ANTÔNIAEnfim, ele se distrai da excitação e responde tristonho.— Eu queria muito estar aí agora.Eu estou com tanta saudade, à beira de gozar só em ouvir a sua voz rouca no meu ouvido, me deixando toda revirada por dentro. Aperto as coxas tentando aliviar a umidade entre minhas pernas, sem me importar se eu estou me comportando como uma cadelinha no cio. É a mais pura verdade, eu falo em voz alta o quanto ele mexe comigo.— Eu também queria, estou molhada.— Ah, harr jiddaan.— Não sei o que disse, mas com essa voz de melar a calcinha deve ser algo bom.— Eu disse que você é tão gostosa, se eu estivesse com você agora, sabe o que eu faria?— Hã?Puto pervertido, eu duvido que ele não esteja duro agora, louco pra me foder inteira.— Eu abocanharia de uma vez só os seus mamilos, rolando eles tão durinhos no céu da minha boca, chupando bem forte os seus peitinhos deliciosos. Sinta como eles são pesados, tão macios, a
Anusha fica pálida e vira-se em direção ao casal, eu vejo que ela está nervosa, então pergunto.— O que foi Anusha?— Não olhe agora, mas eu reconheço essa voz, é Malika e o inútil do Farid. Nunca poderia imaginar que ele tratava Malika dessa forma, você não tem noção das humilhações que ele disse a ela.— O que será que eles estão fazendo aqui?— Ela não me disse nada sobre viajar para cá, mas a família de Farid tem comércios aqui em Dubai, deve ser alguma viagem de negócios.Farid bate com os punhos na mesa e o tom da conversa entre os dois vai se tornando cada vez mais ríspido. Anusha abre a bolsa devagar, pega a sua chibata inseparável e segue até a mesa de Malika.Caralhooooo, isso não vai terminar nada bem.Eu vou atrás da velha barraqueira arrastando Kaled, Anusha fala em árabe com Farid e Malika, ela esconde o rosto e parece constrangida.Anusha coloca em cima da mesa a chibata enrolada e olha para Farid e para a chibata, com aquele olhar de harpia assassina que te faz mijar n
O motorista começa a reclamar, dizendo que nos expulsará do táxi, ele é um pé no saco, um chute no furico, que sujeitinho mais careta.— Anusha, pare de fazer bagunça, senão o motorista vai nos deixar no meio do caminho, velha maluca.— Meu filho, eu estou com câncer, então me faça esse favor, dê um desconto para uma mulher que está morrendo, me deixe ser feliz, só por essa noite.O motorista olha-a em silêncio pelo retrovisor e cala-se, deixando-a gritar feito uma desvairada até chegar ao hotel. Anusha dá uma gorjeta de 200 dólares para o motorista, que se despede de nós duas rindo de um canto ao outro.Vamos dormir o sono dos justos, alegres pelas molequices que fizemos.Eu vou direto para a suíte de Malika pegar Kaled e encontro-a chorando, ela me diz que o mau caráter do Farid discutiu com ela por telefone mais cedo e ameaçou-a de fazer um escândalo no hotel.Durante a madrugada nós somos acordadas por uma gritaria no corredor, eu abro a porta do meu quarto, esbaforida, e encontro
TOCANDO O CÉU ANTÔNIAÁs vezes eu invento certas ideias que só me dão trabalho, a porra dessa velha está me deixando louca, ela é osso duro de roer. E como uma garotinha birrenta, Anusha faz um estardalhaço por míseros tênis e calças esporte. Convencer Anusha de coloca os malditos tênis é uma tarefa árdua. Ainda mais por que ela não tem a menor ideia do motivo de meu pedido, o ideal é que ela esteja vestida da forma mais informal possível para a surpresa que eu programei pra ela.— Eu pareço ter um pênis menina?— É claro que não Anusha, você fala cada maluquice.— Então por que você cismou de me vestir como um homem?— Me diga em que século você está vivendo? Nós queimamos os sutiãs na fogueira pra isso mesmo, hoje nós mulheres podemos tudo, vestir calças, saias e até ser uma rainha, assim como você.Ela me olha com
ANTÔNIAEssa beleza toda me faz pensar sobre a ironia da vida, sobre o quanto o destino é caprichoso.Quando eu desci daquele pau de arara, saindo de Santa Bárbara com uma trouxa nas costas em direção a Quijingue, o estômago dolorido de tanta fome, eu nunca poderia imaginar que estaria ao lado de uma rainha árabe, em seus últimos dias de vida, comungando de uma beleza única, em um momento tão divino.Anusha quebrou o silêncio com a voz embargada, segurando a minha mão.— Obrigado menina, eu sou filha do deserto, foi no meio das dunas que eu nasci e me criei, mas eu nunca pude ver o quanto era bonito o mundo que estava a minha volta. Foi preciso uma ajnabi, uma estrangeira, para eu rir nesses meus últimos dias. Que allah abençoe a sua vida e a de suas crianças, Antônia Hassan, obrigada minha neta!ANTÔNIA HASSAN, eu hoje não era menina, a garota insolente, a bunda grande e gorda, ela reconhece-me nesse momento como um
ANTÔNIA— Então você deixou de se comportar como um idiota e veio buscar a sua mulher. Fico feliz, não criei imbecis.Recebi uma mensagem de Malika no celular, então disfarço e saio de fininho, deixando Hafiq com Anusha conversando sobre o mau caráter do Farid e vou com Kaled até o quarto dela. Ela me aguarda sentada na cama, segurando um buquê de flores e toda chorosa.— O que houve Malika?Mesmo aborrecida, ela parece rejuvenescida, os cabelos cortados em camadas, acho que deu uma mudada no visual, sentei-me em sua cama e ela confidenciou-me timidamente.— Recebi essas flores de Graham.Eu quase posso me ouvir dando graças a Deus por não serem de Farid. Acho que ele cumprirá o que prometeu a Anusha e vai sumir no mundo.Mas se Graham, aquele deus loiro, deu-lhe flores, por que afinal ela está chorando?— Isso é bom, ele é um cara legal, atraente, por que você esta chorando? Ela abaixa a cabeça envergonhada, como uma adolescen
HAFIQEstou sentado na cama olhando Tônia desfazer as mala, fazendo de tudo para conter o sorriso, mas não consigo.No instante em que ela botou os pés novamente em casa, este espaço elegante e luxuoso, tornou-se mais uma vez um LAR.Sem ela e Kaled, essas paredes só servem pra deitar, dormir, comer e vegetar.O aconchego e calor de uma casa, só existem com a presença deles dois, barulhentos e arruaceiros, aminha família.Tônia grita a todos os pulmões para Kaled tirar o dedo da tomada e o danadinho abre um sorrisão, mostrando os dentinhos branquíssimos fazendo aquela carinha inocente. Eu caio na risada e ela me olha de cara feia, jogando-me um travesseiro no rosto.Ela está tensa por que hoje é o aniversário de Anusha e minha avó exigiu a nossa presença em um jantar em sua casa. A última vez que estivemos em família foi desastroso, aquele ordinário drogou Tônia, evito em pensar naquela noite, não me lembro de me sentir
HAFIQDuas pequenas pedras de brilhantes adornam singelamente as suas orelhas.Um brilho suave dourado nos lábios e sandálias altíssimas do tipo “ Me come que eu gosto’’ arrematam o pacote delicioso de mulher a minha frente.Tônia estende a mão para mim, piscando os cílios longos e sorri toda moleca.— Estou bem, Hafiq?Eu enlaço a sua cintura e arrasto o nariz por todo o caminho do seu pescoço, sentindo o seu cheiro indefectível de canela.— Tão bem que se me olhar desse jeito novamente, eu te arrasto para o quarto.Ela me jogou um beijo e uma piscadela com os seus olhinhos de gato e eu como um bobo por essa mulher, deixo-a passar na frente para apreciar a sua bunda redondinha mover-se sinuosamente enquanto ela caminha.Antes de entrar no carro, eu ajeito o volume da virilha, consciente de que a noite será longa.Tônia segue todo o percurso até a casa de Anusha em silencio, o rosto retesado e aquela mania de