Uma mão de repente segurou seu queixo, com força suficiente para forçá-la a levantar a cabeça. Um rosto esculpido e bonito, a apenas alguns centímetros de distância!O olhar frio de Rafael estava fixo no rosto dela.- Hospital ou banco, Jane, eu te dou a escolha.Seu rosto estava tão perto que Jane podia ver claramente os pelos em sua pele. Seus olhos tinham uma teimosia e determinação:- Quero ir ao banco.Ela disse, palavra por palavra, sem recuar.- Mesmo faltando um rim, você se atreve a beber álcool.A voz fria do homem lembrou suavemente:- Você não se importa com a sua vida?- Quero ir ao banco!- Você não se importa com sua vida, você ainda quer ir ao banco?Ela olhou profundamente para o homem bem na frente dela, abriu a boca e disse indiferentemente:- Sim. Ela já tinha arriscado sua vida antes, e beber apenas dois goles de whisky não era nada. Sua mão, pendurada de lado, segurava inconscientemente a lapela do casaco dele. Ela não percebeu, mas ele viu tudo.Seus olhos frios
No hospital, Bruno acomodou Jane adequadamente.- Você tem muita sorte.Bruno não conseguiu evitar, revirou os olhos:- Você não está ciente de suas condições? Você bebeu.Terminado de falar, ele se levantou, caminhou para fora, fechou a porta atrás de si. Lá fora, Rafael estva fumando.- Me dê um cigarro.Bruno estendeu a mão para Rafael, retirou uma caixa de cigarros do bolso e a jogou para ele.Sem cerimônias, Bruno acendeu um:- O que está acontecendo?Ele olhou para a porta atrás dele, lembrou da primeira vez que se encontrou com Jane, despois que ela saiu da prisão. Jane orgulhosa, se ajoelhou diante de todos para não beber.O outro homem continuou fumando, em silêncio.Bruno não se importava com a indiferença do sujeito.Exalando uma nuvem de fumaça:- Ouvi dizer que, se ela conseguir cinco milhões de reais em um mês, você a libertará, é verdade? Você a deixaria ir?- Impossível.O homem, que não havia falado até agora, disse friamente.Bruno ficou surpreso, surpreso com a emoçã
Cristina, frente a Rafael, estava extremamente nervosa:- Presidente Gomes, eu só tenho pena de Jane.Ela estava explicando porque tinha ajudado Jane, a esconder do homem à sua frente, a origem de tanto dinheiro. Rafael, no entanto, não estava de bom humor.As últimas palavras, amargas e cortantes daquela mulher, ainda reverberavam em seus ouvidos, não importava o quanto tentasse, ele não conseguia se livrar delas. Quando ouviu Cristina dizer que Jane dava pena, seus lábios esboçaram um arco frio:- Cristina, não possuo pessoas boas sob minha liderança.Aquela mulher dava pena? ... ela estava amaldiçoando e humilhando uma amiga que já havia morrido.Aquela pessoa... merecia pena?Ele estava muito zangado, uma fúria indescritível!Ele não esteve tão zangado nem quando a viu se tornar patética e lamentável!A Jane que ele se lembrava, tinha orgulho no coração, ela nunca se rebaixaria a insultar e humilhar uma pessoa que já morreu!Mas naquele dia, naquele dia, ela o fez abrir os olhos...
- Incluindo o Presidente Gomes?Ao ouvir, Cristina sentiu claramente que Jane, em seus braços, se tornava rígida por um instante.Um suspiro silencioso...Eles não acreditavam... inclusive Rafael.Até agora, sem precisar de muitas palavras de Jane, Cristina podia mais ou menos adivinhar o conflito entre Jane e o “Boss”.Xaviana... Durante os dois anos que esteve com Rafael. Cristina, vagamente, parecia ter ouvido alguém mencionar esse nome.Também ouviu dizer vagamente que essa garota, chamada Xaviana, era especial para o “Boss”, mas morreu tragicamente muito jovem.Sempre se perguntou qual foi a causa da morte dessa garota tão especial para o “Boss”.Agora, tudo fazia sentido.Mas ela não acreditava.Jane era muito orgulhosa, se recusava a fazer tal coisa.Cristina levantou a mão e tocou na cabeça de Jane, ela não perguntou a Jane por que ela não se explicou para Rafael, por que não provou sua inocência.Apenas aqueles que passaram pela mesma experiência podem entender como é triste e
Após desligar o telefone, Lucas abruptamente saiu da cama, pegou o roupão ao lado e o jogou sobre si. Rafaela Alves, ainda sonolenta, perguntou ao marido:- O que aconteceu?Lucas, com uma fúria fervilhante, retrucou:- Sua adorável filha decidiu se tornar uma prostituta!As palavras atingiram Rafaela como um raio, deixando-a momentaneamente paralisada. Rapidamente, ela se sentou:- O que você disse?Certamente, ela devia ter ouvido errado.- Foi o próprio Mateus que ligou. Diego viu com seus próprios olhos. A nossa Jane... agora ela está servindo bebidas e vendendo risadas no Clube Internacional do Imperador!Rafaela, abalada, exclamou:- Isso é impossível! Absolutamente impossível! Jane é muito orgulhosa, jamais se rebaixaria a isso! Poderia ser engano do menino da família Fernandes?- Foi Mateus quem ligou, você acha?O rosto de Lucas estava tão pálido quanto uma folha de papel em branco.- O que você vai fazer agora, a essa hora da noite?Rafaela agarrou o pulso do marido, segurand
- Rafael...As palavras que estavam na ponta da língua de Bruno perderam o som. Rafael estava parecendo terrível. Mesmo alguém como Bruno, olhando para ele, sentia um frio na espinha.Rafael ignorou Bruno. Seus olhos estreitos e penetrantes estavam cravados em Jane. Seu semblante, naquele momento, era extremamente assustador.Diante daquela mulher, além da raiva, o que mais havia era uma frustração que ele não conseguia descarregar de seu coração.- Você realmente nunca aprende.A voz fria do homem era impiedosa.Bruno sentiu um calafrio. Seu olhar vagava entre Rafael e Jane. A atmosfera na sala estava congelante.Parecia calmo superficialmente, mas por baixo de tudo aquilo havia correntes tumultuosas.A mulher na cama de hospital se encolheu levemente quando viu a figura na porta. Ela odiava aquele homem, mas também tinha medo dele.O sangue em seu rosto estava gradualmente se esvaindo.- Três anos não foram suficientes para te educar, pelo contrário, só fez você se tornar ainda pior.
Ele perguntou se ela sabia que estava errada.Errada?O que era certo?O que era errado?- Eu não estou errada. - Ela disse.O coração dela já estava ferido ao extremo!Ele realmente a perguntou, se ela sabia que estava errada?Com uma risada irônica ela disse.- Presidente Gomes, se você me dissesse que eu estava errada, então eu só poderia estar errada, mas você me perguntou se eu reconhecia meu erro.Ela levantou o queixo, de maneira orgulhosa e deslumbrante, tocou o canto da boca ferida, seu sorriso, era como o da Jane de antes, mais brilhante:- Eu não sei onde estou errada.Ódio!O ódio por Xaviana. Incapaz de se enganar novamente, Jane disse a si mesma, “por que não enlouquecer uma vez, e daí?” O pior que poderia acontecer era ser enviada de volta àquele lugar horrível!- Me deixe ir!Ela ergueu a cabeça, fixando-se naquela figura:- Me deixe ir!Ela queria assim, partir dele?Deixá-la ir? Deixá-la ir embora, para viver com Matheus?Rafael se lembrou novamente daquela mulher em
Os dias pareciam ter voltado a ser os mesmos de sempre. No fim do expediente, Cristina entregou todos os cheques a Jane.- Cristina, obrigada.Jane não recusou, ela iria guardar aquele dinheiro, esperando que Rafael se cansasse deste jogo interminável. Então, com aquele dinheiro, ela deixaria aquele lugar, indo para bem longe, e nunca mais voltaria.Saindo do escritório de Cristina, Jane guardou cuidadosamente o saco cheio de cheques e dinheiro em sua bolsa de tecido. Ela acariciou a bolsa... Matilde, essa é a chave dos nossos sonhos. Espere por mim, Matilde, eu cumprirei a promessa que fiz a você.Então, ela lembrou que as cinzas de Matilde ainda estavam na funerária... Matilde, espere por mim! Eu mesmo vou levar você para o mar, para ver o céu azul e as nuvens brancas!Naquele dia, depois do trabalho, Jane se permitiu o luxo de pegar um táxi. No caminho do dormitório, ela saiu do táxi, segurando firmemente sua bolsa de pano.Depois de pagar a tarifa do táxi, ela subiu apressadamente