Leonardo
O som da porta nos congelou no lugar. Amber tentou se afastar, mas mantive minha mão em sua cintura, já sabendo quem era antes mesmo de olhar. Só uma pessoa no mundo tinha a audácia de trancar a porta depois de entrar.
Minha nonna estava parada na entrada, sua pequena figura imponente mesmo apoiada na bengala de madeira antiga que pertenceu ao meu avô. Seus olhos astutos nos estudavam com uma mistura de surpresa e divertimento que eu conhecia muito bem - a mesma expressão que tinha quando me pegava roubando biscoitos na cozinha quando criança.
Amber finalmente se virou e, ao ver minha avó, praticamente saltou do meu colo, seu rosto ficando da mesma cor de seus cabelos. A forma como ela tentava ajeitar a blusa, evitando olhar pa
Amber"Me apoie, querida," Nonna Rosa pediu enquanto caminhávamos até o carro. "Essas pernas não são mais as mesmas de quando eu dançava tarantela.""Claro, senhora." ela me deu um tapinha na mão."Já falei, nonna. Me chame de nonna, afinal você agora é da família." A encarei por alguns segundos, mas não questionei.Magnus nos esperava junto ao veículo, e seu sorriso se alargando ao ver a senhora."Magnus, bello!" ela exclamou. "Está cada dia mais bonito! Se eu fosse quarenta anos mais jovem...""Nonna!" não consegui segurar o riso, logo cobrindo a boca envergonhada."Não se preocupe," Magnus piscou. "Ela sempre tenta me seduzir.""E um dia consigo!" ela declarou, entrando no carro com nossa ajuda."Eu é que não dou conta, Nonna." ele falou piscando para mim, e me senti acolhida por aquele momento de descontração entre os dois. Leonardo nunca tinha me dito que sua família seria assim, ou será que apenas Nonna Rosa era tão divertida?Depois que nos acomodamos, seus olhos astutos se volt
Leonardo"Nada de depois, Leonardo. Vamos falar agora sobre isso." Seus olhos, tão parecidos com os meus, me estudavam com uma mistura de preocupação e decepção que eu conhecia bem demais.
LeonardoOlhei para o relógio pela décima vez em cinco minutos. Quase oito da noite e eu ainda estava preso naquela cama de hospital. Foi quando o Dr. Stevens entrou no quarto.
AmberO calor do corpo de Leonardo contra minhas costas me transmitia uma paz que há muito não sentia. Sua mão apertava minha cintura de forma gostosa, e sua respiração batia em meu pescoço, me fazendo arrepiar."Sentiu minha falta, B?" ele falou percebendo o quão afetada eu estava ficando."Mas do que gosto de admitir." sussurrei, e sua mão me trouxe para mais perto de seu corpo."Nosso momento hoje cedo foi muito breve, preciso de um pouco mais de cuidados..." seu nariz roçou por meu pescoço de forma lenta.Foi quando um grito agudo cortou o ar:"Tio Leo!" Bella percebeu sua presença primeiro. Mas Louis já se levant
AmberO calor dele parecia se infiltrar pela minha pele, enquanto as pontas dos dedos de Leonardo traçavam círculos preguiçosos na base das minhas costas. Eu estava sentada em seu colo, cuidadosa para não pressionar o braço ferido, mas cada toque dele parecia incendiar algo dentro de mim. A respiração dele estava próxima, quente e entrecortada, e eu podia sentir o olhar dele queimando em meu rosto."Amber," ele murmurou, com aquela voz rouca que me fazia estremecer. "Você sabe que estou ficando louco, não sabe?"Mordi o lábio, tentando suprimir um sorriso. Ele sempre tinha uma resposta para tudo, sempre um argumento para ignorar o que era lógico. "Você é tão dramático, Leonardo."Ele riu, mas o som foi baixo, quase desesperado. "Dramático? Docinho, você não faz ideia do que está passando em minha cabeça nesse mome
AmberEstava quase cedendo aos seus beijos quando algo úmido tocou meus dedos.Uma sensação gélida atravessou meu corpo, e me afastei rapidamente, olhando para ele. Meu coração quase parou ao ver o sangue manchando a bandagem em seu peito. A cor rubra escorria lentamente, um contraste alarmante contra a sua pele pálida."Meu Deus, Leo!" minha voz saiu trêmula enquanto eu saltava de seu colo. Em um movimento quase automático, estiquei o braço para o interruptor ao lado da cama. A luz iluminou o quarto, revelando a pequena mancha que crescia na bandagem.Ele suspirou, tentando minimizar a situação e esticou a mão boa para me puxar de volta. "Ignore isso," murmurou, o tom rouco e determinado. "Não é nada.""Nem pensar!" disse, já caminhando apressada em direção ao banheiro
LeonardoAcordei com uma pontada aguda no ombro. Era como se um ferro quente tivesse sido cravado em minha carne, irradiando uma dor constante que me fez prender a respiração. O quarto estava mergulhado na penumbra, iluminado apenas pela luz fraca da lua que atravessava as cortinas. O som leve da respiração de Amber ao meu lado era quase reconfortante, mas mesmo isso não conseguia aliviar o incômodo no meu ombro.Levantei-me com cuidado, tentando não fazer barulho. Cada movimento parecia amplificar a dor, mas a última coisa que eu queria era acordá-la. Caminhei até o banheiro, acendendo a luz fria. O reflexo no espelho revelou meu estado: o suor brilhava na minha testa, e a bandagem ao redor do meu ombro estava manchada de sangue seco.Tinha me esforçado mais cedo, forçando o ferimento, mas não me arrependia.Qualquer dor valia o momento que passei com A
AmberPassei a noite em claro, sentada ao lado de Leonardo. Desde o momento em que seu corpo começou a arder em febre, o sono tornou-se impossível. Ele gemia baixinho a cada movimento, e a dor estampada em seu rosto me deixava apavorada. Eu troquei as compressas em sua testa tantas vezes que perdi a conta."Estou bem," ele murmurava ocasionalmente, sua voz rouca, tentando soar convincente. Mas não me enganava. Ele queria me tranquilizar, mas o calor que emanava de sua pele me dizia o contrário.Quando o sol começou a tingir o quarto com tons suaves de laranja, levantei-me e caminhei até as janelas. Fechei as cortinas, abafando a luz para que ele pudesse descansar mais. Ele finalmente parecia ter cedido ao sono, e eu não queria que nada o perturbasse.No closet, troquei o pijama por algo mais prático. Cada movimento era silencioso, cuidadoso para não acordá-lo. Depois de ajeitar o cabelo