Rafael estava sobre ela, curvando a cabeça para observá-la, assim como suas lágrimas. Mas Jane fechou os olhos. O tempo passava lentamente. Até que, finalmente, a tensão em sua testa se dissipou. Rafael olhou para a bolsa de soro, quase vazia. Passado algum tempo, ele, familiarmente, removeu a agulha para ela.Seu avô o obrigava a aprender artes marciais quando criança, experienciando batalhas reais e consequentes ferimentos. Em contraste, remover uma agulha parecia brincadeira de criança.- Levante-se. - Após remover a agulha, Rafael falou de forma indiferente para Jane. - Quanto tempo você pretende ficar aqui? Volte para onde deveria estar. - Ele a instigou a sair. Jane abaixou a cabeça, sentou-se silenciosamente e, apoiando-se na cama, se levantou.- Sapatos. - Ele atirou em sua direção um par de chinelos, claramente grandes demais para ela. Eram dele.Jane olhou para os próprios pés e perguntou:- Onde estão meus sapatos?Rafael cruzou os braços, olhando para Jane com um sorriso
Luísa também não estava se sentindo bem neste momento.Em sua frente estava a pessoa que ela pensava constantemente.No entanto, essa pessoa parecia diferente do que ela imaginava.Xavier estava com um sorriso leve nos lábios, puxou uma cadeira e sentou-se na frente de Luísa.- Sente-se.Ele apontou para o outro lado.A expressão de Luísa não era das melhores, quatro minutos se afogando fizeram com que ela sentisse a chamada da morte.- Presidente Xavier, eu...O homem na cadeira levantou um dedo, silenciando-a:- Não fale, deixe-me olhar bem para você.A voz de Xavier era incrivelmente sedutora, assim como o sorriso em seus lábios, que seduzia Luísa. De repente, ela sentiu suas bochechas corarem. Seu coração batia acelerado. O que o Presidente Xavier queria dizer?Ele disse que queria olhar para ela. O que isso significava?Enquanto a resposta surgia rapidamente em sua mente, Luísa levantou a cabeça ansiosamente e olhou para Xavier.Ao levantar os olhos, ela se encontrou com um par de
Depois daquele dia, Cristina insistiu em esperar até que Jane se recuperasse totalmente, antes de voltar ao trabalho. Quando Jane retomou seu ritmo de trabalho após sua recuperação, tudo parecia como antes. No entanto, por mais que se esforçasse, ela não conseguia obter nenhum trabalho. Gerente Costa, sua supervisora direta, certamente não ajudaria Jane a encontrar trabalho. Cristina, por sua vez, naturalmente não contrariaria Rafael.Jane sentava-se sozinha na sala de descanso do departamento de relações públicas, até o final do dia de trabalho. - Hora de encerrar, estou exausta. O cliente de hoje foi muito generoso. Gradualmente, a sala de descanso se encheu de pessoas, todos rindo e conversando, discutindo os frutos do dia. Apenas Jane, sentada à parte, estava perdida em pensamentos. Ela levantou a cabeça e viu uma mulher tirando um maço de notas ordenadamente empilhadas. A espessura do maço indicava pelo menos entre trinta e cinquenta mil. Jane observava as notas nas mãos da mulh
- Hm?Novamente, uma faísca de surpresa iluminou os olhos do homem. Ele observava fixamente a mulher à beira da estrada. A luz da rua era fraca, e a mulher, que estava embaixo da lâmpada, tinha sua sombra alongada e desolada. Ele quase acreditou que era um ancião resistente ao tempo sob aquele poste, porque ela parecia emanar um ar de desgaste e luta contra o frio e a neve, de cima a baixo, até mesmo em cada fio de cabelo.Por isso, a curiosidade que ele tinha por ela se aprofundou ainda mais. Quem era ela, afinal? Uma jovem em seu auge, ou uma sobrevivente à beira do fim?- No meu quarto, só tenho macarrão e alguns ovos. Não posso oferecer nada melhor para te servir.Na brisa da noite, sua voz rouca se dispersou ao vento. O homem no carro teve um sobressalto... Então, foi isso que a mulher estava pensando tanto sozinha sob a luz da rua. Ela estava pensando no que poderia oferecer em troca da gorjeta que ele deu.E após pensar por um bom tempo, ela finalmente disse: "É tudo o que tenho
- Você disse que me defenderia, você defendeu? Você quer mostrar sua bondade? Jane, a menos bondosa é você! - Assim que Luísa entrou pela porta, ela começou a liberar o rancor que tinha guardado em seu coração. - Você tem um caso com o Boss, não tem? Já que tem um caso com o Boss, então por que continua seduzindo homens por aí? Xavier é um deles, e o estrangeiro que acabou de chegar também. Olhe para minha garganta, escute. Se você tivesse me defendido, eu teria me engasgado com a água? A minha garganta estaria tão inchada e arrebentada, como está agora?Luísa tossiu e continuou:- O médico disse que minha garganta precisa de um longo período de descanso para se curar, e mesmo depois de curada, nunca será a mesma. Você não disse que me defenderia? Implorei tanto a você, até me humilhei pedindo desculpas, e você apenas fingiu me defender, mas na verdade não fez nada! Jane, nunca vi uma mulher tão hipócrita quanto você! Nojenta, fingida!Jane não interrompeu Luísa, seu rosto era sem aleg
Luísa de repente ficou sem palavras. Sentiu-se um tanto embaraçada, mas não conseguiu refutar Jane.Jane acrescentou:- Do começo ao fim, eu não te devo nada. Acha que eu realmente quero implorar por você?A Jane do passado, aos olhos de Luísa, era uma pessoa fraca e confusa. Porém, a confusa nunca foi realmente confusa, e a fraca nunca foi realmente fraca.A princípio, Luísa já tinha ressentimentos em relação a Jane, e depois, por causa de Xavier, sua inveja em relação a Jane ficou ainda maior. Se Jane fosse substituída por Cristina ou qualquer outra mulher talentosa, a inveja de Luísa teria se transformado em admiração.A admiração e a inveja, muitas vezes, eram uma linha tênue.Ela era claramente melhor do que Jane em tudo, então por que Xavier não a via e apenas via Jane? Jane, que faria qualquer coisa por dinheiro, era uma mulher sem valor, enquanto ela própria se mantinha casta. Por que Xavier só tinha olhos para Jane? E se essa pessoa não fosse Jane, mas uma mulher brilhante e d
- Cristina, aqui está.Cristina ficou atordoada por um momento. Oolhando para as notas na mesa, sua mente ficou em branco por um bom tempo:- De onde veio isso?Sua primeira reação foi, quem arranjou este trabalho para Jane?Jane não pensou muito, apenas resumiu o que aconteceu na noite anterior para Cristina. Depois de ouvir, as sobrancelhas de Cristina se apertaram como montanhas:- Foi ele? - Ela olhou novamente para Jane. - Jane, não te disse para se afastar deste homem?- Mas ele me deu dinheiro.“Mas ele me deu dinheiro”... Se não conhecesse Jane, se não soubesse que havia muitas coisas aqui, que os outros não sabiam, qualquer um que ouvisse essa frase de Jane, pensaria que Jane era uma mulher materialista.De repente, Cristina ficou sem palavras.Ela conhecia muito bem a mulher diante dela, que se tornava quase invisível ao se encostar em um canto, mas também sabia o quão obstinada essa mulher invisível era.- Jane, venha até aqui.Cristina olhou para Jane, achando que talvez de
Jane foi arrastada à força por Xavier.O som vibrante da rua movimentada atingia seus ouvidos, com vendedores de barracas gritando de vez em quando. Xavier estava segurando a mão dela. Ela não estava acostumada a ser conduzida dessa forma, mas parecia que ele possuía uma teimosia inabalável. Ela tentou se esquivar algumas vezes sob pretextos variados, mas Xavier apenas ria e retomava sua mão.Nesse momento, vagando pela rua movimentada, o aroma tentador de alimentos enchia o ar.Jane caminhava devagar e Xavier não a pressionava.Ela olhou para cima, para o homem à sua frente segurando sua mão, para a sua figura forte e esbelta... Xavier não a apressou para caminhar mais rápido, mas ela viu que, sem dizer uma palavra, ele havia ajustado seu próprio ritmo ao dela.A rua estava lotada, ainda mais por ser fim de semana, e casais estavam por todos os lados.Em meio à multidão, um homem bonito conduzia uma mulher de aparência comum, movendo-se lentamente.Já era uma combinação que chamava at