Lucas tremia de raiva!Apontou para Jane:- Como é que eu pude ter uma filha igual a você, Jane!Segurando as lágrimas que insistiam em aparecer, Jane mordeu os dentes com tanta força que temeu que, se soltasse, palavras de ódio escapariam interminavelmente.Respirou fundo, tentando falar com a maior calma possível:- Sr. Lucas, Sra. Rafaela, já está tarde, por favor, voltem para casa.Suas mãos estavam vermelhas por terem sido queimadas pela água fervente, mas ela não sentia dor.Ela não esperava que seu primeiro encontro com Lucas, após sair da prisão, fosse nessas circunstâncias.- Você precisa me explicar de onde veio todo esse dinheiro!Lucas não estava disposto a desistir de Jane, encarando-a com raiva:- Ou você quer que eu diga? Esse dinheiro é sujo!Ao ouvir a palavra "sujo", Jane tremeu violentamente!- Fora! Vocês dois, saiam daqui!Ainda de cabeça baixa, ela apontou furiosamente para a porta:- Se não saírem agora, vou chamar a polícia! A manchete de amanhã será "O CEO e a
Aparentemente indiferente, mas com uma dor indescritível escondida no fundo dos olhos... Aquelas que mais machucam são, muitas vezes, as pessoas mais próximas. Jane sorriu levemente, achando o casal bastante peculiar. Um deles questionou por que ela escolheu viver de maneira tão humilde, tão desprezível. E o outro, ainda mais cruel, questionou diretamente quem ela era.Um sentimento de exaustão a inundou.Naquele entanto, a guerra ainda não havia terminado.Lucas ficou pálido com as palavras de Jane. Por um momento, ele sentiu uma pontada de culpa, mas continuou obstinadamente exigindo de Jane:- Arranje outro emprego! Pare de se degradar com esse trabalho que envergonha a todos nós!Ele lançou um olhar rápido para as pilhas de dinheiro e vários cheques na mesa, e qualquer culpa que ele sentia evaporou-se instantaneamente.- Esse dinheiro sujo! Como você pode gastá-lo sem se sentir envergonhada?Olhando para o dinheiro e pensando de onde vinha, Lucas ficou irado. Ele pegou um punhado d
A porta do dormitório estava escancarada e, no meio da sala, uma mulher desabada no chão, olhando fixamente para as ladrilhos com um olhar vago.Ela apenas estava ali, olhando absorta para o chão, enquanto lágrimas silenciosas deslizavam suavemente pelo seu rosto. Há quem diga que no sorriso de Mona Lisa, um olho chorava e o outro sorria - um absurdo, uma impossibilidade.Jane sempre acreditou que era apenas uma questão de pintura, exagerada por aqueles que a sucederam. Como poderia existir um olho chorando e outro sorrindo ao mesmo tempo?Era absurdo! Mas naquele dia, Jane percebeu que existiam, sim, aquelas emoções bipolares no mundo. Ela mesma era um exemplo. O prazer da vingança fazia com que ela quisesse rir alto, enquanto a dor de ser tratada como lixo por sua família fazia com que ela quisesse chorar de dor... e assim, aquelas lágrimas claras pareciam um tanto insanas. Ela não sabia se estava rindo enquanto chorava, ou se estava chorando enquanto ria.No dia seguinte.Dentro
Rafael não estava muito disposto a ir para o Clube Internacional do Imperador.- Por que você não tem ido ao Clube Internacional do Imperador recentemente?Bruno, de maneira nada sofisticada, se sentou na mesa de Rafael.Este não mexeu nem um músculo do rosto, e Tiago começou a rir suavemente:- O que foi, Bruno, está esperando que ele vá ao Clube Internacional do Imperador para fazer o quê?Bruno lançou um olhar a Tiago, havia muitas histórias por trás disso, Tiago não estava no país até recentemente, ele não sabia de nada.- Você não está evitando ir por causa dela, está?Bruno batucou na mesa com os dedos.Rafael não falou, Tiago, curioso, se aproximou:- Quem? Quem? Por causa dela quem? Quem é ela? - E, com uma expressão maldosa, ele continuou. - O presidente Gomes está interessado em alguém? Quem é? Quando você vai nos apresentar? Queremos conhecê-la.Bruno tinha um sorriso malicioso:- Tiago, acho que se você continuar se exibindo assim, vai levar um soco.- O que você tem a ver
O céu estava limpo e o sol estava quente. Jane apertou seu casaco ao redor do corpo, a pequena trilha sombreada estava vazia naquele dia, mas sempre que alguém passava por ela, olhava-a com estranheza.- Essa pessoa tem problema mental?Um jovem casal passou por ela, dando uma segunda olhada e sussurrando entre si. Embora não falassem diretamente com Jane, eles não se esforçavam para falar em voz baixa. A murmuração baixa atingia os ouvidos de Jane, que estava acostumada com aquilo. As expressões frequentes de surpresa dos passantes ocasionais também não a incomodavam mais.Ela levantou a cabeça para olhar o sol a pino e entendeu o quanto sua aparência devia ser chocante para os outros. Enquanto todos estavam de shorts e camisetas, ela estava completamente coberta. Olhando para a camisa de manga comprida, ela se arrependeu... deveria ter vestido um casaco mais grosso.A dor aguda em seus ossos voltou e outro jovem casal passou por ela de bicicleta. A menina usava um vestido branco e o
No verão do nono ano, ela disse:- Rafael, vamos namorar, você vai cuidar de mim.O jovem com a camisa branca virou a cabeça, olhou para ela com aqueles olhos brilhantes e cintilantes, não disse uma palavra. Ele se virou para ir embora, mas ela correu atrás dele, agarrou sua mão por trás:- Pão-duro, sou fácil de cuidar. Não consegue cuidar de mim?A resposta do rapaz, até hoje, Jane se lembra.Ele disse:- Não é que eu não consiga cuidar de você, é que você não é a pessoa certa.Depois de dizer aquilo, ele se virou, deixando ela segurar sua mão, conduzindo-a para fora da escola.Jane lembra-se, ela olhou para as mãos entrelaçadas naquele momento, o que ela estava pensando?...Lembrou-se.Naquela época, ela pensou: "Se eu não sou a pessoa certa, Rafael, por que você não solta minha mão?"Ela o abraçou calorosamente pelo braço, grudando nele, com um sorriso brilhante:- Rafael, se eu não sou a pessoa certa, então, neste mundo, não há a pessoa certa....- Jane? Jane? - Xavier a chamou
Uma sensação arrepiante percorreu o coração de Jane, e naquele exato momento, ela sentiu que estava cada vez mais difícil compreender o rapaz que estava à sua frente, que às vezes parecia tão inocente, e em outras, desdenhava o mundo.Ela pensou que poderia deixá-lo irritado com as suas palavras.Mas, para sua surpresa, ela se sentiu ainda mais desconfortável.Sem se preocupar com as consequências, ela disse a Xavier:- Sr. Xavier, aquele beijo não foi de graça, você precisa pagar.Ela pensou... Que aquilo deveria ser suficiente.Enquanto pensava naquilo, viu Xavier soltar uma das mãos e procurar algo em seu bolso. Quando a estendeu de novo, tinha algo na palma da mão:- Aqui.Jane ficou atordoada. Nunca tinha encontrado alguém como Xavier antes.Ela olhou em choque para as notas na mão de Xavier, sem saber como responder.- Ele... Ele realmente me pagou assim....Ela pensou que ao mostrar sua face feia diante dele, ao se descrever de tal maneira, ele se assustaria e iria embora.- Jan
Um som estridente de freios preencheu o ar, o motorista esticou a cabeça para fora, furioso:- Você está louca? Se quer morrer, o rio está logo ali na frente!- Desculpe, me desculpe...Jane rapidamente se desculpou, aliviada por dentro. Graças à habilidade de frear rapidamente do motorista, ela sofreu apenas ferimentos leves.Xavier olhou friamente para o motorista:- Você sabe falar? A culpa é sua se atropelar alguém!Xavier era feroz, fazendo o motorista hesitar, ele resmungou:- Casal brigando, briguem em casa, não no meio da rua, seus loucos.Com isso, ele deu partida no carro e saiu.Xavier, embora agressivo, sabia que a culpa não era totalmente do motorista. Ele olhou para Jane, que não caiu muito forte, mas certamente estava ferida.Ele corre rapidamente em direção a Jane.- Jane, não se mova, vou te levar para o hospital.- Fique longe de mim!Jane, sentou no chão, começou a parecer mais calma.No meio de uma forte chuva, com lama por toda parte, ela levantou a cabeça através