Jane adormeceu, acordando apenas à tarde. Estava exausta e a febre era alta, deixando seu corpo fraco. Quando acordou, a primeira coisa que viu foi o teto branco, ainda estava atordoada e não compreendia onde estava.- Acordou?Uma voz magnética, de repente, ecoou. Jane estremeceu e instintivamente virou a cabeça para o lado. Ali estava um homem, elegante, encostado em uma cadeira ao lado de sua cama, segurando um arquivo.Ao olhar para ele, justamente, ele levantou o olhar dos documentos em suas mãos e olhou para Jane por um instante:- Está com fome?Após perguntar, ele retornou sua atenção para os documentos em sua mão. Jane, com os lábios secos, olhou em volta.- Presidente Gomes, obrigada por me trazer ao hospital. Me desculpe por causar problemas.Rafael, segurando o arquivo, sentiu uma estranha irritação. Aquele som da voz rouca dela, por alguma razão, incomodava.Além de agradecer e pedir desculpas, ela não tinha mais nada a dizer? O homem não falou. Jane baixou o olhar, evitan
Rafael estava inquieto em seu íntimo.- Jane, acredite ou não, há algum mal-entendido aqui.Um mal-entendido?Jane olhou para Rafael. Ele estava dizendo que tudo isso era um mal-entendido?- Presidente Gomes, você não está tentando dizer que isso não tem nada a ver com você, que você não sabia de nada, está? - Ela estava tão perplexa, não sabia se ria ou chorava, sentia apenas um aperto no peito que quase a sufocava!- Presidente Gomes, você realmente acredita nisso? Sem a sua orientação, quem ousaria fazer isso comigo?Rafael ficou pálido... Sim! Sem a sua orientação, quem ousaria fazer isso com ela?Será que era verdade o que Bruno dissera, que a atitude dele em relação a ela e a toda a situação três anos atrás, tinha determinado a situação e a experiência de Jane nesses três anos?Foi por isso que aqueles homens a trataram de maneira tão audaciosa?Rafael ergueu o rosto para olhar para ela:- Se eu disser...- Não precisa dizer mais nada. Acredito em tudo que você disser. De verdade
Bruno provou com sucesso que... ele realmente sabia aplicar soro em alguém!- Eu disse, sou um gênio, uma tarefa tão simples, como eu não saberia fazer? Rafael, te digo, se eu fosse seu médico particular, seria um desperdício de talento. Você deve estar se sentindo muito sortudo.De repente, Bruno se sentiu orgulhoso, sem mencionar o quão frustrante foi ser desprezado por Rafael anteriormente.- Vou te dar um aumento.Bruno estava prestes a desvalorizar Rafael quando ouviu de forma indiferente a frase "Vou te dar um aumento".Bruno não estava precisando de dinheiro. Se dinheiro fosse importante para ele, ele teria voltado para casa para ser o CEO de sua própria empresa, ajudando seu pai nos negócios, e ganharia muito mais dinheiro e muito mais rápido.- Rafael, você está fazendo isso de propósito, não é? Curei sua pequena namorada e ainda me rebaixa? Frustrado, Bruno acabou dizendo o que estava pensando.Agora, a atmosfera ficou tensa e o ar ao redor pareceu congelar.- Pequena namora
Jane!De novo, Jane!Por que todos estão tão preocupados com Jane!Luísa se recusou a admitir que estava com ciúmes. Neste momento, ela estava sem saídas.- Chefe.Disse ela, trêmula:- Não estou contra Jane.- Não quero ouvir bobagens. Acompanhando estas palavras frias, a mão do homem, enluvada de couro, deliberadamente aplicou mais força no queixo de Luísa. Uma força tão grande, quase capaz de esmagar o osso da mandíbula.Luísa chorava de dor, até chegou a suspeitar que tinha ouvido o som de seus próprios ossos se quebrando.- Eu disse.Ela achava que o homem diante de seus olhos era um demônio, tão aterrorizante. Ela estava com medo e começou a odiar Jane novamente... Ela tinha prometido, em frente dela, que iria defendê-la!Não havia tal coisa!Ela estava apenas fingindo ser boa!Ela se dizia benevolente!Nojenta! Vadia!Vadia!Ela devia ser a melhor atriz de todas!Independentemente do que Luísa estava pensando no momento, ela estava realmente aterrorizada por esse demônio na sua
Luísa ergueu a cabeça e se deparou com um par de olhos profundos.Mesmo naquele momento, uma pitada de vermelhidão apareceu no rosto de Luísa.Ela olhou para Xavier um pouco nervosa:- Presidente Xavier.Piscando os olhos, esperando que Xavier pudesse ajudá-la.A garrafa de vinho em mãos de Xavier foi colocada de lado, ele também olhou para Luísa, e de repente sorriu. O coração de Luísa acelerou, um pouco animada... o Presidente Xavier ainda se lembrava dela.- Presidente Gomes, quem é ela?Em um instante, Luísa duvidou de seus próprios ouvidos. Era como se ela estivesse em uma geladeira.Rafael, elegantemente de pernas cruzadas, sentou-se no sofá:- Ah, ela. Ela disse que gosta do Xavier. Eu pensei, uma menina tão inocente e pura, tão apaixonada por você, como um amigo que cresceu junto, de alguma forma, eu tinha que trazê-la para você, Xavier, para que não perdesse o seu verdadeiro amor.Se Rafael estava tentando deixar Xavier desconfortável, então... Xavier realmente estava desconfo
Acelerando ao longo do caminho, Gabriel sentia que a velocidade com que seu chefe dirigia estava beirando à loucura. Eles finalmente pararam no Clube Internacional do Imperador.- Chefe…Gabriel mal começou a falar, seu chefe já havia passado por ele com uma rapidez incrível, entrando a passos largos no saguão do Clube Internacional do Imperador. Sem hesitação, seguiu direto para o elevador. Gabriel apressou-se para segui-lo.Rafael, com um olhar indiferente, caminhava a passos largos com suas pernas longas, seguindo em um ritmo acelerado em direção ao escritório de Cristina, que ficava bem à sua frente. Ele entrou, sem nem mesmo bater na porta, empurrando com força a porta do escritório.Assim que Cristina levantou a cabeça, viu Rafael andar ao lado do sofá, claramente irritado.- Presidente Gomes, Jane ainda não acordou.Cristina, vendo que Rafael estava irritado, rapidamente o lembrou, insinuando que o Presidente Gomes deveria esperar que Jane acordasse, antes de falar qualquer cois
“Se houver um dia, neste mundo, em que alguém possa perturbar minha paz de espírito, Eu vou eliminá-la com minhas próprias mãos”. Esse era o discernimento do jovem Rafael.Como o herdeiro da família Gomes e futuro líder, desde pequeno Rafael foi educado da maneira mais rigorosa e impiedosa. Seu avô, pessoalmente, moldou o próprio neto em um robô frio e insensível.O avô dizia: - Não podes ter fraquezas. Se algum dia houver alguém capaz de influenciar facilmente suas decisões e emoções, essa pessoa será seu inimigo mais temível. Rafael, você deve matá-la com suas próprias mãos.Quando Rafael disse isso a Bruno, o jovem Bruno, além de surpreso, pensou que Rafael estava apenas falando por falar. Quem na adolescência não disse algumas palavras que considerava legais na época, mas ao crescer e relembrar, percebeu que a juventude passou muito rápido? Talvez, Bruno, já tenha esquecido que Rafael disse essas palavras, talvez tenha ouvido como uma piada e simplesmente esquecido. Mas... Bruno
Rafael estava sobre ela, curvando a cabeça para observá-la, assim como suas lágrimas. Mas Jane fechou os olhos. O tempo passava lentamente. Até que, finalmente, a tensão em sua testa se dissipou. Rafael olhou para a bolsa de soro, quase vazia. Passado algum tempo, ele, familiarmente, removeu a agulha para ela.Seu avô o obrigava a aprender artes marciais quando criança, experienciando batalhas reais e consequentes ferimentos. Em contraste, remover uma agulha parecia brincadeira de criança.- Levante-se. - Após remover a agulha, Rafael falou de forma indiferente para Jane. - Quanto tempo você pretende ficar aqui? Volte para onde deveria estar. - Ele a instigou a sair. Jane abaixou a cabeça, sentou-se silenciosamente e, apoiando-se na cama, se levantou.- Sapatos. - Ele atirou em sua direção um par de chinelos, claramente grandes demais para ela. Eram dele.Jane olhou para os próprios pés e perguntou:- Onde estão meus sapatos?Rafael cruzou os braços, olhando para Jane com um sorriso