Lion Collins Naquela noite, enquanto tentava dormir, o pensamento em Nazli não me dava descanso. Ela era, sem dúvida, uma das poucas mulheres que não caía nos meus encantos, o que era ao mesmo tempo intrigante e desafiador. Ao fechar os olhos, a última imagem que me veio foi dela, no hospital, com seu olhar desafiador e o sorriso contido, que parecia reservado só para aqueles raros momentos em que ela permitia se abrir um pouco. Acordei tarde, ainda com aquela imagem na mente. Tomei um banho rápido, tentando organizar meus pensamentos antes de sair para almoçar e, mais tarde, enfrentar mais uma vez a Nazli. Assim que cheguei, fui direto à sala das enfermeiras. A encontrei revisando uns prontuários, concentrada, sem perceber que eu estava ali. Esperei alguns segundos, apreciando a determinação no rosto dela antes de pigarrear, chamando sua atenção. — Nazli. — Disse, e ela levantou os olhos, levemente surpresa, mas logo retomou a expressão neutra. — Senhor Lion — respondeu, formal,
Nazli Ylmaz Na manhã seguinte ao jantar, acordei com uma sensação estranha de leveza. Ainda que Lion fosse teimoso e insistente, pela primeira vez, eu havia visto um lado dele que até então ele fazia questão de esconder: menos convencido, mais... humano. Depois daquele jantar, algo me dizia que ele realmente respeitaria meu desejo de sermos apenas amigos, e decidi dar uma chance a essa amizade. Porém, deixei claro para mim mesma: ele não seria nada além disso. Cheguei ao hospital com essa ideia fixa. Eu estava disposta a abrir um espaço em minha vida para uma amizade com Lion, mas sempre mantendo as coisas em seu devido lugar. Enquanto caminhava pelos corredores, me deparei com ele já em seu consultório. Quando me viu, sorriu de um jeito que eu sabia que era para parecer casual, mas ele estava evidentemente esperando por mim. — Nazli! — Ele chamou meu nome com um tom animado, que, apesar de tudo, me fez sorrir. — Lion — respondi, mantendo um tom neutro, mas não consegui disfarç
Lian Collins Aquele dia no hospital começou como qualquer outro, mas algo em mim me dizia que eu precisava esclarecer a situação com Nazli. Ela estava começando a ocupar mais espaço na minha mente do que eu estava disposto a admitir. E, para completar, cada vez que eu a via com aquele pediatra metido, Deniz, sentia uma pontada de irritação. Precisava saber o que havia entre eles, antes que eu perdesse a cabeça de vez. Passei pelo corredor e avistei Deniz conversando com uma das enfermeiras. Aproveitei a chance e me aproximei, tentando manter um tom casual. — Deniz — chamei, e ele se virou para mim com um sorriso amigável, que só serviu para me irritar mais. — Posso te perguntar uma coisa? Ele assentiu, parecendo um pouco confuso. — Você e a Nazli... estão namorando? — Fui direto ao ponto, sem rodeios. Ele soltou uma risada rápida, surpreso com a minha pergunta. — Eu e Nazli? Não, nada disso. Ela é só uma amiga. Na verdade, eu sou o ex da irmã dela, Leyla. Uma sensação de alív
Nazli Ylmaz Aquela semana foi um misto de emoções para mim. Depois daquele beijo inesperado e da proposta audaciosa do Lion, eu sabia que precisava manter o controle. Ele tinha essa habilidade de me deixar eufórica, mas eu não podia me deixar levar. Eu não estava pronta para entrar em um relacionamento com ele, não com o histórico de conquistas que ele tinha e com meu receio de ser só mais uma para ele.Mas Lion parecia determinado. No dia seguinte, ele apareceu com um buquê de flores, entregando-o com aquele sorriso que já conheço bem, mas que dessa vez tinha algo a mais. Sorri agradecendo, tentando esconder a surpresa. No dia seguinte, foi um chocolate que ele sabia ser o meu preferido. Depois, um almoço caseiro que ele mesmo havia preparado, e admito que me surpreendeu com o sabor, algo que eu não esperava dele.Os dias foram passando, e ele não desistia. Pacientes deixavam bilhetes nas minhas mãos, mensagens que Lion havia escrito com todo o cuidado. Ele envolveu o hospital inte
Lion Collins Na mesa, coloquei um prato que sabia que era um dos seus preferidos, junto com uma sobremesa especial que, admito, demorei dias para acertar. Quando ela se sentou, eu servi o vinho e fiquei um momento observando-a, tentando guardar cada detalhe do seu sorriso, do jeito como os olhos dela brilhavam.Enquanto jantávamos, conversamos sobre o dia, o hospital, algumas histórias engraçadas sobre pacientes e até sobre nossos sonhos. Eu tentava ao máximo prolongar o momento, absorvendo cada risada e cada expressão que ela fazia. Finalmente, senti que era a hora de abrir meu coração mais uma vez.— Nazli,— comecei, a voz mais baixa. — Eu sei que você não confia em mim, e não te culpo por isso. Minha reputação não ajuda, e eu nunca fiz questão de ser alguém de quem as mulheres esperassem muita coisa. Mas com você é diferente. Você me faz querer ser alguém melhor, e eu nunca senti isso antes.Ela me olhava, os olhos suaves, mas firmes. Era como se ela estivesse tentando entender s
Luna Collins Havia passado um mês trabalhando diariamente com Kerem, e, ao longo desses dias, nossa convivência foi se tornando cada vez mais natural. Nossos encontros fora do horário do escritório começaram de forma despretensiosa Uma parada para um café ou uma refeição rápida entre uma tarefa e outra. No entanto, de vez em quando, esses momentos se estendiam para jantares mais longos, onde a conversa fluía com uma naturalidade que me surpreendia. Ele era um excelente ouvinte, sempre atento e curioso sobre os meus planos e os motivos que me levaram até aquele projeto. Aos poucos, parecia que uma amizade verdadeira estava surgindo entre nós.Naquela noite, depois de um longo dia de trabalho, senti uma vontade genuína de retribuir a gentileza dos convites dele. Eu já havia planejado o cardápio e até comprado algumas flores para criar um clima agradável. Seria algo simples, mas especial, um jantar que simbolizaria a amizade que estávamos construindo. Com uma mistura de nervosismo e ex
Kerem KayaSaí do quarto ainda meio atordoado e encontrei meu irmão no corredor, ajeitando a camiseta enquanto parecia se preparar para sair.— Você deve estar exausto irmão, assim que chegou, apagou no seu quarto,Ah, a vizinha passou aqui para te ver— ele disse, com um sorriso malicioso.Aquilo me despertou instantaneamente. —Luna esteve aqui?— Perguntei, já com o coração disparado.— Sim. Mas quem atendeu foi a minha namorada, eu estava no banho quando tocou a campainha, a minha namorada também estava comigo, ela saiu apenas para atender a porta — respondeu, tranquilamente. Soltei uma série de palavrões em pensamento. Luna provavelmente veio para me convidar para algo e, em vez disso, foi recebida pela namorada do meu irmão, e ainda por cima enrolada em uma toalha. Eu só conseguia imaginar o que ela deve ter pensado. Não hesitei nem mais um segundo; saí às pressas e bati na porta do apartamento dela.Ela abriu a porta em poucos segundos, e, ao vê-la, parecia um alívio indescritível
Luna CollinsAceitei o convite de Kerem com um sorriso tímido, mas por dentro meu coração explodia de felicidade. O beijo que trocamos minutos antes ainda queimava em meus lábios, uma sensação tão intensa que mal conseguia controlar meu nervosismo. Ele me pediu em namoro. E não era qualquer pedido. Ele queria algo sério comigo, mesmo sabendo das possíveis complicações. Cada detalhe daquele jantar parecia agora mágico, como se o universo conspirasse para nos unir.No dia seguinte, cheguei ao escritório com um sorriso bobo no rosto. A noite anterior passava pela minha mente repetidas vezes, e parecia impossível esconder a felicidade que eu sentia. Estava tão imersa nos meus pensamentos que mal percebi uma das funcionárias se aproximando. Era Derya, uma mulher de voz suave e de gestos sempre calculados. Ela olhou para mim com um sorriso curioso.— Luna, não quero ser indiscreta, mas... você está namorando o senhor Kaya? — perguntou, direta.Senti minhas bochechas corarem e sorri involunt