6. A escolha

||Avignon, França:


Laure Lavigne tinha vinte e sete anos, a pele branca, olhos azuis, e cabelos louros e longos. Fisicamente, era a imagem idealizada da mulher francesa, mas ela era mais que um rostinho bonito.

Se casara aos dezoito, com seu primeiro amor, mas o casamento não durou mais que quatro anos, quando ela descobriu que não poderia ter filhos, por ser estéril. Seu marido não lidou bem com isso, e pediu o divórcio. Ela não tentou convencê-lo a mudar de ideia, nem propôs qualquer tratamento alternativo ou adoção.

Se dedicou por completo a sua carreira como enfermeira. Já que nunca teria um filho, seria como uma mãe para todas as crianças que tivesse de cuidar. Infelizmente, nem todas resistiam ao câncer e faleciam. Algumas, abandonadas pela própria família, outras, eram órfãs. Laure sempre sofria quando uma delas perdia para a doença, assim, como sorria quando uma delas conseguia se recuperar.

A doutora Rafaela Arcangeli presenciou
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