Rafaela parou um táxi, e o motorista perguntou aonde ela queria ir. As pessoas daqui, sempre calorosas e alegres, falavam num sotaque não muito convencional. Rafaela, acostumada a ser crítica, naquele momento, não estava no humor para criticar.Estava prestes a responder ao motorista quando o celular começou a vibrar. De repente, ela segurou o celular nervosamente, fixando os olhos no nome do chamador por um bom tempo.Rafaela estava hesitante. Se não atendesse, ela poderia procrastinar por mais tempo. Assim que atendesse essa ligação, ela não teria mais como recusar.O longo toque do celular finalmente se silenciou. Antes que Rafaela pudesse respirar aliviada, aquele toque infernal tocou novamente, incansável.Sem opção, ela atendeu:- André.- Mãe, você desembarcou, certo?Do outro lado da linha, André perguntou ansiosamente:- Mãe, vá direto encontrar a irmã, é o hotel "Memórias" que eu mencionei antes.Do outro lado, André insistia para que Rafaela encontrasse Jane. Essa informação
Rafaela ficou chocada, olhando para a pessoa à sua frente como se fosse um fantasma:- O que você está falando? - Ela disse cada palavra com extrema dificuldade.Jane contou a Rafaela tudo o que sabia de forma clara e concisa.- É assim, acredite ou não, eu não sou sua filha, não posso salvar seu filho. Pra família Pereira não falta dinheiro, ao Sr. Lucas não falta conexões, acredito que com suas conexões, se realmente quiserem salvar seu filho, deveriam ser capazes de encontrar um doador compatível. Se até mesmo a poderosa família Pereira não consegue encontrar, então eu, como uma estranha, certamente não posso ajudar.A mulher disse tudo isso com extrema calma. Se Rafaela não estivesse tão chocada neste momento, se ela gastasse um pouco mais de tempo olhando para Jane, ela veria a tristeza escondida sob a aparência calma e fria de Jane.Se não houvesse, se...Então ela não veria a tempestade por trás da calma, nem a dor sob o frio.Jane deu uma última olhada na mulher que ela chamou
"Seu pai... Ele já tem um filho bastardo há muito tempo."Jane ficou chocada, verdadeiramente chocada desta vez.Ela olhou para Rafaela e pensou consigo mesma, que família era essa!Ela já não se considerava uma Pereira, afinal, ela nem carregava mais o sobrenome Pereira, certo?- Jane, eu te imploro, por favor! - Rafaela suplicava, chorando.Jane achou a situação tão ridícula que começou a rir. E enquanto ria, as lágrimas começaram a escorrer.- Jane?Rafaela piscou, sem entender a filha que naquele momento estava tanto rindo quanto chorando.- Você...Na frente de Rafaela, a risada de Jane ficou ainda mais alta. Ela riu tanto que começou a chorar, se agachou no chão, segurou o estômago e, apontando para Rafaela, disse:- Você é a maior responsável por eu estar rindo tanto hoje.Rafaela arregalou os olhos, incrédula.- Jane, como você se tornou assim!Rafaela olhava em desespero para a filha que estava no chão, rindo tanto que precisava segurar o estômago.- Como você pode transformar
Ao abrir os olhos, todo o quarto era pálido.- Acordou?- Tiago?Ela virou os olhos novamente, acostumando-se com a luz brilhante do sol lá fora, sem perguntar por que estava no hospital. Seu entendimento estava fragmentado. Agora que acordou, aquelas memórias fragmentadas, pouco a pouco, voltavam.Ela se lembrou, era Rafaela.Perguntou lentamente para a pessoa ao lado:- Onde ela está?- Rafael não está aqui. - Disse Tiago- Eu perguntei, onde está Rafaela.Ao ouvir isso, Tiago ficou imediatamente furioso:- No seu coração, Rafael é menos importante do que uma Rafaela?Ele zombou friamente:- Jane, você já amou Rafael de verdade? Se você o amava, como podia ser tão indiferente?Ouvindo isso, Jane sentiu uma absurdidade brotando do fundo do coração. Ela olhou atentamente para Tiago, com uma seriedade incomparável.- O que você está olhando?Tiago ficou irritado com seu olhar, que tipo de expressão era aquela? Ele não achava que suas palavras eram ridículas. A mulher na cama retirou seu
A noite estava silenciosa.Havia um andar no prédio do Grupo Gomes, aceso brilhante, o símbolo do poder do Grupo Gomes.Diante da mesa de trabalho, os dedos de um homem não paravam de digitar no teclado. Cada som, parecia o estampido de uma "batalha", assim como a situação atual.Os olhos do homem, sombrios como lâminas, afiados e astutos, estavam fixados na tela, em cada detalhe.Havia três anos, ele expulsou Sandro do Grupo Gomes. Durante esses três anos, ocupado com a constante expansão, deu oportunidade aos atentos. Em diferentes setores do vasto Grupo Gomes, eles infiltraram seus espiões.Ele foi para Lagoa de B, finalmente, Sandro viu sua chance. Atacou com forças internas e externas!Muito bom!Muito bom mesmo!Nesse meio, a família Pereira estava envolvida!O homem parou de digitar, seus olhos se tornaram profundos e, de repente, um sorriso apareceu em seus lábios finos. Mas aquele sorriso, comparado ao frio em seus olhos, parecia tão falso.- Lucas, Lucas...Conforme o homem s
A reunião de acionistas do Grupo Gomes era definitivamente um grande evento, não apenas para os acionistas e executivos do Grupo Gomes, mas também para todos os outros indivíduos ansiosos do lado de fora.Se o Grupo Gomes era uma enorme entidade, então Rafael era o "imperador" que ficava no topo desta grande entidade, olhando para baixo sobre todos os outros.Neste mundo, havia algo mais lamentável do que ver um "imperador" caindo de seu pedestal, alto e inacessível, em poeira e lama suja?...Grupo GomesNa sala de reuniões.Reunião de mesa redonda, muitos acionistas, que chegaram cedo, estavam sentados à mesa de conferências.Em meio ao alvoroço, os acionistas na sala de reuniões, liderados por Fabio Amaral, se levantaram:- Sr. Sandro, você chegou.Fabio era um homem muito astuto e ele se aproximava sorrindo, seu olhar permanecia por alguns segundos no jovem ao lado de Sandro.- Sr. Sandro, este é o seu neto, não é? No seu último aniversário, eu apenas olhei de longe e já percebi qu
Na reunião da mesa redonda, as expressões das pessoas eram um tanto peculiares.A aparência de Rafael permaneceu inalterada.Mas, mesmo ele se esforçando para esconder, as pessoas perceberam sua palidez.Alguns olhares revelaram uma compreensão subentendida, para Rafael, esses dez dias também foram árduos.Sim, nestes dez dias, tudo virou de cabeça para baixo.Internamente, a crise do Grupo Gomes.Externamente, o abandono da esposa, a perseguição da inocente filha da família Pereira.Ele, Rafael, o homem que uma vez foi visto como um deus, foi derrubado de seu pedestal.Sandro finalmente falou:- Eu vou te perguntar uma última vez.Antes que Sandro pudesse completar a pergunta.- Não pergunte.A voz suave do homem ao seu lado respondeu com firmeza:- Eu sei o que você quer me perguntar.Um par de olhos escuros, escorregando sem preocupação sobre os olhos de Sandro, ligeiramente irritados:- Minha resposta, como sempre, será a mesma.Como sempre!Ele disse como sempre!Sandro apertou os
Rafael dormiu por um dia e uma noite.Bruno ligou para a mansão da família Gomes pela terceira vez e, o mordomo que atendeu o telefone, repetiu a mesma coisa com uma voz monótona e mecânica:- O senhor ainda não acordou.Isso raramente acontecia.Bruno estava perplexo.No entanto, algo que parecia impossível acontecer com um homem como Rafael, aconteceu bem diante dos seus olhos.Havia uma certa ansiedade no coração de Bruno.Ele não se preocupou com os assuntos que tinha em mãos, largou tudo e saltou para o Ford Mustang, seu último brinquedo, que estava no estacionamento subterrâneo e voou em um rugido ensurdecedor.Quanto ao Mustang, o preço não era alto, um carro de 300 a 500 mil, para alguém do status financeiro de Bruno, não era considerado um carro de luxo. No entanto, quem entendia de carros sabia que era muito prazeroso dirigir, especialmente a emoção de acelerar na estrada.Mas neste momento, este "novo favorito" de Bruno não recebeu sua atenção.Ele simplesmente o tratava com