- Rafael, o que aconteceu com...Bruno só agora conseguiu reagir, estendeu a mão para o homem na cama de forma apressada.- Não me toque!O homem na cama recuou com medo, Tiago se adiantou, temendo que ele arrancasse os pontos.- Rafael, não se mexa! Cuidado com seus ferimentos.Desta vez, a reação de Rafael foi ainda mais intensa. Ele até estendeu o braço com a infusão, agitando-o aleatoriamente na direção de Tiago que de repente se aproximou.- Rafael, o que houve? Sou eu! Eu sou o Tiago!Bruno pegou Tiago com uma mão, antes que ele pudesse se adiantar novamente.- Se acalme, algo está errado com Rafael.- Quem são vocês? Saiam, saiam. - Com um tom de voz de criança.Ele olhou com medo e terror para o grande grupo de pessoas ao redor de sua cama. De repente, quando seus olhos passaram pela única mulher ao lado da cama, ele parou.No segundo seguinte, ignorando todos os instrumentos médicos que estavam inseridos em seu corpo, para a surpresa de todos, ele se jogou nos braços de Jane e
Depois de se recuperar na Itália até a situação de Rafael se estabilizar, eles voltaram para a Cidade S.Mas...Olhando para os dedos esguios em seu próprio manto, Jane não conseguia expressar seus sentimentos no momento.Ao olhar novamente para os olhos cuidadosos daquela criança, de repente, tudo mudou.Não eram muitas as pessoas que sabiam disso, além de Bruno e Tiago, e os guarda-costas que acompanhavam Rafael desde a infância.De Michel a Tomás, eles jamais iriam revelar qualquer detalhe sobre a condição de Rafael.Bruno e Tiago, certamente não o fariam.Mas, a pessoa realmente mudou.Enquanto estava na Itália estava tudo bem, mas uma vez que retornou à zona da Cidade S, não haveria garantia de que não seria descoberto.Por enquanto, não conseguiam pensar em outra solução.Bruno era mais sensato.- Agora só podemos deixar Rafael de "férias" temporariamente.Tiago acenou seriamente com a cabeça:- Por enquanto, só podemos fazer isso, espero que a condição de Rafael melhore a curto
A chuva caía pesada, o vento estava frio, mas ele dizia que não sentia frio.- Entre no carro comigo.Ela não deu espaço para argumentos, e se esgueirou dos braços dele.Com passos trôpegos, ela caminhou em direção ao carro não muito distante. Desde o momento em que saiu do carro e caminhou até ele, a caminhada parecia pesada, mas o caminho de volta, estava consideravelmente mais leve.Jane abriu a porta do banco traseiro.- Não.Ele disse:- Não.Com um rosto teimoso, ele estava parado como um "prego" ao lado da porta do carro, recusando-se a se mover.- Por que não?- Eu não quero sentar aqui.Ele falou com a teimosia de uma criança:- Eu não quero sentar aqui, quero sentar ali.Ele apontou, direto para o banco do passageiro.Jane estava atordoada e olhou para o homem ao seu lado em um estado de semiconsciência.- Esse é o motivo? Recusar-se a entrar no carro apenas porque quer sentar no banco do passageiro?Este homem podia ser um tolo, mas como que ela não consegue acompanhar seu r
- É grave?- É.- Em que ponto chegamos?Vivian estava um tanto inquieta, se Jane dissesse que era grave, então era realmente grave. Mas, por que ela não sabia disso?Como algo tão grande poderia acontecer no Grupo Pereira e ela não saber?Não era só ela, nem mesmo as outras pessoas que vieram com Jane da Fundação Só Amor não notaram isso?- O que é?Sua pergunta foi novamente interrompida por Jane:- O ex-presidente, Lucas, transferiu a maior parte dos ativos líquidos do Grupo Pereira para outro lugar.Como um trovão em um céu claro!Apropriação indébita de bens, uso ilegal de fundos!- Como uma coisa dessas pode acontecer sem que os outros na empresa percebam? - A fala de Vivian acelerou inconscientemente, refletindo a urgência em seu coração.- Eu soube disso quando a contabilidade foi liquidada.- Então por que, por que você não tomou nenhuma atitude naquele momento?Ela queria perguntar.A mulher no banco de trás do carro colocou o arquivo que estava em suas mãos e levantou a cabe
Cain olhou para a mão estendida em sua direção. Ela estava mais magra do que antes, e, em silêncio, ele também estendeu a mão, segurando aquela palma magra e calosa. Comparada àquela mão suave e delicada, a sua parecia tão deslocada.Uma sensação pesada surgiu em seu peito. Ela estava tão magra. Se ele tivesse dado a ela aqueles quinhentos mil antes, talvez ela não estaria nesse estado hoje.Ele não conseguiu resistir, estendendo o dedo e acariciando aquelas calosidades. Mas...- Senhor Cain, por favor, respeite-nos.Cain ficou atordoado. Respeito, ela estava pedindo respeito.Com relutância, ele soltou a mão dela.Seu olhar caiu na cicatriz em sua testa. Ele se lembrou do sentimento de beijá-la suavemente, seus lábios tinham uma sensação de coceira. Ele virou a cabeça bruscamente, temendo que não conseguisse resistir a tocar naquela cicatriz novamente.- Esta cicatriz...- Senhor Cain, acredito que talvez eu tenha me precipitado em aceitar essa colaboração.Enquanto falava, ela arrumo
Jane saiu mais uma vez da sala de reuniões, com Cain acompanhando-a de maneira amigável. Vivian viu primeiro a figura de Jane e estava prestes a perguntar:- Está tudo resolvido?Uma figura alta apareceu na frente de todos.- Quem é...Jane deu um passo para o lado:- Deixe-me apresentar, este é o representante da empresa B, Cain.Como responsável pelo projeto, Vivian, naturalmente, caminhou até ele e estendeu a mão:- Olá, Sr. Cain, eu sou a...- Vivian, eu vou cuidar deste projeto. - Jane interrompeu Vivian de maneira indiferente.O olhar de Vivian estava confuso.- Falaremos sobre isso depois. - Jane sussurrou no ouvido de Vivian.Cain pessoalmente as levou até a porta do prédio.A secretária ao lado dele ficou surpresa e lançou outro olhar para Jane...Este misterioso CEO não aparecia com frequência na Cidade S. Rumores diziam que ele possuia uma extensa cadeia de negócios, e esta empresa era apenas uma delas, e nem mesmo a mais notável. A última vez que este misterioso CEO aparece
- Foi você que fez isso?Jane controlou a raiva, o olhar atravessou a bagunça no chão. Obviamente, ela estava perguntando se esta bagunça foi obra da pessoa à sua frente.- Me desculpe. - A pessoa pediu desculpas com um sussurro cauteloso, olhos cheios de culpa.Mas quase fez Jane rir de raiva, olhando para a pessoa atrás da pia. Ele, que costumava ser orgulhoso, nunca admitiria facilmente um erro, mas agora admitia seus erros rapidamente.Porém, este comportamento dócil, aos olhos de Jane, provocava outro tipo de raiva que vinha das profundezas do seu coração, não era apenas raiva, era um tipo de ressentimento indistinto que surgia do coração.Naturalmente, ela mesma não percebeu que sua raiva neste momento não era apenas direcionada à pessoa que causou a bagunça em casa.Ela olhou para a pessoa friamente, sem dizer uma palavra, tirou o celular da mochila.- Sou eu. Bruno, quando vocês vão chegar? - Ela perguntou indiferentemente à pessoa do outro lado da linha.Um vulto negro veio e
No quarto, reinava um silêncio absoluto. Duas pessoas sentadas no sofá, Jane tinha contatado uma pessoa para fazer a limpeza da casa.Naquele momento, a pessoa encarregada da limpeza ainda não havia chegado, então ela e o outro homem ficaram sentados no sofá, esperando. Ele permaneceu em silêncio, apenas sentado lá, mas olhando fixamente para ela com seus olhos penetrantes...Ele já a observava havia mais de meia hora.Mas, não poderia ser.Simplesmente não poderia ser.Ela não deveria se deixar levar pela compaixão.Só tinha que evitar olhar para seus olhos suplicantes. O ditado "um lobo percorre milhares de quilômetros para comer carne" se aplicava perfeitamente a pessoas como Rafael.Não importava como ele parecesse agora, sua frieza e crueldade nas últimas décadas já estavam gravadas em sua mente.Diante do mesmo rosto, Jane sabia que não poderia simplesmente esquecer e deixar o passado para trás.Ela estava decidida a se livrar dele. Tudo o que precisava fazer era esperar Bruno tr