Dizia aquilo com uma litania ao forçar o corpo para fora do mar. Apoiando-se no bote ansioso para que o ar frio aplacasse a febre infernal.
Era alucinação. Era claro que era. Não podia haver outra explicação.
Era com toda certeza o pior dia de sua vida. Olhou com desânimo para Kassuim. Era... Ah, era...Era ela. As lembranças tinham nítidas como os raios que rasgavam o céu escuro.
Era bem, era uma maldição. O menino não respirava. A tonalidade azulada dos lábios... Estava morto?
 
- Respire! Vamos! – ele rosnava com raiva.Não podia ser alucinação. Ele também conhecia aqueles olhos prateados. Olhos de feiticeiros. Qualquer um sabia que era a marca de um feiticeiro ao lançar um encantamento. Deus! Ela... Ela era uma feiticeira? Misericórdia, como ela podia seu uma feiticeira? Não estavam todos mortos?Outra vez ele forçou o ar dentro dela.E mais várias sucessivas vezes. Nada!-RESPIRE!Ele fo
O peito de Kassuim subiu e desceu sem qualquer resposta.Ele também se lembrava da noite em que havia resgatado o suposto menino e entregue a Will. O ataque em Glenhouse tinha sido devastador. Os homens de Escarlate lutavam contra transformados e algo pior... Algo muito mais terrível e sombrio. Morgan jamais acreditara naquelas histórias até encontrar um. ICHICHOS! Ninguém sobrevivia ao ataque daquelas criaturas. Pelo menos era o que já tinha ouvido. Lilandra era uma poderosa feiticeira e não havia sido capaz de suportar o ataque deles. Mas Kassuim... De alguma forma tinha sobrevivido.Era ela. Com certeza era a mulher que lhe salvara a vida.
O primeiro pensamento agoniado foi que sufocava.Gemendo, Kassuim tentou respirar ofegante enquanto expelia grandes golfadas de água salgada. O ar frio em seu peito provocava arquejos dolorosos, que ela não saberia dizer se eram por causa da contração do estômago ou do ferimento. A essa altura o corpo inteiro latejava. Tinha a impressão que vomitava um oceano inteiro de água. O estômago enjoado se revirava, fazendo-a suar frio. A garganta queimava com a sensação do sal.Ela estava viva? Era difícil de acreditar. Só que estava viva tremendo de frio e miseravelmente dolorida enquanto o homem de expressões severas a enc
O primeiro pensamento agoniado foi que sufocava.Gemendo, Kassuim tentou respirar ofegante enquanto expelia grandes golfadas de água salgada. O ar frio em seu peito provocava arquejos dolorosos, que ela não saberia dizer se eram por causa da contração do estômago ou do ferimento. A essa altura o corpo inteiro latejava. Tinha a impressão que vomitava um oceano inteiro de água. O estômago enjoado se revirava, fazendo-a suar frio. A garganta queimava com a sensação do sal.Ela estava viva? Era difícil de acreditar. Só que estava viva tremendo de frio e miseravelmente dolorida enquanto o homem de expressões severas a encarava furioso apesar de todo o cuidado ao ampará-la.Era ele! Aquilo era impossível, não era? A cabeça latejava tanto quanto o corpo. Como ia conseguir se manter afastada dele dentro de um navio? Ao menos ele não a reconhecera e saber
A calça bendita nada tinha cedido. Richard pigarreou ao puxar mais forte. Era uma pinta em forma de uma lágrima que se destacava na pele alva na curva da coxa dela? Voltou a engolir em seco, totalmente sem saliva.Maldita garota teimosa.Aquilo era injusto. Forçava-se a não reparar nos pequenos detalhes que surgiam diante de seus olhos ávidos. Seus olhos contemplavam os seios perfeitos que cabiam com perfeição em suas mãos. Desceram pelo ventre liso até se deterem na visão tentadora...Ele ofegou. Lembrava muito bem do prazer que sentia quando os dedos acariciavam a carne macia arrancando-lhe gemidos deliciosos, a garota estremecendo em seus braços enquanto ele se exauria enterrado profundamente naquele corpo. Era a primeira vez que ele a contemplava depois de meses. Na época o ferimento nos olhos impedia sua visão. Era muito mais do que ele tinha imaginado em seus devanei
A primeira coisa que tinha feito ao voltar ao tombadilho foi descobrir que ninguém de forma inacreditável tinha visto alguma coisa. Em geral, seus homens acordavam aos poucos, trôpegos e com dor de cabeça.Ele suspirou sem demonstrar surpresa. Não havia corpo, pois ICHICHOS não deixavam corpos ao serem mortos. Ele encarava o irmão muito pouco à vontade e irritado. Explicar um ataque daqueles seria explicar que havia uma feiticeira a bordo do Gaia.A febre de Kassuim inevitavelmente havia começado pela madrugada, junto aos delírios e os primeiros respingos de chuva. A garota era uma feiticeira só que tinha reagido a erva de lobo como qualquer lobo para seu total espanto.Ele tentava cochilar apesar de outro dia exaustivo sem conseguir. Remexia-se inquieto, tentando acomodar o corpo na cadeira desconfortável. Michael estava cada vez mais desconfiado. E os comentários, bom, estavam
Era um desafio. A irritação causava-lhe mau-humor que era acentuado pelo desejo controlado. Por que Will não lhe entregara a garota antes afinal?-Essa garota é encrenca, Rick. Mande-a de volta. Com sorte talvez morra dessa vez. Philip Morgan morreu louco por conta dela.- Pode dizer para mim o que o perturba? Que bicho mordeu você, homem?Rick olhava para o irmão sem palavras. Ele tinha providenciado como todo o clã espera uma esposa e a mulher era uma feiticeira. A alcatéia não ia tolerar aquilo. Por várias vezes ele pensava naquilo enquanto conferia pessoalmente a lista de tripulantes do navio. Haviam encontrado entre os destroços da escuna um brasão que ele havia aprendido a conhecer mais do que gostaria. James de Macgrover não era um homem que deveria ser subestimado. Aquela emboscada não parecia mais tão inocente assim. Se aquele homem havi
- Cassie...- Não vou fazer qualquer feitiço para você. Vou lhe explicar pela última vez, e juro que vou lançar uma maldição. Não vou me importar de usar magia.Usar magia? Era muito bom mesmo. Richard esforçou um sorriso, avaliando irritado na irresponsabilidade de deixar as armas pela cabine espalhadas. Ela delirava e de repente ele era uma ameaça. O que ela estava vendo? Na verdade, quem, santo Deus? Maldito Phil. Tinha procurado por Cassie... Não havia sido suficiente a antiga amante surgir de repente com uma criança de forma inesperada para separá-los antes. Rick podia apenas agradecer a Providência do filho inesperado e os gêmeos brincarem juntos sob o olhar atento de Cassie. Até o castelo ser invadido e levarem sua esposa. Três bebês pra cuidar... Cassie ainda grávida e com o pequeno Saor no colo.A memória ia longe...As l