Luna CollinsCheguei ao escritório ansiosa e um pouco nervosa. Afinal, era meu primeiro dia no renomado escritório de arquitetura em Londres. Embora todos na minha família acreditassem que eu havia feito direito, eu estava, na verdade, perseguindo minha paixão por arquitetura. Esse estágio era o passo que eu precisava para ganhar experiência e, quem sabe, abrir meu próprio escritório no futuro. Eu já estava tão focada nesse sonho que nem havia cogitado qualquer outra distração.Assim que entrei, fui recepcionada pela equipe de recursos humanos, que me levou até uma sala de vidro. Fiquei observando o ambiente ao meu redor, impressionada com o design moderno e ao mesmo tempo acolhedor do local, até que a porta se abriu, e então eu o vi.Um homem alto, de aparência marcante e um olhar penetrante, entrou na sala. Ele parecia absolutamente confiante e, ao mesmo tempo, encantador. Meu coração acelerou imediatamente, e senti minhas bochechas corarem de leve. Tentei me recompor, mas não pude
Luna Collins Depois de pegar as chaves e me instalar no apartamento, finalmente me dei conta de onde estava. O prédio era um dos mais luxuosos e renomados da cidade, e, quando olhei pela janela, Londres brilhava como nunca. Com certeza seria uma experiência única morar ali durante esses dois anos, tão perto do escritório onde trabalharia de segunda a sábado.Assim que desci do carro, a recepcionista me mostrou o caminho para o elevador. Apertei o andar e fiquei aguardando as portas se fecharem, até que, no último segundo, uma figura familiar apareceu entrando no saguão. Não consegui acreditar no que via. — Estou vendo miragens agora?— murmurei, surpresa.Coloquei minha mão na porta, segurando-a aberta para que ele pudesse entrar. Kerem sorriu ao perceber minha expressão surpresa.— Obrigado por segurar o elevador, Luna — ele disse, entrando ao meu lado.Por um segundo, minha voz sumiu, mas logo me recompus.— O que você está fazendo aqui? — perguntei, tentando manter a casualidade.
Lion Collins Naquela noite, enquanto tentava dormir, o pensamento em Nazli não me dava descanso. Ela era, sem dúvida, uma das poucas mulheres que não caía nos meus encantos, o que era ao mesmo tempo intrigante e desafiador. Ao fechar os olhos, a última imagem que me veio foi dela, no hospital, com seu olhar desafiador e o sorriso contido, que parecia reservado só para aqueles raros momentos em que ela permitia se abrir um pouco. Acordei tarde, ainda com aquela imagem na mente. Tomei um banho rápido, tentando organizar meus pensamentos antes de sair para almoçar e, mais tarde, enfrentar mais uma vez a Nazli. Assim que cheguei, fui direto à sala das enfermeiras. A encontrei revisando uns prontuários, concentrada, sem perceber que eu estava ali. Esperei alguns segundos, apreciando a determinação no rosto dela antes de pigarrear, chamando sua atenção. — Nazli. — Disse, e ela levantou os olhos, levemente surpresa, mas logo retomou a expressão neutra. — Senhor Lion — respondeu, formal,
Nazli Ylmaz Na manhã seguinte ao jantar, acordei com uma sensação estranha de leveza. Ainda que Lion fosse teimoso e insistente, pela primeira vez, eu havia visto um lado dele que até então ele fazia questão de esconder: menos convencido, mais... humano. Depois daquele jantar, algo me dizia que ele realmente respeitaria meu desejo de sermos apenas amigos, e decidi dar uma chance a essa amizade. Porém, deixei claro para mim mesma: ele não seria nada além disso. Cheguei ao hospital com essa ideia fixa. Eu estava disposta a abrir um espaço em minha vida para uma amizade com Lion, mas sempre mantendo as coisas em seu devido lugar. Enquanto caminhava pelos corredores, me deparei com ele já em seu consultório. Quando me viu, sorriu de um jeito que eu sabia que era para parecer casual, mas ele estava evidentemente esperando por mim. — Nazli! — Ele chamou meu nome com um tom animado, que, apesar de tudo, me fez sorrir. — Lion — respondi, mantendo um tom neutro, mas não consegui disfarç
Lian Collins Aquele dia no hospital começou como qualquer outro, mas algo em mim me dizia que eu precisava esclarecer a situação com Nazli. Ela estava começando a ocupar mais espaço na minha mente do que eu estava disposto a admitir. E, para completar, cada vez que eu a via com aquele pediatra metido, Deniz, sentia uma pontada de irritação. Precisava saber o que havia entre eles, antes que eu perdesse a cabeça de vez. Passei pelo corredor e avistei Deniz conversando com uma das enfermeiras. Aproveitei a chance e me aproximei, tentando manter um tom casual. — Deniz — chamei, e ele se virou para mim com um sorriso amigável, que só serviu para me irritar mais. — Posso te perguntar uma coisa? Ele assentiu, parecendo um pouco confuso. — Você e a Nazli... estão namorando? — Fui direto ao ponto, sem rodeios. Ele soltou uma risada rápida, surpreso com a minha pergunta. — Eu e Nazli? Não, nada disso. Ela é só uma amiga. Na verdade, eu sou o ex da irmã dela, Leyla. Uma sensação de alív
Nazli Ylmaz Aquela semana foi um misto de emoções para mim. Depois daquele beijo inesperado e da proposta audaciosa do Lion, eu sabia que precisava manter o controle. Ele tinha essa habilidade de me deixar eufórica, mas eu não podia me deixar levar. Eu não estava pronta para entrar em um relacionamento com ele, não com o histórico de conquistas que ele tinha e com meu receio de ser só mais uma para ele.Mas Lion parecia determinado. No dia seguinte, ele apareceu com um buquê de flores, entregando-o com aquele sorriso que já conheço bem, mas que dessa vez tinha algo a mais. Sorri agradecendo, tentando esconder a surpresa. No dia seguinte, foi um chocolate que ele sabia ser o meu preferido. Depois, um almoço caseiro que ele mesmo havia preparado, e admito que me surpreendeu com o sabor, algo que eu não esperava dele.Os dias foram passando, e ele não desistia. Pacientes deixavam bilhetes nas minhas mãos, mensagens que Lion havia escrito com todo o cuidado. Ele envolveu o hospital inte
Lion Collins Na mesa, coloquei um prato que sabia que era um dos seus preferidos, junto com uma sobremesa especial que, admito, demorei dias para acertar. Quando ela se sentou, eu servi o vinho e fiquei um momento observando-a, tentando guardar cada detalhe do seu sorriso, do jeito como os olhos dela brilhavam.Enquanto jantávamos, conversamos sobre o dia, o hospital, algumas histórias engraçadas sobre pacientes e até sobre nossos sonhos. Eu tentava ao máximo prolongar o momento, absorvendo cada risada e cada expressão que ela fazia. Finalmente, senti que era a hora de abrir meu coração mais uma vez.— Nazli,— comecei, a voz mais baixa. — Eu sei que você não confia em mim, e não te culpo por isso. Minha reputação não ajuda, e eu nunca fiz questão de ser alguém de quem as mulheres esperassem muita coisa. Mas com você é diferente. Você me faz querer ser alguém melhor, e eu nunca senti isso antes.Ela me olhava, os olhos suaves, mas firmes. Era como se ela estivesse tentando entender s
Luna Collins Havia passado um mês trabalhando diariamente com Kerem, e, ao longo desses dias, nossa convivência foi se tornando cada vez mais natural. Nossos encontros fora do horário do escritório começaram de forma despretensiosa Uma parada para um café ou uma refeição rápida entre uma tarefa e outra. No entanto, de vez em quando, esses momentos se estendiam para jantares mais longos, onde a conversa fluía com uma naturalidade que me surpreendia. Ele era um excelente ouvinte, sempre atento e curioso sobre os meus planos e os motivos que me levaram até aquele projeto. Aos poucos, parecia que uma amizade verdadeira estava surgindo entre nós.Naquela noite, depois de um longo dia de trabalho, senti uma vontade genuína de retribuir a gentileza dos convites dele. Eu já havia planejado o cardápio e até comprado algumas flores para criar um clima agradável. Seria algo simples, mas especial, um jantar que simbolizaria a amizade que estávamos construindo. Com uma mistura de nervosismo e ex