Henrique narrando
- Quem era a moça ? - Mané pergunta assim que entro no carro.
- Não perguntei nome, apenas ofereci carona - Digo para ele.
Ela parecia bem marrenta, não deveria ter mais de 18 anos e pelo que entendi o menino é seu irmão.
Ela tinha uma aparência doce oque me lembrou um pouco Camila.
Camila , nunca mais tive notícias dela e nem das minhas filhas , ela evaporou, ela fugiu com a ajuda de alguém por que ela não iria sumir assim sozinha.
Depois que Camila sumiu eu consegui trazer quase tudo para o Brasil assim não precisava ficar viajando tanto, e podia tentar procurar ela ,mas não achei em lugar nenhum.
- Tio Rick - Junior diz assim que me vê e pego ele no colo.
- Carmem ligou e disse que devemos uma visita para ela na nova casa - Diogo diz
- Vamos amanha lá a tarde - Eu digo e ele me olha estranho.
Isadora narrando
A minha sorte era que Lucas ficava o dia todo na creche e assim eu conseguia fazer as minhas faxinas, e também ele comia na creche , oque fazia a comida durar um pouco mais em casa ,já que não tinha muito.
- Boa tarde Dona Carmem - Digo assim que a encontro entrando na casa.
- Boa tarde Isa - Ela diz sorrindo.
- Será que eu posso conversar com a senhora ? - Eu falo.
- Se for rápido sim, por que vou ter uma reunião daqui uns dez minutos - Ela diz
- É que - Eu digo engolindo seco, eu iria precisar pedir um adiantamento para começar a pagar o tratamento de Lucas, mas não gostava de pedir o dinheiro.
- Você resolveu vir trabalhar comigo? - Ela pergunta e eu nego com a cabeça rapidamente .
- Não isso não - Eu digo para ela - Não que eu ache errado , mas é que
- Tudo bem Isa - Ela diz sorrindo - Não precisa ficar nervosa, você precisa de dinheiro é isso? - Dona Carmem era uma pessoa muito querida , apesar do que ela fazia aqui, ela não obrigava ninguém, todas que trabalhavam aqui, trabalhava porque queriam, os clientes aqui eram muito ricos oque faziam elas ganhar muito dinheiro, mas eu não me deixava levar por essas promessas jamais.
- É que eu vou ter que pagar o tratamento de Lucas e eu não tenho como - Eu falo para ela que me olha com dó.
- E o seu pai querida ? - Ela pergunta
- Você sabe eu não posso contar com ele para nada - Eu Digo - Se ele consegue qualquer dinheiro você sabe para onde vai.
- Quanto você precisa ? - Ela pergunta
- O tratamento e 2.500,00 - Eu digo e ela me olha atenta - Mas eu estou fazendo faxinas de manhã também, e para começar eu precisaria de 700,00 adiantado. - Eu respiro fundo - Eu posso ajudar na cozinha a noite tambem, passar roupa, qualquer coisa nesse sentido para pagar.
Olho para a porta e vejo dois homens parados , Carmem logo se vira para eles e abre um sorriso, reconheço um deles e era o moço que deu o chocolate para Lucas.
- Querida , conversamos daqui a pouco - Ela diz e eu assinto, sinto o olhar do moço encima de mim, mas viro e vou para a cozinha terminar de limpar lá.
Henrique narrando
Entramos na casa já que a porta estava encostado e já éramos de casa por ali, escuto a conversa de Carmem com uma menina e vejo que é a menina que eu ofereci carona ontem. Ela parecia triste falando com Carmem.
Carmem nos vê e fala alguma coisa par a moça que me encara assim que vê que eu à encarava tambem, mas vira e sai pelo corredor à fora.
- Henrique - Carmem diz vindo ao nosso encontro - Diogo - Ela sorria para nós - Quanto tempo.
- Você está linda - Eu elogio ela que assente sorrindo.
- Vamos até a minha sala - Ela diz nos levando até lá.
Estava curioso para saber quem era a menina e se ela trabalhava aqui, ela era muito bonita , ingênua e tinha um rosto angelical.
- Carmem aquela menina trabalha aqui? - Pergunto para ela
- Se interessou por ela Henrique ? - Carmem sentando. - O nome dela é Isadora.
- Ela é bem bonita - Diogo fala - Quem sabe ela faz nosso amigo esquecer de alguém -Diogo diz sentando também.
- Talvez - Eu falo para ela - Eu conheci ela ontem, ela estava se escondendo da chuva com uma criança.
- É o irmão dela - Carmem diz
- Isso , ofereci carona já que a chuva estava forte ,mas ela é marrenta e não aceitou - Eu falo
- Ela apenas faz a faxina aqui - Ela diz - Eu já até tentei trazer ela para essa vida , mas ela não quiz de jeito nenhum - Carmem diz.
- Ela não parece ser igual as outras aqui - Diogo fala - Mas ela não é muito nova para fazer faxina ?
- Ela sustenta o irmão de 3 anos - Carmem fala - A mãe morreu em um acidente , e o pai e um drogado que não está nem aí para eles.
- Deve ser por isso que ela é marrenta - Eu falo
- Eu tenho muita pena dela - Carmem diz -
- Ela estava pedindo dinheiro? - Eu pergunto
- Sim - Carmem respondi - Ela trabalha muito bem, não tenho oque reclamar dela - Ela diz - Ela largou a escola , e o menino fica o dia todo na creche , e ela trabalha de manhã e de tarde.
- E trabalhar aqui a noite ela não quer ? - Diogo diz - Ganharia dinheiro bem mais fácil.
- Ela é até virgem - Carmem diz - sonha com um príncipe encatado - Ela diz rindo e acabamos rindo junto.
- Quem sabe um dia ela mude de ideia - Eu falo
- Se isso acontecer , você será o primeiro cliente - Ela diz sorrindo.
Depois de algumas horas ali conversando, já estava anoitecendo, no caminho até o pátio não tinha encontrado a Isadora , ela já deve ter ido embora.
- Que trânsito - Eu digo para Diogo
- É porque tem uma creche antes da subida e aí tranca tudo - Diogo responde .
Mais de 20 minutos parado esperando os carros andarem, tudo por causa das crianças que saiam da escola.
Enfim conseguimos andar e logo que começamos a subir com o carro, vejo Isadora subindo com uma criança no colo, que deveria ser o seu irmão.
- Vai parar ? - Diogo pergunta
- Acho difícil ela aceitar a carona, mas vamos tentar - Eu falo
Paro o carro um pouco mais a frente dela e desço esperando ela chegar mais perto, quando ela me encara , ela desvia o olhar, ela parecia cansada, bem cansada.
- Isadora - Chamo ela que me encarava agora - Você mora aqui perto?
- Não - Ela diz grossa.
- Então entra no carro que eu te levo - Ela me encarava sem reação - Eu não vou te fazer mal, só quero te ajudar , você parece que trabalhou o dia inteiro, deve estar cansada, e o menino está dormindo.
Ela parece pensar um pouco,mas acho que o cansaço venceu ela.
- Tá pode ser - Ela diz meio tímida.
- Acho que não nos apresentamos ,eu sou Henrique - Eu digo para ela abrindo a porta de trás do carro - E esse é meu quase irmão Diogo.
- Oi - Ela diz cumprimentando Diogo que assente para ela.
Ela estava bastante tímida e parecia estar desconfortável por estar ali.
Ela me mostra a onde fica a sua casa e paro na frente, a casa era simples .
- Obrigada - Ela diz descendo do carro com o menino no colo.
Cuido ela entrar dentro de casa e depois arranco com o carro.
Eu não sei porque, mas parecia que tinha algo que me deixou preso à ela.
Isadora narrandoLucas estava dormindo e eu estava bastante cansada, eu não sei se iria conseguir aguentar essa rotina de trabalhar de manhã e a tarde direto, mas eu iria ter que aguentar.A nossa casa era pequena e era de um quarto só, e claro que meu pai que dormia no único quarto da casa, eu e Lucas ficávamos na sala.- Sua vagabunda - Meu pai diz entrando na sala - Já está se vendendo ,que um dos clientes veio te trazer na porta de casa - Ele diz exaltado - Eu sabia que você era uma vagabunda.- Eu não tenho clientes - Eu digo - Você me respeita que eu sou sua filha - Eu digo para ele e o mesmo me dá um tapa na cara.- Cala a boca sua vagabunda - Ele diz me dando um soco no rosto e eu caio Pra trás - Cadê o maldito dinheiro - Meu pai estava muito drogado, e eu só sabia chorar , ele abre a minha bolsa e pega os 400 reais que tinha na minha bolsa que eu ajuntei a semana intei
Isadora narrandoCom o adiantamento que Carmem me deu dos 700 reais, eu consegui comprar os remédios de Lucas e também uma roupa de frio que ele precisava. Já que meu pai não se importava com nada, nada mesmo.Estava saindo de casa para ir fazer a faxina na Dona Carmem, quando um oficial de juiz bate palmas na frente da casa.- Boa tarde - Digo saindo e indo em direção a ele.- Preciso entregar isso e que você assine para mim - Ele diz me entregando o papel- Oque é isso? - Pergunto para ele- Por falta do pagamento da hipoteca a casa vai para leilão - Ele diz e eu o encaro - Tem 20 dias para regularizar a situação que aí a casa não vai para leilão, é só entrar nesse endereço.- Obrigada - Eu digo assinando o papel, eu encarava o papel na minha mão depois e não estava aacreditando.Se a casa fosse a leilão para onde eu
Henrique narrando- E aí - Diogo diz entrando no escritório - Você não sai mais da aqui. - Ele entra bufando.E ele estava certo, minha vida virou aqui dentro depois que Camila foi embora, a maioria do tempo ficava procurando algum lugar a onde ela possa estar, mas nem sinal dela e das minhas filhas.- Fui na Carmem hoje e salvei a sua loirinha - Ele diz- Loirinha? - Eu pergunto- A Isadora - Ele diz com um sarcasmo- Como assim salvou ela ? - Eu pergunto sem entender, já estava achando que Diogo estava drogado.- Ela passou mal e quase rolou escada a baixo - Ele diz - Carmem falou que ela passa muita necessidade e que o mal estar dela deveria ser fome e fraqueza.- Mas ela está bem agora? - Digo com um fio de preocupação.- Sim - Diogo diz - Mas descobri que a casa a onde ela mora vai para
Isadora narrando Minha vida parecia está desmoronando, só os exames de Lucas sairia mais de 600 reais, e a hipoteca da casa mais de 3000 ,00 . Eu não fasso idéia do que eu iria fazer para conseguir esse dinheiro.Daqui quatro dias venceria o prazo para pagar a primeira parcela da hipoteca, sendo assim, a casa iria para leilão, e eu e Lucas para a rua.- Oi - Digo entrando em uma loja - Será que eu posso deixar um currículo aqui?- Claro - Uma moça morena diz sorrindo - Irei passar para a gerência.E assim eu estou, passando por todas as lojas de rua e dos Shopping, precisava tentar achar algo, algum serviço, não iria conseguir ganhar o suficiente, mas iria conseguir pagar um kitnet pra mim e para Lucas, continuaria com as faxinas na Dona Carmem á noite e arrumaria um advogado para conseguir que o governo pague o tratamento do Lucas. Mas ninguém me dava
Isadora narrandoEu me olhava no espelho e não me reconhecia, daqui a pouco ele deve estar chegando e eu não sei nem o que pensar e como agir. Tudo que eu pensava era que amanhã iria poder comprar os remédios de Lucas e fazer os seus exames.Eu andava de um lado para o outro dentro da aquele quarto, eu não sei se eu estava fazendo a coisa certa, minha mãe deveria estar se revirando no túmulo de degosto da sua filha.- Andando de um lado para o outro você vai abrir um buraco no chão desse jeito -Escuto a voz dele e a porta se fechar , eu paraliso olhando para ele e limpo a lagrima que estava descendo.- Oi - Digo para ele que sorri para mim.- Você está linda - Ele diz me olhando da cabeça aos pés. Eu estava me sentindo um pedaço de carne na aquele momento.Eu não tinha roupas sexy, tinha poucas coisas , vesti um dos vestidos que eu tinha que estava bons , ele er
Isa narrandoFazia duas semanas que eu estava me "vendendo " para Henrique. No começo doia muito , mas agora já estava me acostumando. Eu encontrava ele durante 3 a 4 dias por semana, oque fazia ele me pagar muito bem.Mas não queria isso para sempre, toda vez que eu saia da aquele apartamento eu saia me sentindo um lixo de ser humano, muitas vezes eu saia correndo de lá assim que terminava, não trocava muitas palavras com ele , e nem ele comigo, apenas o necessário.Continuava fazendo as minhas faxinas , eu precisava ajuntar dinheiro para que eu consiga sobreviver daqui alguns meses com um salário vendedora,atendente. Mesmo com tanto dinheiro, não vivia nos luxos, ainda economizava o máximo que conseguia, a única coisa que não faltava dentro de casa agora era comida.Hoje foi aquele dia bastante cansativo, de manhã fiz uma faxina e a tarde outra na casa da Dona Carmem, acabei
Isa narrandoEu já tinha vindo nesse prédio que era puro luxo, mas nunca tinha entrado em nenhum dos apartamentos, o apartamento era imenso e tinha tudo do bom e do melhor, o apartamento em que eu o encontrava já era enorme e muito confortável, já dava para imaginar como seria o apartamento que ele mora.- Cadê o meu irmão? - Digo assim que entramos no seu apartamento .- Ele deve estar em algum lugar aqui - Ele diz tranquilo.- Como assim você não sabe a onde ele está ? - Eu digo cruzando os braços - Henrique cadê o Lucas? - Eu digo o encarando.- Ele está dormindo - A mesma moça morena do dia da escada diz - Vocês demoraram, mas ele já comeu, tomou o remédio e agora tá dormindo. - Ela diz tentando dar um sorriso forçado.- Marina essa é a isa e Isa essa e a Marina - Henrique diz nos apresentando.- Você é brava em menina - Ela diz - Se você quiser ir até o quar
Isa narrando- Eu vou ter que viajar de última hora - Ele diz me olhando - mas vou levar vocês juntos.- Como assim? - Eu digo - Henrique você não pode decidir as coisas por mim assim.- Isa é aqui do lado - Ele fala - É aqui em Noronha, e vai ser legal .- Tá tudo errado Henrique - Eu digo me levantando - Primeiro que não era pra estar aqui e ainda com meu irmão junto - Ele me encarava - Eu quero ir embora, você pode pegar o seu dinheiro de volta.- Para com isso garota - Ele diz segurando o meu braço um pouco forte eu olho para ele e depois para o meu braço e ele solta - Olha, eu não vou trancar com você com seu irmão do lado .- Você me machucou - Eu digo para ele passando a mão no meu braço que tinha ficado vermelho.- Desculpa, foi sem querer - Ele diz tentando se aproximar mas dou uns passos