a algema e o empurrou para dentro da cela, trancando a porta, em um canto uma pequena parede, atrás um buraco no chão servindo como privada e um cano logo acima para servir de chuveiro, em outro canto um irris
Gabriel estava dormindo, mas acordou de um sobressalto quando dois elementos fortíssimos, um branco outro negro, invadiram sua cela. Eles foram muito rápidos, Gabriel agora estava de pé e sendo pressionado contra a parede, a mão de um deles estava em sua garganta, e os dedos contorcendo seu queixo, e seus braços imobilizado pelo outro elemento, olhos vermelhos estavam bem próximos dos olhos de Gabriel, e um odor de tabaco e cachaça ardendo em suas narinas:– Agora, rapazinho, você vai nos dizer onde está o arsenal do Betão! Vamos, comece a falar, senão nós vamos estragar essa sua carinha! – Vamos! – Vociferou o elemento, afrouxando um pouco a mão na garganta de Gabriel. Gabriel, bem s
Eles saíram, trancando a cela, Gabriel tentou se arrastar até o colchonete mais a dor foi tremenda e ele apagou de verdade. Ele não saberia precisar se por minutos, horas ou dias. Acordou sentindo novamente a dor nas costelas e ele encolhia-se por causa da dor. Alguém o colocou no colchonete, quando ele abriu os olhos depois de ouvir vozes, parecia uma mulher loura vestida de branco, talvez fosse uma visão, ele sentiu um aparelho de medir pressão no braço, outro para ouvir seu coração, sentiu uma mão feminina segurar seu rosto e abrir sua boca, a mulher que estava de cócoras se levantou depois que saiu da cela ele a ouviu dizer:– Se não for hospitalizado logo, vai morrer, perdeu muito sangue por causa do dente, tem costelas quebradas, está desnutrido e também tem febre! Padrinho quando ainda criança viu seu pai implorar para não ser assassinado por causa de uma dívida contraída em jogos de baralho, mas os assassinos não o perdoaram – pelo contrário, tiraram-lhe a vida na maior das brutalidades possíveis. Padrinho guardou uma mágoa dentro do peito em relação a marginais, sua mãe lutava para sobreviver e cuidar dele, mas as condições eram adversas, eles foram morar em um barraco na favela, então ele começou com outros amigos de rua a vender doces nos trens que saiam da central do Brasil, com o pequeno lucro ele ajudava sua mãe. Na adolescência ele vendia os doces nos trens de dia e se esforçava para estudar à noite, foi quando ele se inscreveu para o concurso da PM, e, com muito esforço, ele foi aprovado. Seu sonho era alugar uma casa na cidade e cuidar de sua mãe, mas ela foi contaminada por uma doença rara, e não resistiu. Padrinho passou a ter horror de favelas por causa das lembranças de sua Capitulo 30