Capítulo 29

Cruzei os braços, os olhos fixos em qualquer coisa que não fossem aquelas opções engorduradas.

— Prefiro passar fome — respondi, sem conseguir disfarçar completamente o fato de que aquela situação toda era um pouco ridícula.

Angela deu de ombros.

— Tá, então fica aí, fazendo pose de durona. Mas quando você desmaiar de fraqueza, não espere que eu carregue você.

Enquanto Angela e a vendedora trocavam palavras sobre a noite, a rua e a vida — como se tudo ali fosse uma maravilha — eu me mantive um passo atrás, ainda com os braços cruzados e o olhar cético.

Ali, quieta.

Meus olhos vagavam sem rumo, até que encontraram a lua. Aquela lua. A única coisa que eu ainda gostava naquele lugar.

Ela estava lá, imponente, como sempre. Cheia, brilhosa, banhando tudo em um tom amarelado que parecia tirar o peso do mundo por um instante. Era estranho como algo tão distante podia me fazer sentir tão... conectada. Como se, naquele momento, só ela entendesse o que eu sentia.

Eu respirei fundo, sentin
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