Luna Collins Havia passado um mês trabalhando diariamente com Kerem, e, ao longo desses dias, nossa convivência foi se tornando cada vez mais natural. Nossos encontros fora do horário do escritório começaram de forma despretensiosa Uma parada para um café ou uma refeição rápida entre uma tarefa e outra. No entanto, de vez em quando, esses momentos se estendiam para jantares mais longos, onde a conversa fluía com uma naturalidade que me surpreendia. Ele era um excelente ouvinte, sempre atento e curioso sobre os meus planos e os motivos que me levaram até aquele projeto. Aos poucos, parecia que uma amizade verdadeira estava surgindo entre nós.Naquela noite, depois de um longo dia de trabalho, senti uma vontade genuína de retribuir a gentileza dos convites dele. Eu já havia planejado o cardápio e até comprado algumas flores para criar um clima agradável. Seria algo simples, mas especial, um jantar que simbolizaria a amizade que estávamos construindo. Com uma mistura de nervosismo e ex
Kerem KayaSaí do quarto ainda meio atordoado e encontrei meu irmão no corredor, ajeitando a camiseta enquanto parecia se preparar para sair.— Você deve estar exausto irmão, assim que chegou, apagou no seu quarto,Ah, a vizinha passou aqui para te ver— ele disse, com um sorriso malicioso.Aquilo me despertou instantaneamente. —Luna esteve aqui?— Perguntei, já com o coração disparado.— Sim. Mas quem atendeu foi a minha namorada, eu estava no banho quando tocou a campainha, a minha namorada também estava comigo, ela saiu apenas para atender a porta — respondeu, tranquilamente. Soltei uma série de palavrões em pensamento. Luna provavelmente veio para me convidar para algo e, em vez disso, foi recebida pela namorada do meu irmão, e ainda por cima enrolada em uma toalha. Eu só conseguia imaginar o que ela deve ter pensado. Não hesitei nem mais um segundo; saí às pressas e bati na porta do apartamento dela.Ela abriu a porta em poucos segundos, e, ao vê-la, parecia um alívio indescritível
Luna CollinsAceitei o convite de Kerem com um sorriso tímido, mas por dentro meu coração explodia de felicidade. O beijo que trocamos minutos antes ainda queimava em meus lábios, uma sensação tão intensa que mal conseguia controlar meu nervosismo. Ele me pediu em namoro. E não era qualquer pedido. Ele queria algo sério comigo, mesmo sabendo das possíveis complicações. Cada detalhe daquele jantar parecia agora mágico, como se o universo conspirasse para nos unir.No dia seguinte, cheguei ao escritório com um sorriso bobo no rosto. A noite anterior passava pela minha mente repetidas vezes, e parecia impossível esconder a felicidade que eu sentia. Estava tão imersa nos meus pensamentos que mal percebi uma das funcionárias se aproximando. Era Derya, uma mulher de voz suave e de gestos sempre calculados. Ela olhou para mim com um sorriso curioso.— Luna, não quero ser indiscreta, mas... você está namorando o senhor Kaya? — perguntou, direta.Senti minhas bochechas corarem e sorri involunt
Kerem Kaya Eu assisti a um filme com Luna naquela noite, aproveitando cada minuto ao lado dela. Aquele momento a sós foi o que ambos precisávamos; depois de todas as dúvidas e confusões causadas pelas fofocas maldosas, era um alívio finalmente poder estar em paz ao seu lado. Mas sabia que isso não duraria se eu não fizesse algo em relação ao que havia acontecido na empresa. Luna tinha sofrido nas mãos de pessoas que espalhavam mentiras, e isso era algo que eu não podia tolerar.Na manhã seguinte, ao entrar na empresa, eu já sabia o que precisava fazer. As palavras de Luna, sua tristeza velada, tudo aquilo ainda ecoava em minha mente. Ao passar pela recepção, cumprimentei brevemente os funcionários e pedi à minha secretária que chamasse Derya e Emine para a minha sala. Ela assentiu, e em poucos minutos, ouvi a leve batida na porta.— Entrem — disse, em um tom controlado, mas firme.As duas entraram com expressões cautelosas, provavelmente não imaginando o que as esperava. Respirei fun
Lion Collins Eu estava no plantão, exausto, mas cada vez mais convencido de que precisava provar para Nazli que eu podia ser o homem que ela merecia. A noite já passava das dez, e o hospital estava mais silencioso do que o normal, o tipo de silêncio que sempre parecia pressagiar algo. Ainda assim, saber que ela estava por perto me dava uma sensação estranha de conforto, mesmo em um ambiente caótico como aquele.Foi então que a emergência foi ativada. Um paciente chegou com ferimentos graves a bala, e tanto eu quanto Nazli corremos para os primeiros socorros. A situação era crítica, e rapidamente levamos o paciente para a sala de cirurgia. Eu, como cirurgião, e Nazli, como enfermeira chefe, estávamos determinados a salvar aquela vida. Mas eu podia ver a tensão no rosto dela; essas situações sempre trazem uma carga emocional pesada, e eu sabia que ela sentia isso tanto quanto eu.A cirurgia estava avançando, e cada segundo contava. Mas então, de repente, a porta da sala de cirurgia foi
Nazli Ylmaz A noite tinha sido uma sucessão de emoções e sustos. Eu ainda estava tentando controlar a adrenalina que corria pelo meu corpo quando o Doutor Ferman entrou na sala de cirurgia, trazendo com ele aquela calma autoritária que sempre impunha respeito. — Nazli, preciso que me ajude com este paciente — ele disse, sem perder tempo. A voz dele, firme e controlada, trouxe-me de volta ao momento, e eu imediatamente me concentrei na tarefa. Trabalhamos juntos para estabilizar o paciente, cada movimento era preciso, e a sala estava imersa em uma concentração absoluta. Quando terminamos, eu estava exausta, mas aliviada por ter feito tudo o que era possível por aquela vida. Doutor Ferman se aproximou e, de uma maneira que me pegou de surpresa, colocou a mão no meu ombro. — Você fez um bom trabalho hoje, Nazli. Vá para casa e descanse. Pode tirar o dia de folga — ele disse, com um sorriso breve, mas sincero. Assenti, agradecendo pela compreensão, mas, ao sair da sala, perce
Nazli Ylmaz Essas palavras me atingiram com uma intensidade inesperada. Eu havia ouvido declarações antes, mas nada como aquilo. Não havia promessas vazias, nem juras exageradas. Apenas uma determinação serena, uma promessa de alguém que estava realmente disposto a lutar por mim, a lutar para ser melhor, não apenas para conquistar o que queria, mas para ser digno de algo maior. — Lion… — comecei, mas as palavras escaparam, se misturando em uma confusão de sentimentos que não sabia como expressar. Eu estava tão acostumada a me proteger, a erguer muralhas ao meu redor, que agora, diante daquela vulnerabilidade dele, sentia as minhas próprias defesas desmoronarem. Ele continuava me observando, o sorriso diminuindo, dando lugar a um olhar mais profundo, quase triste. — Sei que você carrega feridas, e que o medo de confiar em alguém é enorme — ele disse em voz baixa. — Mas eu não vou desistir. Vou te provar, de um jeito ou de outro, que sou mais do que a imagem que você tem de mim.
Lion Collins Duas semanas que passaram em um piscar de olhos, mas que também pareceram uma eternidade. Desde o dia em que Nazli me deu aquele pequeno, mas significativo beijo na bochecha e me permitiu um espaço no coração dela, algo dentro de mim começou a mudar. Não era mais sobre a conquista ou sobre provar algo a alguém, era sobre merecer o que Nazli representava, um futuro que eu mal ousava sonhar antes.Naquela noite, enquanto me preparava para o encontro, sentia um misto de ansiedade e euforia. Tinha convencido Ferman a trazer Zeynep junto para que fosse um encontro duplo. Sabia que Nazli ficaria mais à vontade assim, menos pressionada, e por mais que quisesse um momento a sós com ela, estava disposto a tudo para que ela se sentisse segura e confortável.Quando cheguei ao restaurante, Nazli já estava lá, radiante em uma simplicidade que a tornava ainda mais encantadora. Seu sorriso ao me ver me deixou sem palavras por um instante, e senti que todo o meu esforço estava valendo a