Capítulo 11Depois da bofetada que recebeu de Daniela, Antonino Goldacci ainda permaneceu na boate durante alguns minutos. Seu desejo era levar Daniela para algum lugar, fazê-la dançar sensualmente para ele e receber dela aquele mesmo sorriso que ela esbanjara há pouco na pista de dança. Já viu muitas e muitas mulheres dançando, mas não com aquela sensualidade natural e agreste. Porém, a garota era teimosa e aquele não era o momento certo. Já haviam se desentendido naquela noite, portanto era melhor que ele não buscasse mais aborrecimentos para si mesmo.De repente desejou sair dali o mais rápido possível. Era um homem que se entediava fácil e naquele momento havia perdido o interesse pela boate. Não fazia sentido ficar naquele lugar se não estava se divertindo mais.Tinha muitos problemas para resolver, coisas sérias da empresa e não podia ficar perdendo tempo com uma garota birrenta e mal-amada.Virou na boca o resto da bebida que estava no copo e puxou a morena siliconada pelo bra
Capítulo 12Na segunda-feira quando acordou, a primeira coisa que Daniela fez foi ligar para Francesco. Através dele iria saber em primeira mão se estava demitida depois da bofetada que deu no patrão.Ele atendeu no segundo toque.— Bom dia, Daniela. Está pronta para lançar a campanha de vendas?— Então, ainda vamos? Ou melhor, eu... ainda vou?— E por que não iria? A ideia foi sua, portanto, quem está na frente dessa negociação é você.— Você tem certeza, Francesco?— Daniela, pare com essa insegurança! — Francesco ordenou. — Acabei de falar com o Antonino e já está tudo confirmado.— Está mesmo?— Claro que sim. Espero você em uma hora, nem mais um minuto.***Assim que Daniela chegou à frente do edifício onde funcionava o escritório da Goldacci, Francesco estava estacionado ao longo do meio-fio e buzinou duas vezes. Ela se aproximou, entrou no carro e seguiram para cumprir a missão do dia.Quarenta minutos depois Francesco deixou o carro no estacionamento da distribuidora farmacêut
Capitulo 13Daniela ficou de atestado durante cinco dias. No dia que retornou encontrou sua sala cheia de vasos com rosas e uma placa enorme em cima da mesa com a frase “seja bem-vinda”. Teve até coffee break.Horas depois quando estava sozinha na sala, avaliando o relatório de vendas da semana, seu chefe entrou e disse:— Daniela, Antonino nos convocou na sala dele.— Agora, Francesco?— Sim. Nesse momento.Francesco respondeu já abrindo a porta que dava acesso ao corredor. Daniela o seguiu e logo estavam diante da porta de Antonino Goldacci. Francesco bateu e eles entraram.Antonino estava na sua cadeira giratória e fez sinal com a mão para que eles se sentassem, não sem antes encarar Daniela demoradamente. Naquela manhã ele estava mais lindo do que costumava ser. Usava o mesmo estilo de roupa: um terno impecável, porém os cabelos estavam úmidos e os cachos molhados deixavam o colarinho um pouco mais escuro. Devia ter passado a noite em algum motel e saiu apressado. Foi o que Daniela
Capítulo 14Assim que Daniela saiu correndo do apartamento de Paolo Moretti, Antonino Goldacci mandou os dois seguranças irem atrás dela, mas a garota foi mais rápida e escapou deles.Na volta para casa mandou o motorista parar na frente da pensão e ligou várias vezes para Daniela, mas ela não atendeu. Cansado, foi para casa e depois que o carro parou na frente do casarão ele saltou, mas em vez de subir para o quarto, deu a volta na casa e foi para a piscina que ficava na lateral.A noite estava escura e quente. Ele acendeu a lâmpada mais fraca na ala gourmet, serviu-se de uma bebida e logo em seguida arrancou roupa e sapato e entrou nu na piscina. Nadou um pouco, depois se enrolou com uma toalha da cintura para baixo e sentou numa cadeira reclinada.Sua mão ainda doía pelos socos que desferiu no rosto daquele filho da puta. Paolo Moretti queria uma noite com Daniela e ele, Antonino, queria seu produto em destaque nas vendas. Foi uma troca justa e não viu nada demais nisso. Mas ele av
Capítulo 15Naquele mesmo dia Daniela enviou por e-mail a sua carta de demissão. À noite, seu telefone estava cheio de ligações de Anna e Francesco, mas ela não atendeu nenhuma.Na manhã seguinte assim que acordou olhou as mensagens no celular. Em uma delas Francesco dizia que Antonino não tinha aceitado a sua demissão e que ela retornasse o mais rápido possível para o trabalho. Daniela não lhe deu resposta alguma e saiu bem cedo à procura de emprego. Entregou currículo em todas as empresas de vendas de medicamentos e não conseguiu nem mesmo a promessa de um telefonema. Voltou para casa ao cair da tarde frustrada, cansada e cheia de calos nos pés.Depois do banho enquanto secava o cabelo, ficou pensando na sua vida. O débito com o banco só aumentava. Ela precisava de dinheiro, muito dinheiro, e se não conseguisse emprego logo, iria se candidatar a uma vaga de garçonete nas pizzarias da cidade. Não que ser garçonete fosse ruim, mas o salário não chegava à metade do que ela recebia na
Capítulo 16Antonino Goldacci estava tendo uma manhã difícil. Desde que chegou não parava de ver erro na contabilidade que a auditoria havia lhe passado. Depois de algum tempo parou o que estava fazendo e começou a assinar os documentos que estavam sobre a mesa. Naquele momento ouviu uma batida na porta e logo em seguida Anna entrou.— Bom dia, Antonino. O delegado está aqui e quer falar com você.— Mande-o entrar!Um homem branco e calvo aparentando uns cinquenta anos entrou.— Delegado Giancarlo Conti, como vai?— Não tão bem quanto o senhor, mas confiante em melhorar. — O delegado foi simpático.Ambos apertaram as mãos e Antonino o convidou para sentar.— Em que posso ajudá-lo, delegado? — Senhor Goldacci, sinto incomodá-lo tão cedo, mas preciso que todos os seus funcionários que estiveram no baile de máscara no dia do assassinato de Luciano Francioli compareçam à delegacia para dar mais esclarecimentos que possam ajudar na investigação.— Então, foi mesmo assassinato?— Tudo ind
Capítulo 17Na manhã do seu retorno à Goldacci, Daniela entrou no elevador com ansiedade e falta de ar. Sim, ela decidiu voltar, mas a partir daquele momento buscaria ser uma nova pessoa ou pelo menos fingiria ser.Estava numa selva e precisava sobreviver. Nunca foi muito boa em biologia, mas lembrou-se da teoria de Darwin; segundo ele os organismos mais bem adaptados ao meio têm maiores chances de sobrevivência do que os menos adaptados.Assim que o elevador abriu no andar, ela saltou e passou pela recepção. Cumprimentou a recepcionista e viu o seu olhar sobre ela. Seguiu pelo corredor direto para a sala de reunião, como Francesco havia lhe orientado.Enquanto caminhava, um frio estranho subiu pelas suas pernas e tomou todo o seu corpo, a boca ficou seca e o estômago começou a embrulhar. Naquele momento foi dominada por uma crise de pânico e parou no meio do corredor com vontade de sair correndo daquele lugar. Mas sua dívida com o banco a fez continuar.Quando chegou na frente da por
Capítulo 18Daniela saiu mais cedo de casa naquela manhã. Começava trabalhar as nove, mas decidiu passar no centro comercial para fazer umas compras. Pegou um taxi e saltou no comércio. Não quis fazer compras no shopping, preferiu as lojas do calçadão.Estava usando uma blusa branca de seda sem mangas, saia justa de cor bege na altura dos joelhos e salto alto. Os cabelos soltos caíam-lhe pelas costas como cascatas. Os homens que passavam por ela a encaravam com olhar de desejo e alguns até lhe diziam gracinhas. Ela os olhava com indiferença porque sua cabeça estava em coisas mais significativas. Queria mudar de hábitos, mudar os pensamentos, queria mudar tudo. Sempre viveu daquele jeito e nada deu certo na sua vida. Então agora queria ser outra pessoa.Entrou numa butique e escolheu algumas roupas e peças íntimas. Ao sair, caminhou pela calçada observando as lojas ao redor, e naquele momento sentiu-se mais relaxada. Empurrou a porta de um café e entrou, recebendo no corpo o gelinho d