Na velha casa da família Gomes, pegar um táxi ali era uma missão impossível, um desafio de dez mil dificuldades.Caminhando ao longo da estrada, era preciso chegar ao cruzamento para ver os táxis passando na rua.Jane, com seu corpo cansado, caminhava passo a passo, e Sandro, nem se dignava a fingir interesse em levá-la embora, algo que as outras grandes famílias certamente fariam.Sandro simplesmente a deixava lá, sem nem mesmo oferecer um carro para levá-la embora.Ao sair da velha casa da família Gomes, Jane caminhava lentamente pela estradinha reservada, em direção ao cruzamento.- Espere um momento.Atrás dela, alguém chamou, e ela se virou para olhar.Um carro se aproximava lentamente, parando ao seu lado, a janela abaixou, e a cabeça de Gabriel apareceu:- Vou levá-la."Ele é tão gentil?" Jane olhou em silêncio por um momento, depois ergueu um sorriso suave:- Muito obrigada.Em silêncio, ela abriu a porta e entrou no carro.Gabriel deu partida no carro, e eles partiram suavemen
- Vocês me conhecem?Jane ignorou as risadas zombeteiras de alguns arruaceiros, falando de forma imperturbável.- A senhorita do Grupo Pereira, a ricaça, como nós não poderíamos reconhecê-la?O líder do grupo, empunhando um taco de baseball, brincava com ele, achando-se elegante.- Quem os contratou, quanto pagou, eu pagarei o dobro.Jane viu que não estavam dispostos a ceder nem um pouco. Esse tipo de arruaceiro, quando faz alguma coisa, é só pelo dinheiro. Mas essas pessoas aqui definitivamente não estavam interessadas só no dinheiro. Pelo menos, não apenas no dinheiro.Caso contrário, teriam considerado sua oferta de dobrar o pagamento, em vez de rejeitá-la imediatamente.Quem poderia ser?Nesse momento fugaz, vários nomes passaram rapidamente por sua mente, e com um lampejo de percepção, ela estreitou os olhos, falando friamente:- A pessoa que os contratou, é alta, tem pele morena, e uma cicatriz na parte de trás da mão esquerda, não é?Houve um momento de surpresa nos olhos do ad
O taco do homem gordo jamais tocou o corpo de Jane. Ao invés disso, caiu com força em uma robusta e larga costas. O homem gordo tremeu de medo, e o líder dos arruaceiros ficou chocado, olhando para o homem que pareceu surgir do nada. Havia sido arremessado a um canto por uma força avassaladora, mas em vez de considerar como tinha acontecido, ele só podia olhar, estupefato, para o homem que surgira de repente:- Você, você, quem é você? De onde veio esse homem?Enquanto pensava, percebeu de súbito que o assunto mais importante ainda estava pendente. Ele resmungou friamente:- Gordo, bata nele!- Mas...- Não me venha com "mas". Depois que terminarmos, nós sairemos desta cidade para sempre.- Mas e se esse homem...- Não há "se", pense em todo o dinheiro, é o suficiente para nós vivermos a vida inteira. Depois deste trabalho, podemos relaxar pelo resto de nossas vidas.O gordo, assustado pelo homem que apareceu repentinamente, hesitou. O líder, vendo a hesitação, gritou furiosamente:- N
Uma gota úmida deslizou pela face de Jane, era o suor frio que se formava na testa do homem à sua frente. Um aperto no coração e ela o empurrou fortemente, fazendo-o cambalear para trás.- Jane, não faça isso.- Estou bem.Ela estendeu a mão, segurando firmemente o braço que o homem tentava novamente abraçá-la. O alto e robusto olhou para ela e riu selvagemente:- Estava ansioso para pegar você, Jane. Mas você é uma boa menina. Comportada.Com o canto do olho, ela viu o bastão de baseball caído ao lado do gordo, agachou-se e o pegou, desferindo golpes aleatórios contra o adversário.A maneira como batia era desajeitada, sem qualquer técnica, ela nem sabia se estava acertando, mas naquele momento, dez mil instintos de sobrevivência e dez mil desejos de resistência a motivavam.- Fora! Fora daqui! Não cheguem mais perto! Mandei vocês saírem! Vocês não estão ouvindo!A fúria do bastão de baseball, chovia golpes em todas as direções.A gritar estridentemente para que eles fossem embora.E
O gordinho pensou em agir, mas de repente se lembrou daquele olhar. Ele nunca havia visto tal olhar em toda sua vida.Esse olhar, definitivamente não era algo que uma pessoa normal teria.O gordinho hesitou por um instante.- Seu gordo inútil, você é sempre tão indeciso! - A voz de Jane soou ansiosa, observando o gordinho hesitando entre as opções.Agora, o único que poderia agir era o gordinho, já que o líder da gangue e o homem alto estavam gravemente feridos.- Deixe-nos ir, e eu prometo não tomar nenhuma medida sobre o ocorrido esta noite. Caso contrário, já que seus próprios homens estão tão feridos, vocês conseguirão deixar a Cidade S esta noite? - Disse ela, tentando seduzir. - Quanto ao dinheiro, vou lhe dar um milhão, e vocês podem dividir entre si. Caso contrário...Ela lançou um olhar para um homem próximo, que também estava gravemente ferido. Se continuassem a brigar com essas pessoas, era difícil prever o que poderia acontecer.Em sua angústia, a razão gradualmente retorno
- Como você apareceu lá?Os dois se apoiaram mutuamente e voltaram para casa, onde ela abriu a porta e entrou.Agora mais lúcida, virou-se abruptamente, olhando severamente para ele."Como ele pôde aparecer ali tão coincidentemente?" Ela pensou.Ele aparentemente não percebeu a mudança em seu humor e inocentemente apontou para a varanda:- Jane vai trabalhar todos os dias, e Rafael fica ali, observando o carro de Jane partir. Rafael sabe a hora que Jane volta do trabalho.O que ele queria dizer era que todos os dias, no horário em que ela saía do trabalho, ele já estava na varanda, olhando seu carro entrar. Ela ficou perplexa por um momento, já havia pensado em todas as respostas possíveis e até suspeitado...Mas nunca imaginou essa resposta."Com o andar tão alto, dá para ver?" Ela pensou.Mas ele já estava puxando-a para a varanda, tagarelando:- Irmão Tiago me deu isso.Jane olhou para o objeto extra na varanda e ficou surpresa novamente.- Faz tempo que está aqui. - Ele murmurou em
Tiago estava confuso, Rafael não permitiu que ele fosse à casa de Jane. Não só isso, após o médico da família ter administrado a última injeção em Rafael, ele parecia preocupado com algo.Tiago suspeitava que Jane soubesse de alguma coisa.Quando ligou para Jane, a resposta dela foi como se tivesse engolido uma "bomba". Abertamente e veladamente, ela estava acusando Tiago de ser um conquistador, um jogador, um corruptor de pessoas.Tiago olhou para o telefone que foi desligado unilateralmente, completamente atônito.Chamá-lo de conquistador, que estranho. Ele era um conquistador, brincava com amores, mas Jane já sabia disso havia tempos.Aliás, o que isso tinha a ver com ela? E dizer que ele “corrompe os outros”, quem ele poderia corromper?Tiago pensou de um lado para o outro, e por mais que pensasse, não conseguia descobrir a verdade por trás disso.Jane, depois de desligar o telefone de Tiago, ainda estava furiosa.O idiota em casa, para ser gentil, era ingênuo, mas para ser franco,
- Quero vê-la.Ela fez uma decisão em voz baixa, não um pedido, mas uma exigência.Rodrigo tinha tato e sabia que ela não cederia.Acenou com a cabeça pesadamente: - Eu te levo.Ele também sabia que ela queria ver Luísa imediatamente.Ela pôde ligar para ele no meio da noite, tirando-o da cama, significava que ela estava determinada a lidar com essa situação.Mais um ponto, Rodrigo sabia profundamente que ela já não confiava nele como antes.Rodrigo não perdeu tempo em palavras, e logo levou a pessoa para um pequeno apartamento fora da cidade.Quando a campainha tocou, a pessoa dentro abriu a porta, com voz sonolenta e doce:- Voltou? O que é tão importante que o seu chefe não se cansa?- Seu chefe definitivamente não está entediado, ou não apareceria diante de você.A porta se abriu, uma voz fria e cortante, subitamente esfriando a pessoa dentro, arrepiando-a até os pés, tão inesperadamente.- Você, por que é você?Luísa não havia mudado muito, apenas mais feminina do que em sua memó