Victoria Hayes CollinsOs anos passaram mais rápido do que eu podia imaginar. No começo, conquistar o coração de Clara foi uma tarefa delicada, cheia de pequenos passos e muita paciência. Ela era doce, mas carregava uma desconfiança natural, uma barreira que eu compreendia e respeitava. Foram meses de diálogos, de abraços silenciosos e de presença constante até que, finalmente, ela me chamou de “mãe” pela primeira vez. Aquele momento, após três anos juntos, foi inesquecível e me encheu de uma felicidade indescritível.A cada aniversário, fazíamos questão de celebrar juntos, e logo as festividades se tornaram momentos em que toda a família se reunia ao redor de Clara, Luna e Lion. Os natais eram igualmente únicos com toda família Collins, Jack, Emma, os pais do Clark, o primo dele e sua família. Clark e eu preparávamos a casa com decorações e surpresas que faziam nossos filhos sorrirem. Sempre terminávamos a noite com a casa cheia, entre risadas, histórias e momentos que se tornaram a
Victoria Hayes Os anos passaram como uma correnteza, rápidos e constantes, levando consigo momentos preciosos, mas deixando lembranças profundas. Ver nossos filhos crescerem sempre foi a maior realização de Clark e minha. Cada conquista, cada desafio superado, cada riso e lágrima compartilhados moldaram nossa família, fortalecendo nossos laços. Clara floresceu diante dos nossos olhos, uma jovem confiante e determinada, agora com sua própria carreira de escritora e a responsabilidade de ser CEO da Editora Collins. Luna e Lion também seguiram caminhos promissores, com Luna estudando Direito e Lion Medicina — ambos com aquela paixão que Clark e eu sempre buscamos alimentar neles. Hoje, em uma noite tranquila, Clara me chamou para uma conversa. A luz suave do quarto realçava a maturidade em seu rosto, que misturava ainda um traço daquela menina sonhadora que um dia me chamou de "mãe" pela primeira vez. Agora, carregava responsabilidades e questionamentos sobre a vida, sobre o amor. Ela
Lion Collins Ser neurocirurgião em Istambul era uma honra e uma responsabilidade que eu levava muito a sério. Cada dia trazia um novo desafio, e cada paciente era uma lembrança do porquê eu escolhi essa carreira. Meu nome era bem conhecido entre os corredores do hospital, não só pelas minhas habilidades, mas também pela quantidade de atenções que recebia. As enfermeiras e até algumas médicas lançavam olhares e sorrisos sugestivos, e confesso que não era difícil para mim conquistar quem eu quisesse. No entanto, ironicamente, a única mulher que me interessava de verdade parecia imune ao meu charme: Nazli. Nazli era diferente. Trabalhamos juntos há algum tempo, e ela era dedicada, direta, e nunca me dava um segundo olhar, o que me deixava intrigado. Era como se eu fosse apenas mais um médico entre tantos. E, claro, isso só fazia com que eu desejasse conquistá-la ainda mais. Naquela manhã, entrei no quarto de uma de minhas pacientes e a vi trocando o soro. Ao me ver, ela nem sequer
Nazli Ylmaz Naquela noite, após um longo plantão, eu saí do hospital cansada, mas determinada a não me deixar abalar por um certo neurocirurgião que parecia achar que todas as mulheres caíam aos seus pés. Já estava escuro, e as luzes da cidade de Istambul brilhavam intensamente. Quando me aproximei da entrada, lá estava ele: Lion Collins, em seu carro, buzinando insistentemente. Suspirei, tentando ignorar a cena. — Entra, eu te dou uma carona, Nazli — ele insistiu, abaixando o vidro e exibindo aquele sorriso confiante. — Não precisa, senhor Lion — respondi secamente, tentando afastá-lo de uma vez por todas. Ele, claro, continuou insistindo. Mas antes que pudesse dizer mais alguma coisa, vi Deniz, da pediatria, foi se aproximando. Ele olhou para Lion, e, com um ar protetor, me ofereceu uma carona. — Quer uma carona, Nazli? — perguntou, lançando um rápido olhar a Lion, que parecia incomodado. — Claro, Deniz. Agradeço pela gentileza — aceitei, entrando no carro dele sem olhar para
Luna CollinsCheguei ao escritório ansiosa e um pouco nervosa. Afinal, era meu primeiro dia no renomado escritório de arquitetura em Londres. Embora todos na minha família acreditassem que eu havia feito direito, eu estava, na verdade, perseguindo minha paixão por arquitetura. Esse estágio era o passo que eu precisava para ganhar experiência e, quem sabe, abrir meu próprio escritório no futuro. Eu já estava tão focada nesse sonho que nem havia cogitado qualquer outra distração.Assim que entrei, fui recepcionada pela equipe de recursos humanos, que me levou até uma sala de vidro. Fiquei observando o ambiente ao meu redor, impressionada com o design moderno e ao mesmo tempo acolhedor do local, até que a porta se abriu, e então eu o vi.Um homem alto, de aparência marcante e um olhar penetrante, entrou na sala. Ele parecia absolutamente confiante e, ao mesmo tempo, encantador. Meu coração acelerou imediatamente, e senti minhas bochechas corarem de leve. Tentei me recompor, mas não pude
Luna Collins Depois de pegar as chaves e me instalar no apartamento, finalmente me dei conta de onde estava. O prédio era um dos mais luxuosos e renomados da cidade, e, quando olhei pela janela, Londres brilhava como nunca. Com certeza seria uma experiência única morar ali durante esses dois anos, tão perto do escritório onde trabalharia de segunda a sábado.Assim que desci do carro, a recepcionista me mostrou o caminho para o elevador. Apertei o andar e fiquei aguardando as portas se fecharem, até que, no último segundo, uma figura familiar apareceu entrando no saguão. Não consegui acreditar no que via. — Estou vendo miragens agora?— murmurei, surpresa.Coloquei minha mão na porta, segurando-a aberta para que ele pudesse entrar. Kerem sorriu ao perceber minha expressão surpresa.— Obrigado por segurar o elevador, Luna — ele disse, entrando ao meu lado.Por um segundo, minha voz sumiu, mas logo me recompus.— O que você está fazendo aqui? — perguntei, tentando manter a casualidade.
Lion Collins Naquela noite, enquanto tentava dormir, o pensamento em Nazli não me dava descanso. Ela era, sem dúvida, uma das poucas mulheres que não caía nos meus encantos, o que era ao mesmo tempo intrigante e desafiador. Ao fechar os olhos, a última imagem que me veio foi dela, no hospital, com seu olhar desafiador e o sorriso contido, que parecia reservado só para aqueles raros momentos em que ela permitia se abrir um pouco. Acordei tarde, ainda com aquela imagem na mente. Tomei um banho rápido, tentando organizar meus pensamentos antes de sair para almoçar e, mais tarde, enfrentar mais uma vez a Nazli. Assim que cheguei, fui direto à sala das enfermeiras. A encontrei revisando uns prontuários, concentrada, sem perceber que eu estava ali. Esperei alguns segundos, apreciando a determinação no rosto dela antes de pigarrear, chamando sua atenção. — Nazli. — Disse, e ela levantou os olhos, levemente surpresa, mas logo retomou a expressão neutra. — Senhor Lion — respondeu, formal,
Nazli Ylmaz Na manhã seguinte ao jantar, acordei com uma sensação estranha de leveza. Ainda que Lion fosse teimoso e insistente, pela primeira vez, eu havia visto um lado dele que até então ele fazia questão de esconder: menos convencido, mais... humano. Depois daquele jantar, algo me dizia que ele realmente respeitaria meu desejo de sermos apenas amigos, e decidi dar uma chance a essa amizade. Porém, deixei claro para mim mesma: ele não seria nada além disso. Cheguei ao hospital com essa ideia fixa. Eu estava disposta a abrir um espaço em minha vida para uma amizade com Lion, mas sempre mantendo as coisas em seu devido lugar. Enquanto caminhava pelos corredores, me deparei com ele já em seu consultório. Quando me viu, sorriu de um jeito que eu sabia que era para parecer casual, mas ele estava evidentemente esperando por mim. — Nazli! — Ele chamou meu nome com um tom animado, que, apesar de tudo, me fez sorrir. — Lion — respondi, mantendo um tom neutro, mas não consegui disfarç