Lion Collins Ser neurocirurgião em Istambul era uma honra e uma responsabilidade que eu levava muito a sério. Cada dia trazia um novo desafio, e cada paciente era uma lembrança do porquê eu escolhi essa carreira. Meu nome era bem conhecido entre os corredores do hospital, não só pelas minhas habilidades, mas também pela quantidade de atenções que recebia. As enfermeiras e até algumas médicas lançavam olhares e sorrisos sugestivos, e confesso que não era difícil para mim conquistar quem eu quisesse. No entanto, ironicamente, a única mulher que me interessava de verdade parecia imune ao meu charme: Nazli. Nazli era diferente. Trabalhamos juntos há algum tempo, e ela era dedicada, direta, e nunca me dava um segundo olhar, o que me deixava intrigado. Era como se eu fosse apenas mais um médico entre tantos. E, claro, isso só fazia com que eu desejasse conquistá-la ainda mais. Naquela manhã, entrei no quarto de uma de minhas pacientes e a vi trocando o soro. Ao me ver, ela nem sequer
Nazli Ylmaz Naquela noite, após um longo plantão, eu saí do hospital cansada, mas determinada a não me deixar abalar por um certo neurocirurgião que parecia achar que todas as mulheres caíam aos seus pés. Já estava escuro, e as luzes da cidade de Istambul brilhavam intensamente. Quando me aproximei da entrada, lá estava ele: Lion Collins, em seu carro, buzinando insistentemente. Suspirei, tentando ignorar a cena. — Entra, eu te dou uma carona, Nazli — ele insistiu, abaixando o vidro e exibindo aquele sorriso confiante. — Não precisa, senhor Lion — respondi secamente, tentando afastá-lo de uma vez por todas. Ele, claro, continuou insistindo. Mas antes que pudesse dizer mais alguma coisa, vi Deniz, da pediatria, foi se aproximando. Ele olhou para Lion, e, com um ar protetor, me ofereceu uma carona. — Quer uma carona, Nazli? — perguntou, lançando um rápido olhar a Lion, que parecia incomodado. — Claro, Deniz. Agradeço pela gentileza — aceitei, entrando no carro dele sem olhar para
Luna CollinsCheguei ao escritório ansiosa e um pouco nervosa. Afinal, era meu primeiro dia no renomado escritório de arquitetura em Londres. Embora todos na minha família acreditassem que eu havia feito direito, eu estava, na verdade, perseguindo minha paixão por arquitetura. Esse estágio era o passo que eu precisava para ganhar experiência e, quem sabe, abrir meu próprio escritório no futuro. Eu já estava tão focada nesse sonho que nem havia cogitado qualquer outra distração.Assim que entrei, fui recepcionada pela equipe de recursos humanos, que me levou até uma sala de vidro. Fiquei observando o ambiente ao meu redor, impressionada com o design moderno e ao mesmo tempo acolhedor do local, até que a porta se abriu, e então eu o vi.Um homem alto, de aparência marcante e um olhar penetrante, entrou na sala. Ele parecia absolutamente confiante e, ao mesmo tempo, encantador. Meu coração acelerou imediatamente, e senti minhas bochechas corarem de leve. Tentei me recompor, mas não pude
Luna Collins Depois de pegar as chaves e me instalar no apartamento, finalmente me dei conta de onde estava. O prédio era um dos mais luxuosos e renomados da cidade, e, quando olhei pela janela, Londres brilhava como nunca. Com certeza seria uma experiência única morar ali durante esses dois anos, tão perto do escritório onde trabalharia de segunda a sábado.Assim que desci do carro, a recepcionista me mostrou o caminho para o elevador. Apertei o andar e fiquei aguardando as portas se fecharem, até que, no último segundo, uma figura familiar apareceu entrando no saguão. Não consegui acreditar no que via. — Estou vendo miragens agora?— murmurei, surpresa.Coloquei minha mão na porta, segurando-a aberta para que ele pudesse entrar. Kerem sorriu ao perceber minha expressão surpresa.— Obrigado por segurar o elevador, Luna — ele disse, entrando ao meu lado.Por um segundo, minha voz sumiu, mas logo me recompus.— O que você está fazendo aqui? — perguntei, tentando manter a casualidade.
Lion Collins Naquela noite, enquanto tentava dormir, o pensamento em Nazli não me dava descanso. Ela era, sem dúvida, uma das poucas mulheres que não caía nos meus encantos, o que era ao mesmo tempo intrigante e desafiador. Ao fechar os olhos, a última imagem que me veio foi dela, no hospital, com seu olhar desafiador e o sorriso contido, que parecia reservado só para aqueles raros momentos em que ela permitia se abrir um pouco. Acordei tarde, ainda com aquela imagem na mente. Tomei um banho rápido, tentando organizar meus pensamentos antes de sair para almoçar e, mais tarde, enfrentar mais uma vez a Nazli. Assim que cheguei, fui direto à sala das enfermeiras. A encontrei revisando uns prontuários, concentrada, sem perceber que eu estava ali. Esperei alguns segundos, apreciando a determinação no rosto dela antes de pigarrear, chamando sua atenção. — Nazli. — Disse, e ela levantou os olhos, levemente surpresa, mas logo retomou a expressão neutra. — Senhor Lion — respondeu, formal,
Nazli Ylmaz Na manhã seguinte ao jantar, acordei com uma sensação estranha de leveza. Ainda que Lion fosse teimoso e insistente, pela primeira vez, eu havia visto um lado dele que até então ele fazia questão de esconder: menos convencido, mais... humano. Depois daquele jantar, algo me dizia que ele realmente respeitaria meu desejo de sermos apenas amigos, e decidi dar uma chance a essa amizade. Porém, deixei claro para mim mesma: ele não seria nada além disso. Cheguei ao hospital com essa ideia fixa. Eu estava disposta a abrir um espaço em minha vida para uma amizade com Lion, mas sempre mantendo as coisas em seu devido lugar. Enquanto caminhava pelos corredores, me deparei com ele já em seu consultório. Quando me viu, sorriu de um jeito que eu sabia que era para parecer casual, mas ele estava evidentemente esperando por mim. — Nazli! — Ele chamou meu nome com um tom animado, que, apesar de tudo, me fez sorrir. — Lion — respondi, mantendo um tom neutro, mas não consegui disfarç
Lian Collins Aquele dia no hospital começou como qualquer outro, mas algo em mim me dizia que eu precisava esclarecer a situação com Nazli. Ela estava começando a ocupar mais espaço na minha mente do que eu estava disposto a admitir. E, para completar, cada vez que eu a via com aquele pediatra metido, Deniz, sentia uma pontada de irritação. Precisava saber o que havia entre eles, antes que eu perdesse a cabeça de vez. Passei pelo corredor e avistei Deniz conversando com uma das enfermeiras. Aproveitei a chance e me aproximei, tentando manter um tom casual. — Deniz — chamei, e ele se virou para mim com um sorriso amigável, que só serviu para me irritar mais. — Posso te perguntar uma coisa? Ele assentiu, parecendo um pouco confuso. — Você e a Nazli... estão namorando? — Fui direto ao ponto, sem rodeios. Ele soltou uma risada rápida, surpreso com a minha pergunta. — Eu e Nazli? Não, nada disso. Ela é só uma amiga. Na verdade, eu sou o ex da irmã dela, Leyla. Uma sensação de alív
Nazli Ylmaz Aquela semana foi um misto de emoções para mim. Depois daquele beijo inesperado e da proposta audaciosa do Lion, eu sabia que precisava manter o controle. Ele tinha essa habilidade de me deixar eufórica, mas eu não podia me deixar levar. Eu não estava pronta para entrar em um relacionamento com ele, não com o histórico de conquistas que ele tinha e com meu receio de ser só mais uma para ele.Mas Lion parecia determinado. No dia seguinte, ele apareceu com um buquê de flores, entregando-o com aquele sorriso que já conheço bem, mas que dessa vez tinha algo a mais. Sorri agradecendo, tentando esconder a surpresa. No dia seguinte, foi um chocolate que ele sabia ser o meu preferido. Depois, um almoço caseiro que ele mesmo havia preparado, e admito que me surpreendeu com o sabor, algo que eu não esperava dele.Os dias foram passando, e ele não desistia. Pacientes deixavam bilhetes nas minhas mãos, mensagens que Lion havia escrito com todo o cuidado. Ele envolveu o hospital inte