Ele era odioso! Detestável. Ah, ela odiava aquele homem. Ou então poderia com facilidade fazê-lo triturar aquela palavra odiosa. Queria só se sentar e chorar na sua miséria. Aquele corte doía... E seu temperamento explosivo aflorou com naturalidade diante daquele homem. Ah, com toda a certeza ela odiava mesmo ele.
Só que aparência dele parecia terrivelmente masculina e primitiva. Perigosa. Sentia o sangue latejas nas têmporas ao apoiar-se na manopla da corrente da âncora. Não reparava mais em Cornor. Que Cornor fosse para o inferno.
Ele não a tinha reconhecido. Estava satisfeita, muito satisfeita aquilo. Não a incomodava nem um pouquinho. Desde quando um maldito lobo não podia farejar?
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Ninguém falava, nem mesmo Cornor.Ninguém esperava por aquilo. Rick deteve-se boquiaberto. Não era somente ruim. Era péssimo! Por que ele se lembrava de Faith? A maior parte dali concordava com ela mais sabia ter prudência o suficiente para não fazer comentários. Raios! O menino de fato tinha pavio curto. E a lista infindável de acusações prosseguia de forma implacável. O garoto pretendia liderar um motim, senhor Deus? Ou liderar uma batalha?Passado o choque, Cornor gritou e urrou como um animal teria feito diante dos insultos. Ele exibia uma cor magenta no rosto e podia arrancar os bigodes com os dedos tamanha a fúria. Rick teve o cuidado de colocar-se a frente de Kassuim quando o rosto alterava de cor, enquanto Michael ajudava a impor distância. O garoto era imprudente Irresponsável.
O corpo dele reagiu num espasmo involuntário que o fez abafar um gemido. Ele precisava com urgência passar algumas horas com Mayra. Sexo, puramente sexo para extravasar a energia. Mayra era excelente para levar um homem ao paraíso e ele podia se liberar.-Estou avisando, moleque. Nem Thalagar dessa vez vai salvar seu pescoço. E não vão ser apenas algumas chibatadas.“Não vai encostar as malditas garras nela!”Era definitivamente uma mulher. Rick suspirou miserável.Cornor forçav
Podia jurar que o corpo pequeno se contraia num espasmo de dor junto ao seu. Ele, ou ela, ou o que o maldito fosse estava ferido. Não era impressão sua. O sangue tinha um atrativo natural para ele depois de tanto tempo sem caçar.-Não... – a resposta era um sussurro baixo.Ela mentia. Desviou a cabeça rompendo o contato. Seria sua ruína total se caísse em prantos no meio do convés e faltava muito pouco para aquilo. Estava também se sentindo cansada e zonza. O ferimento deveria ter voltado a sangrar. Precisava se afastar daquele homem. Ou então se aninhar nos braços dele. A dor não passava. Fisgava e latejava. Sentia
Michael respirou fundo ao emergir das águas geladas do mar de Ravlen, ignorando o frio latejante. Impaciente e gelado com a temperatura baixa procurou Morgan.- Essa água está gelada. – Ele reclamava. – Que malditas peças são essas? O garoto estava se referindo aquelas Peças de quatro?As ondas faziam espumas, indicando rochedos nas proximidades e a correnteza era forte ao impulsionar as pernas. Já tinha sido um milagre não terem se ferido naqueles rochedos. Mas não havia qualquer sinal do garoto.-Consegue ver alguma coisa? - Richard gritava para ser ouvido acima do barulho das ondas.&
Dizia aquilo com uma litania ao forçar o corpo para fora do mar. Apoiando-se no bote ansioso para que o ar frio aplacasse a febre infernal.Era alucinação. Era claro que era. Não podia haver outra explicação.Era com toda certeza o pior dia de sua vida. Olhou com desânimo para Kassuim. Era... Ah, era...Era ela. As lembranças tinham nítidas como os raios que rasgavam o céu escuro.Era bem, era uma maldição. O menino não respirava. A tonalidade azulada dos lábios... Estava morto? 
- Respire! Vamos! – ele rosnava com raiva.Não podia ser alucinação. Ele também conhecia aqueles olhos prateados. Olhos de feiticeiros. Qualquer um sabia que era a marca de um feiticeiro ao lançar um encantamento. Deus! Ela... Ela era uma feiticeira? Misericórdia, como ela podia seu uma feiticeira? Não estavam todos mortos?Outra vez ele forçou o ar dentro dela.E mais várias sucessivas vezes. Nada!-RESPIRE!Ele fo
O peito de Kassuim subiu e desceu sem qualquer resposta.Ele também se lembrava da noite em que havia resgatado o suposto menino e entregue a Will. O ataque em Glenhouse tinha sido devastador. Os homens de Escarlate lutavam contra transformados e algo pior... Algo muito mais terrível e sombrio. Morgan jamais acreditara naquelas histórias até encontrar um. ICHICHOS! Ninguém sobrevivia ao ataque daquelas criaturas. Pelo menos era o que já tinha ouvido. Lilandra era uma poderosa feiticeira e não havia sido capaz de suportar o ataque deles. Mas Kassuim... De alguma forma tinha sobrevivido.Era ela. Com certeza era a mulher que lhe salvara a vida.
O primeiro pensamento agoniado foi que sufocava.Gemendo, Kassuim tentou respirar ofegante enquanto expelia grandes golfadas de água salgada. O ar frio em seu peito provocava arquejos dolorosos, que ela não saberia dizer se eram por causa da contração do estômago ou do ferimento. A essa altura o corpo inteiro latejava. Tinha a impressão que vomitava um oceano inteiro de água. O estômago enjoado se revirava, fazendo-a suar frio. A garganta queimava com a sensação do sal.Ela estava viva? Era difícil de acreditar. Só que estava viva tremendo de frio e miseravelmente dolorida enquanto o homem de expressões severas a enc