Jane também percebeu a atenção que estava atraindo do público ao redor.- Vou ao banheiro.Ela se levantou, caminhando com pressa para fora.Como Cain poderia deixá-la escapar tão facilmente?Ao ver Jane se afastando, a expressão em seu rosto sedutor mudou. Ele tentou segui-la, mas Rafael, imóvel como uma montanha, bloqueava seu caminho.- Saia da frente!Ele tentou empurrar Rafael, cujos olhos cintilaram friamente.- Ninguém ousa causar problemas aqui. Quer mesmo testar as consequências? - Ecoou uma voz fria e sombria.Jane apressou o passo, mas os saltos altos impediam que ela se movesse rápido.- Espere. Jane! Responda a uma pergunta para mim!Cain estava desesperado, como ele poderia deixar essa oportunidade passar?Se ele não tivesse encontrado essa mulher novamente hoje, talvez ele tivesse deixado isso passar.Jane parou.De costas para Cain, ela ficou em silêncio por quase meio minuto, antes de finalmente responder, sua voz rica e profunda, sem qualquer emoção.- Tudo bem.- Voc
Xavier estava surpreso, sem palavras. Olhava atonitamente para Jane por alguns instantes, antes de finalmente dizer com um olhar de realização:- Jane, eu não acredito. Eu não acredito que você seja realmente uma mulher que só pensa em dinheiro. Se fosse assim, por que teria me dito aquelas coisas na última vez? Por que teria me aconselhado a não me tornar a pessoa que detesto só por sua causa... Jane, eu não acredito que você seja assim. Eu sei que te magoei com minhas ações, mas...- Não tem mas. Xavier, vamos ser francos, eu vou ser direta com você. Você quer que eu vá com você? Ok, mas só quando você derrotar Rafael...Ela riu um pouco e estendeu a mão:- Você tem um cigarro?Xavier ficou confuso com a pergunta repentina, mas apenas assentiu e disse:- Tenho...Jane estendeu a mão e disse:- Dê-me um.- Para que você quer um cigarro? Xavier não entendeu, mas mesmo assim, estendeu a mão com um cigarro.Quando Xavier pegou a caixa de cigarros, também pegou o isqueiro. Quando Jane peg
Jane conseguiu descer do carro, mas foi praticamente carregada.- Eu não vou descer! Me solta! Me solta!Com quase todo o corpo carregado por Rafael, restavam apenas suas mãos, segurando-se desesperadamente à porta do carro. Seus pés chutavam freneticamente contra ele. - Quem saberia onde teriam acertado naquele tumulto.- Não foi você que acabou de dizer que queria descer? Ouvindo isso, Jane imediatamente recuperou a compostura:- E você não era o cara que recusava casar-se comigo, mesmo eu tendo ido para a prisão? - Ela respondeu sarcasticamente.- Aquilo foi um erro. Agora eu estou corrigindo.Havia uma luz fugaz no belo rosto do homem, tornando sua expressão ainda mais determinada sob a luz.- Rafael.Ela disse, sorrindo:- Agora, eu também estou corrigindo erros.Enquanto trocavam farpas, o olhar do homem era frio. Ignorando sua última observação, ele falou com convicção:- A partir de hoje, você será a esposa de Rafael e mãe dos meus filhos.- Rafael, você me enoja! - Jane disse
Um Bentley preto entrou em uma alameda arborizada, as altas árvores dos dois lados pareciam inclinar-se para trás, enquanto o carro atravessava o portão de ferro forjado, passando pelo jardim, e continuava a avançar para o interior.Parou delicadamente na entrada, Rafael saiu primeiro do carro, depois se inclinou para pegar a mulher no carro.Os olhos da mulher estavam vazios, permitindo que ele a carregasse.O mordomo disse:- Senhor, você voltou?Enquanto falava, seu olhar caiu na mulher desgrenhada nos braços de Rafael. Ao ver o terno masculino que a cobria, seu olhar repentinamente paralisou.Os lábios ressecados se mexeram algumas vezes, forçando um sorriso enquanto se inclinava.As pessoas passavam por ele, e o velho mordomo lançou um rápido olhar furtivo. Só um olhar, e ele imediatamente ficou chocado ao ver a certidão de casamento chamativa.- Senhor, deixe-me levar isso para você. - O mordomo apressadamente se aproximou, sua garganta seca enquanto falava.Estendeu a mão, tenta
- Mordomo, venha comigo.O mordomo estava prestes a fechar a porta da mansão quando ouviu uma voz grave por trás dele. A mão do mordomo, apoiada no batente da porta, tremeu imperceptivelmente. Sem ter tempo para se virar, a sombra por trás dele já havia passado diante de seu rosto, atravessado a porta principal e saído ao ar livre.Imediatamente, o mordomo seguiu silenciosamente, caminhando com a cabeça levemente baixa e sempre a menos de um metro de distância da figura esguia à sua frente.Um mestre e seu servo, os dois navegaram pelo longo corredor, contornando a mansão e caminhando em direção ao quintal.Quanto mais avançavam, mais profundo o caminho se tornava.Quanto mais profundo o caminho, mais as árvores à beira da sombria trilha se erguiam, tornando-se ainda mais sombrias à noite.E agora, o inverno havia chegado.Com tudo em silêncio, as árvores sem folhas.De tempos em tempos, pássaros selvagens voavam com o bater de asas entre os galhos secos.Era terrivelmente sombrio.Um
Na madrugada, ele partiu, deixando Jane, apesar da juventude, com a aparência de uma velha senhora em seus últimos dias. Em pleno inverno, com o sol brilhando intensamente, ela se acomodava numa cadeira de descanso com um cobertor e uma bolsa de água quente para aquecer suas mãos e pés, postada sob a varanda, absorvendo a luz solar. Parecia um tronco seco e morto.Um novo mordomo havia chegado à mansão. Assim como mordomo, o recém-chegado era sério e diligente. No início da manhã, podia-se ouvir a transmissão de responsabilidades entre o novo e o velho mordomo. Ambos, veteranos na arte da servidão, realizavam suas tarefas com perfeição, embora sob essa tranquilidade superficial se escondesse uma competição acirrada.Os diálogos intermitentes entre os mordomos entravam pelos ouvidos de Jane. Eles não falavam muito, mas cada palavra tinha peso. Jane olhava para a frente, indiferente ao sucesso ou fracasso da transição. Não tinha a mínima ideia da diplomacia sutil e inexpressiva por trás
A fazenda da família Gomes- Senhor, você voltou?- Hmm.Rafael entregou o sobretudo de lã a Eduardo:- O almoço está pronto?- Está tudo preparado. Moqueca de camarão, misto quente, feijoada e espeto de camarão. Tudo feito com os ingredientes mais frescos.Rafael acenou com a cabeça:- Prepare tudo, coloque na bandeja e me traga.Eduardo era muito meticuloso no que fazia.- Já está tudo pronto e na bandeja.- Me traga.Rafael, carregando a bandeja, dirigiu-se ao segundo andar.Quando ele retornou, o som do motor do carro chamou a atenção do mordomo.O mordomo, agora sem qualquer poder, era apenas permitido, por Rafael, a viver na fazenda até a aposentadoria, uma espécie de gratidão pelo antigo relacionamento de mestre e servo.- Jane, vamos comer.Rafael colocou a bandeja na mesa de cabeceira. Jane pareceu surpresa, não esperava que ele voltasse neste horário.- O que você está fazendo aqui?- A empresa tem estado bastante tranquila recentemente, não há muito o que fazer. - Enquanto f
- O que você está tomando?Rafael apareceu de repente na porta. A mão de Jane, segurando a garrafa, tremeu um pouco. Um momento de confusão, depois, ela se recompôs:- Vitamina, que Cristina me trouxe anteontem.Dizendo isso, Rafael entrou, pegou o frasco das mãos de Jane, olhou-o e a dúvida em sua testa se dissipou. Pensou um pouco mais, lembrando que Cristina de fato tinha vindo anteontem.Enquanto conversavam, Eduardo bateu na porta. Rafael e Jane olharam ao mesmo tempo:- O que é? - Rafael perguntou a Eduardo na porta, enquanto colocava o frasco de volta.- Há um casal lá embaixo, que se apresenta como os pais da senhora.Eduardo foi contratado como mordomo da família Gomes, responsável por todas as coisas grandes e pequenas da propriedade, e ele era um mordomo excepcional. Tendo trabalhado na indústria por décadas, como poderia ter sido contratado por Rafael se não fosse bom?Tal mordomo competente, antes de assumir a administração de toda a propriedade da família Gomes, naturalme