Daniela acordou e sentiu o seu corpo flutuar no colchão macio. Espreguiçou-se, jogou o lençol para o lado e pulou da cama. Caminhou descalça até a varanda e ficou olhando a vista, pensando nos últimos acontecimentos desde que Antonino apareceu no Brasil para buscá-la.Assim que desembarcaram na Itália, Antonino a deixou no apartamento dele e lhe entregou as chaves antes de ir embora. Segundo ele, não era bom que a namorada de um magnata morasse em uma pensão, por isso ela ficaria no apartamento dele até que resolvessem as coisas e chegassem a um acordo.Sentou na poltrona acolchoada e alisou a barriga. Com toda aquela loucura até esqueceu que estava grávida. Mas não contaria nada para Antonino por enquanto, porque na verdade ela nem sabia ainda que decisão tomar. Ultimamente vivia confusa, cheia de sentimentos contraditórios e não se sentia bem-vinda em lugar algum.Depois da morte da mãe sentia que no universo não havia um lugar para ela. Estava perdida dentro de si mesma. Sabia que
Enquanto Daniela estava na pensão visitando os amigos, Antonino parava o carro na frente do Restaurante Bambino. O seu segurança parou atrás e ficou aguardando. Antonino ajeitou os óculos escuros, se aproximou da enorme porta de vidro que se abriu automaticamente e atravessou os aposentos a passos largos.Era um salão grande e espaçoso. Ele viu de longe onde estavam os “amigos” e se dirigiu para lá. A mesa tinha lugar para quatro pessoas. Já havia três homens sentados: Carletto, Damiani e Pellegrino. Antonino sentou ocupando o lugar que sobrava.Na verdade, o Restaurante Bambino funcionava como ponto de encontro da hierarquia mafiosa. Estavam naquela mesa os lideres de maior grandeza e importância da máfia italiana e Antonino era o maior deles.Assim que sentou, Antonino tomou a palavra:— Não precisam se preocupar, porque a policia não vai mais me investigar e jamais chegarão até vocês.Carletto, homem careca, baixinho e barrigudo, um dos mais nervosos e pavio curto do grupo se pronu
Daniela chegou ao clube ainda bem cedo, um pouco antes das oito da manhã. Havia separado aquele dia para fazer algo diferente, que não fosse pensar em contas a pagar ou aumentar as vendas da empresa.Ficou na área fechada debaixo de uma cobertura olhando as pessoas que chegavam e se posicionavam ao redor da piscina. Eram casais com crianças pequenas, ou duplas de namorados, ou amigas. Num canto bem afastado duas idosas usando maiôs bem fechados conversavam animadamente debaixo de um grande guarda-sol e Daniela achou bonita aquela cena.O sol se derramava ao redor e Daniela disse a si mesma que tirar aquele dia de folga tinha sido uma ótima ideia. Havia dito para Antonino que iria trabalhar, mas mudou de ideia, afinal de contas ele não precisava conhecer todos os seus passos. Estava farta de ser a moça bem comportada e fazer só o que os outros esperavam dela. Queria experimentar, ousar, fazer algo fora da sua rotina diária.Lá fora, na piscina, o sol brilhava e a chamava para perto das
Giorgio deixou Daniela na frente do escritório da Goldacci. Ela entrou no elevador e ficou pensando como iria encarar os funcionários. Depois que voltou para a Itália era o seu primeiro dia de trabalho na empresa. Como será que ia ser recebida agora que era a noiva de Antonino Goldacci?O elevador parou e a porta abriu. Ela saltou e ficou perplexa com a surpresa. Aproximadamente oitenta por cento dos funcionários da empresa estavam na recepção esperando por ela. Havia uma placa dourada lhe dando as boas-vindas e Anna apareceu com um buquê de rosas vermelhas.Daniela recebeu as rosas e agradeceu a todos pela recepção. Em seguida veio uma salva de palmas. E enquanto ela seguia com Anna pelo corredor, questionou:— Nossa, o que deu em vocês, hein? Não precisava isso. Eu estou sem graça.— Isso é o mínimo que podíamos fazer para receber a noiva do nosso patrão.— Então, já sabem?— A empresa toda sabe. Em alguns dias vocês vão casar, não tem como haver segredos. O próprio Antonino fez uma
— Então, Valentina, até daqui a pouco.Daniela desligou o telefone e saltou do elevador no andar térreo. Passou pela porta giratória e saiu para a rua. Chamou um taxi e enquanto o taxista reclamava da lentidão no trânsito ela se concentrou na tela do celular. Sempre que ficava prestando atenção ao tráfego seu nível de estresse aumentava.Depois de enfrentar um congestionamento louco, finalmente o taxi parou na frente do shopping.Naquela manhã, Daniela havia marcado de ir às compras com Valentina e depois ambas dariam uma passada no salão de beleza. Mas depois de algumas horas tentando falar com a amiga que não apareceu e nem atendeu mais o telefone ela desistiu de ligar. Enquanto esperava para ver se Valentina aparecia entrou numa butique, experimentou alguns vestidos, comprou bolsas e sapatos. Depois de entrar em várias lojas e sair cheia de sacolas sentou na praça de alimentação e pediu um suco de frutas. Depois de uma hora sentada se cansou de esperar e encaminhou-se para uma da
Daniela acordou depois das nove. Tinha uma consulta marcada as onze, pois queria saber se estava tudo bem com o seu bebê. Depois do café da manhã, se vestiu, desceu e pegou um taxi, mas percebeu que Giorgio a seguia no carro preto, logo atrás. Entrou na clínica de ginecologia e obstetrícia, foi até a recepção, entregou os documentos e se dirigiu para a sala de espera. Sentou no sofá perto da porta de entrada, pegou uma revista na mesinha ao lado e ficou aguardando a sua vez. Observou algumas mulheres grávidas com as barrigas enormes, tendo dificuldades para sentar e se imaginou assim dali a algum tempo. Despertou quando ouviu o seu nome, então levantou e seguiu pelo corredor.A médica foi recebê-la à porta com um sorriso afetuoso. Depois deu a volta na mesa e se sentou. Daniela sentou na cadeira do paciente, entregou o resultado do exame e fez muitas perguntas, pois estava cheia de dúvidas. A médica olhou e não disse nada, mas pediu que ela se despisse e deitasse. Depois que foi e
Daniela naquele momento estava de pé na frente do enorme espelho que tomava toda a parede. Podia se ver totalmente como se observa uma personagem que está numa tela de cinema. Se beliscou para ter certeza de que estava acordada. Olhou o relógio na parede, depois desviou os olhos, voltou a olhar e tentou manter-se calma e concentrada, sem pensar no que estava por vir. Sentia um enorme vazio dentro de si e a sensação de que estava prestes a cair de um despenhadeiro.Seu estômago se revirava e seus nervos se contraíam quando pensava que em alguns minutos estaria dizendo sim diante do juiz. Como se permitiu chegar até ali? Como foi parar naquela teia de aranha sem fim? Seu cérebro estava em curto-circuito ao pensar na situação em que se encontrava.Inspirou fundo estreitando os olhos ao analisar cada detalhe da roupa que estava usando para casar. O vestido era bege, mas seria mais adequado se fosse preto, pois o sentimento que estava dentro dela era de que iria para um velório. A imagem r
Quando a boca de Antonino cobriu a dela tudo o que Daniela conseguiu pensar foi que estava no paraíso. A pressão e o ritmo do beijo foram perfeitos. Foi feroz e terno ao mesmo tempo. Foi deliberado e exploratório com a mão de Antonino dentro do cabelo dela exalando controle e paixão.Por um momento os lábios ficaram imóveis e unidos, um respirando na boca do outro. O corpo de Daniela respondeu, acumulando desejo nos pontos eróticos, atraindo-a na direção de Antonino, e fazendo com que ela abrisse a boca assim que sentiu a pressão da língua dele na sua. E o clima ficou um misto de sensações: paixão, desejo, luxúria, tudo muito intenso e muito louco. Foi viril, delirante, arrebatador.A mão dele desceu para um dos seios dela, acariciando-o através do tecido macio do vestido enquanto a outra deslizava pelo cabelo. Daniela gemeu quando ele provocou seu mamilo apertando-o. Ela soltou a mala encarando-o firmemente e passando os dedos no peito duro e quente, de músculos tensos.Não conseguia