CAPÍTULO 43

ANTÔNIA

Essa beleza toda me faz pensar sobre a ironia da vida, sobre o quanto o destino é caprichoso.

Quando eu desci daquele pau de arara, saindo de Santa Bárbara com uma trouxa nas costas em direção a Quijingue, o estômago dolorido de tanta fome, eu nunca poderia imaginar que estaria ao lado de uma rainha árabe, em seus últimos dias de vida, comungando de uma beleza única, em um momento tão divino.

Anusha quebrou o silêncio com a voz embargada, segurando a minha mão.

— Obrigado menina, eu sou filha do deserto, foi no meio das dunas que eu nasci e me criei, mas eu nunca pude ver o quanto era bonito o mundo que estava a minha volta. Foi preciso uma ajnabi, uma estrangeira, para eu rir nesses meus últimos dias. Que allah abençoe a sua vida e a de suas crianças, Antônia Hassan, obrigada minha neta!

ANTÔNIA HASSAN, eu hoje não era menina, a garota insolente, a bunda grande e gorda, ela reconhece-me nesse momento como um
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