- Nuno!O velho mordomo sussurrou, com um tom sombrio:- Você também não gostaria que o Sr. Rafael soubesse daquilo, não é?O olhar baço do mordomo, marcado pela velhice, porém contraditoriamente impregnado de um veneno severo que um homem de sua idade normalmente não possuiria!Do outro lado da linha, a pessoa permaneceu em silêncio por um momento, o semblante carrancudo do mordomo se suavizou ligeiramente.- Mordomo, alguém já te disse...Do outro lado da linha, a voz zombeteira de Nuno foi ouvida:- Que você é completamente sem vergonha?Ao ouvir isso, o mordomo apertou os dentes!No entanto, ele ainda insistiu:- A morte desta canalha será boa para ambos. Independentemente do que aconteceu no passado, um morto não causará mais problemas.Subentendendo... quem iria falar por um morto?- Sr. Oliveira, matar aquela Jane também será bom para você. - A voz envelhecida, que ameaçava um momento antes, agora adotava um tom respeitoso ao se referir ao Sr. Oliveira.Do receptor, veio um brev
- Chefe, me sinto culpado pela confiança que você depositou em mim. - No escuro escritório, Michel sentia uma culpa avassaladora.Rafael manteve a expressão inalterada:- Não encontrou nada?Michel baixou a cabeça ainda mais, dizendo com remorso profundo:- Chefe, eu não consegui realizar a tarefa que você me incumbiu. Foi tudo por causa da minha incompetência. Se fosse o Gabriel, ele já teria encontrado algo. O Chefe ordenou-lhe que investigasse discretamente os acontecimentos de três anos atrás. Três anos se passaram, e a questão não foi fácil de ser examinada. No entanto, mesmo após tanto tempo, ele não havia encontrado nada útil.Ele só conseguiu descobrir evidências que eram prejudiciais à Srta. Jane.Mas... ele era diferente de Gabriel. Gabriel estava convencido de que a Srta. Jane era culpada. No entanto, Michel, desde o início, tinha dificuldade em acreditar que a Srta. Jane seria esse tipo de pessoa.Portanto, quando soube que o Chefe estava interessado em investigar os acont
- Não, o Sr. Sandro não teria razões para fazer isso...- Fui negligente. - O homem olhou para a janela, falando distraidamente.Michel estremeceu, os ombros pesando significativamente... O chefe estava convencido de que o Sr. Sandro era responsável por isso.- Chefe, por favor, reconsidere. Deve haver algo que não sabemos. Dê-me um mês, eu vou descobrir o que está acontecendo aqui! - Michel se ajoelhou de repente, com resolução.A família Gomes sempre foi boa com ele. Se não conseguisse provar a inocência da Srta. Jane por causa deste relatório e provocasse conflitos internos na família Gomes, Michel se sentiria culpado!Ao ouvir isso, Rafael olhou friamente para Michel, que estava ajoelhado no chão, o riso amargo escapando de seus lábios:- Eu te pedi para investigar o que aconteceu há três anos. Agora, Michel, você ainda acha que ninguém sabe sobre isso?Ele apontou para os documentos na mesa, com uma expressão fria:- Tenho medo que, desde o início, quando você começou a agir, já e
- Em meia hora, alguém virá para te arrumar.Dito isso, com um silêncio absoluto, a porta se fechou novamente.Observando a porta fechada, Jane agarrou firmemente seus punhos... Como poderia ter chegado a este ponto?Por que, depois de tudo o que aconteceu, ele podia permanecer tão calmo?Por que ele a mantinha presa nesta esplêndida mansão?Agora, Cristina se tornou seu único meio de comunicação com o mundo exterior.Ela estava sentada perto da janela, podendo ver a maior parte do mansão, e as duas portas de ferro que estavam profundamente gravadas em sua memória estavam abertas, permitindo a entrada de um veículo de trabalho.A janela estava aberta numa fresta estreita, o som do motor do carro, o freio, o motor desligando, e então, a voz monótona do mordomo dizendo "siga-me". Jane sentava-se em frente à janela, ouvindo esses sons, e o rosto sem expressão do mordomo surgiu em sua mente.De repente, ela se levantou, corre em direção à porta do quarto, colocou o dedo na maçaneta, faz um
Não esperava humilhação, mas em seu ouvido ecoou a voz grave e levemente repreensiva do homem:- Não quero mais te ver correndo apressada.Enquanto falava, Rafael colocava o pé de Jane no chão. Se ela demonstrasse um pouco de cuidado com a própria saúde, ele não a trataria dessa maneira. Ele lançou outro olhar frio para o pé dela.- Onde estão seus sapatos?- Sapatos? Que sapatos?Jane seguiu o olhar dele, só então lembrou-se de que, ao se levantar tão apressadamente, com o coração focado em encontrar esse homem, em protestar contra ele, em expressar a fúria que fervilhava dentro dela havia tempos, ela acabou saindo descalça do quarto.Então... Ele estava checando seus pés?Parecia absurdo... Ele seria tão gentil? Estaria realmente preocupado com ela?A cama se moveu levemente, uma sombra escura se levantou à sua frente.- Deixe-a pronta em meia hora.Rafael levantou o pulso para olhar o relógio, deu a ordem com uma voz profunda e, tranquilamente, se virou para ir embora.A expressão
"Lembrar, como não sentir dor? Se não causasse dor, por que gastaria metade da minha vida? Se não causasse dor, quem seria louco o suficiente para apostar metade da vida em uma batalha de vitória ou derrota? E a recompensa é apenas... Que ele finalmente concorda em se virar para olhar para mim? Forcei-me a aprender a indiferença e a crueldade dele em três anos, forçando-me a reconhecer a realidade, lembro-me agora... É tão cruel... Vou retirar até a oportunidade de ser uma ‘tartaruga que encolhe a cabeça’?"Ela tentava desesperadamente convencer a si mesma de que não se importava mais, não amava, e então poderia escapar desse círculo."Então, eu ainda me importo. Então, meu coração ainda dói. Então, o sentimento de amar alguém obsessivamente sempre será gravado no coração."Ela olhou para o teto, desejando poder ser como a personagem principal de um romance, se envolver em um acidente de carro, perder a memória e então poder esquecer tudo. Se apenas pudesse ser assim, seria maravilhoso
O pé esquerdo estendido pairava acima da escada, o velho mordomo permanecia no andar de baixo, fixando seu olhar na mulher na entrada do segundo andar. A princípio, ele se surpreendia por ela não usar um vestido branco, mas que importância tinha isso? O importante era que essa mulher sofresse."Agora, ela deve estar muito mal, não é? Essa postura... Ela vai pular, não é? Pule, pule, pule! Maldita, deveria ter morrido há muito tempo. Maldita... Se três anos atrás, todo o sofrimento que Xaviana suportou tivesse sido suportado por essa mulher... Xaviana não teria morrido."Os olhos do velho mordomo estavam fixados em Jane na entrada do segundo andar... "Pule! Pule agora!"Jane observou toda a maldade nos olhos do velho mordomo que esperava ao pé da escada.Seus lábios, delineados com um vibrante batom vermelho pelo maquiador, se curvaram num leve sorriso. O pé esquerdo pisou firmemente no degrau seguinte, vendo claramente a desilusão infinita nos olhos do mordomo."Mordomo, não tenho inte
Jane também percebeu a atenção que estava atraindo do público ao redor.- Vou ao banheiro.Ela se levantou, caminhando com pressa para fora.Como Cain poderia deixá-la escapar tão facilmente?Ao ver Jane se afastando, a expressão em seu rosto sedutor mudou. Ele tentou segui-la, mas Rafael, imóvel como uma montanha, bloqueava seu caminho.- Saia da frente!Ele tentou empurrar Rafael, cujos olhos cintilaram friamente.- Ninguém ousa causar problemas aqui. Quer mesmo testar as consequências? - Ecoou uma voz fria e sombria.Jane apressou o passo, mas os saltos altos impediam que ela se movesse rápido.- Espere. Jane! Responda a uma pergunta para mim!Cain estava desesperado, como ele poderia deixar essa oportunidade passar?Se ele não tivesse encontrado essa mulher novamente hoje, talvez ele tivesse deixado isso passar.Jane parou.De costas para Cain, ela ficou em silêncio por quase meio minuto, antes de finalmente responder, sua voz rica e profunda, sem qualquer emoção.- Tudo bem.- Voc