Amber
O calor dele parecia se infiltrar pela minha pele, enquanto as pontas dos dedos de Leonardo traçavam círculos preguiçosos na base das minhas costas. Eu estava sentada em seu colo, cuidadosa para não pressionar o braço ferido, mas cada toque dele parecia incendiar algo dentro de mim. A respiração dele estava próxima, quente e entrecortada, e eu podia sentir o olhar dele queimando em meu rosto.
"Amber," ele murmurou, com aquela voz rouca que me fazia estremecer. "Você sabe que estou ficando louco, não sabe?"
Mordi o lábio, tentando suprimir um sorriso. Ele sempre tinha uma resposta para tudo, sempre um argumento para ignorar o que era lógico. "Você é tão dramático, Leonardo."
Ele riu, mas o som foi baixo, quase desesperado. "Dramático? Docinho, você não faz ideia do que está passando em minha cabeça nesse mome
AmberEstava quase cedendo aos seus beijos quando algo úmido tocou meus dedos.Uma sensação gélida atravessou meu corpo, e me afastei rapidamente, olhando para ele. Meu coração quase parou ao ver o sangue manchando a bandagem em seu peito. A cor rubra escorria lentamente, um contraste alarmante contra a sua pele pálida."Meu Deus, Leo!" minha voz saiu trêmula enquanto eu saltava de seu colo. Em um movimento quase automático, estiquei o braço para o interruptor ao lado da cama. A luz iluminou o quarto, revelando a pequena mancha que crescia na bandagem.Ele suspirou, tentando minimizar a situação e esticou a mão boa para me puxar de volta. "Ignore isso," murmurou, o tom rouco e determinado. "Não é nada.""Nem pensar!" disse, já caminhando apressada em direção ao banheiro
LeonardoAcordei com uma pontada aguda no ombro. Era como se um ferro quente tivesse sido cravado em minha carne, irradiando uma dor constante que me fez prender a respiração. O quarto estava mergulhado na penumbra, iluminado apenas pela luz fraca da lua que atravessava as cortinas. O som leve da respiração de Amber ao meu lado era quase reconfortante, mas mesmo isso não conseguia aliviar o incômodo no meu ombro.Levantei-me com cuidado, tentando não fazer barulho. Cada movimento parecia amplificar a dor, mas a última coisa que eu queria era acordá-la. Caminhei até o banheiro, acendendo a luz fria. O reflexo no espelho revelou meu estado: o suor brilhava na minha testa, e a bandagem ao redor do meu ombro estava manchada de sangue seco.Tinha me esforçado mais cedo, forçando o ferimento, mas não me arrependia.Qualquer dor valia o momento que passei com A
AmberPassei a noite em claro, sentada ao lado de Leonardo. Desde o momento em que seu corpo começou a arder em febre, o sono tornou-se impossível. Ele gemia baixinho a cada movimento, e a dor estampada em seu rosto me deixava apavorada. Eu troquei as compressas em sua testa tantas vezes que perdi a conta."Estou bem," ele murmurava ocasionalmente, sua voz rouca, tentando soar convincente. Mas não me enganava. Ele queria me tranquilizar, mas o calor que emanava de sua pele me dizia o contrário.Quando o sol começou a tingir o quarto com tons suaves de laranja, levantei-me e caminhei até as janelas. Fechei as cortinas, abafando a luz para que ele pudesse descansar mais. Ele finalmente parecia ter cedido ao sono, e eu não queria que nada o perturbasse.No closet, troquei o pijama por algo mais prático. Cada movimento era silencioso, cuidadoso para não acordá-lo. Depois de ajeitar o cabelo
LeonardoO aroma de café fresco me puxou do torpor da febre, mas foi o toque suave de Amber em minha mão que realmente me despertou. Abri os olhos devagar, ainda lutando contra a dor pulsante no ombro e a fraqueza que me prendia à cama."Desculpe, não queria te acordar," ela murmurou, sua voz doce, mas carregada de preocupação."Não tem problema," respondi, entrelaçando nossos dedos. O simples contato me trazia algum conforto, mesmo enquanto meu corpo protestava a cada respiração mais funda.Amber apontou para a bandeja ao lado da cama. "Trouxe café da manhã pra você. Como está se sentindo?"Desviei o olhar para a comida, mas só a visão da sopa e do pão já me deixava nauseado. Tentei sorrir. "Estou bem."Ela estreitou os olhos, me estudando com aquela expressão que eu conhecia bem. "Para de mentir pra mim, Leo."Suspirei, derrotado. "Está doendo pra caralho, mas logo passa."Ela não respondeu de imediato, mas ergueu a mão, pous
AmberA madeira antiga das escadas rangeu sob meus passos enquanto descia com a bandeja, aproveitando o silêncio raro da casa para organizar meus pensamentos. Mas esse momento foi curto. A porta da frente se abriu com força, revelando um casal que exalava autoridade e sofisticação.A mulher, alta e elegante, vestia um conjunto Chanel creme que parecia saído de uma revista. O homem ao seu lado, impecável em um terno azul-escuro, irradiava a mesma aura de poder, seu olhar avaliador cruzando o hall. Senti minha coluna se enrijecer instintivamente."Bom dia," cumprimentei, parando a meio caminho das escadas.Eles mal tiveram tempo de responder antes que Magnus surgisse do corredor. Seu tom cortês parecia tenso, como se soubesse o impacto que aquela visita teria. "Senhor e senhora Martinucci, bom dia."Congelei. Os pais de Leonardo. A revelação caiu como uma pedra no estômago. Eles eram exatamente como imaginei: imponentes, exigentes, o
AmberO sol da manhã entrava pelas frestas da cortina enquanto eu observava o olhar curioso de Tomaso sobre Bella. Meu coração acelerou ao notar como seus olhos estudavam cada detalhe do rosto do minha filha."Acho melhor continuarmos esta conversa em um lugar mais... reservado," Nonna Rosa interrompeu meus pensamentos, lançando um olhar significativo para Bella, que permanecia ali, os olhos brilhando de curiosidade infantil.Me abaixei até ficar na altura dela, ajustando o laço em seu cabelo com delicadeza. "Querida, que tal ir brincar um pouco?""Mas eu quelo ve o tio Léo," ela protestou, fazendo aquele biquinho que sempre derretia meu coração. "Ele pecisa dos meus cuidados especiais."
LeonardoFui arrancado do meu sono por um barulho insistente, um tumulto de vozes vindo de fora. Meu corpo ainda estava pesado pelos medicamentos, e uma pontada no ombro me lembrava dos pontos recentes. Tentei sentar na cama, mas tudo parecia girar. As vozes estavam mais altas agora, exaltadas e misturadas, parte em italiano, parte em português. Isso não era o som normal de Louis e Bella brincando. Algo estava errado."Amber?" Minha voz saiu rouca e pesada, mas o quarto estava vazio. Esperei por alguns segundos, mas não obtive resposta. O barulho do lado de fora crescia. Franzi o cenho. Decidi me erguer, mas antes que pudesse sair da cama, a porta do quarto se abriu com força. Amber entrou, e só pelo olhar dela percebi que o dia seria pior do que eu imaginava.“Te peguei no flagra!” ela exclamou, cruzando os braços. Sua respiração estava acelerada, e seu rosto, corado de raiva, p
MartinaAqueles seguranças incompetentes me encaravam com desdém enquanto eu gritava no portão. Como ousavam me impedir de entrar? Eu, a noiva de Leonardo Martinucci!"Vocês não podem fazer isso comigo!" berrei, socando o portão. "Magnus, seu traidor! Deixe-me entrar!"Magnus apenas me observava com aquele ar superior que me dava náuseas. Meu celular tocou - Eleonora tentando me acalmar. Mas então ouvi a voz de Leonardo ao fundo, clara como cristal: "Quando o DNA confirmar. Vou assumir as crianças. E a Amber."O mundo parou."Vocês vão se arrepender disso!" gritei pela milésima vez, quando notei que um dos seguranças mais novos se distraiu com uma ligação. Era minha chance. Fingi mexer na bolsa, deixando meu celular cair propositalmente próximo ao portão. Quando ele se aproximou para me ajudar, num movimento rápido, escorregue