Amber
Me afastei de Leonardo bruscamente ao ver Louis parado na porta da sacada, seu dinossauro verde arrastando pelo rabo enquanto ele nos observava com curiosidade infantil.
"Meu amor," corri até ele, tomando-o nos braços. "Não é nada do que você viu. O tio Léo só estava... tirando algo do meu rosto."
"Com a boca?" seus olhinhos astutos me encararam, e senti minhas faces queimarem.
A risada grave de Leonardo ecoou atrás de mim. Ele se aproximou, braços estendidos, e Louis praticamente pulou em sua direção. "Não era nada, campeão. Mas o que você faz acordado tão tarde?"
"Tive um pesadelo," ele se aconchegou nos braços de Leonardo. "Vocês
LeonardoO sono não vinha. Como poderia, com as palavras dela sobre o porão ecoando em minha mente? Observei Amber e as crianças dormindo pacificamente, tentando controlar a fúria que crescia em meu peito cada vez que imaginava o que aquele desgraçado tinha feito com eles."Que merda de punição é essa?" sussurrei no escuro, meus olhos fixos no teto como se pudesse encontrar respostas nas sombras. "Por que eles?"A pergunta pairou no ar sem resposta. Não era eu quem merecia sofrer? Como pude deixar isso acontecer? Três anos. Três malditos anos eles estavam à mercê daquele monstro enquanto eu vivia minha vida, alheio a tudo.As peças do quebra-cabeça agora pareciam tão óbvias que me faziam sentir um idiota. O desaparecimento repentino de Amber, o acidente suspeit
PeterO uísque no copo balançava suavemente enquanto eu observava a cidade através da janela panorâmica de meu escritório. Colorado Springs se estendia aos meus pés, como deveria ser. Controle. Era tudo questão de controle.
AmberAcordei lentamente, meus lábios ainda formigando com a lembrança dos beijos da noite anterior. Era como se cada célula do meu corpo tivesse despertado de um sono profundo com o toque de Leonardo. Mesmo agora, horas depois, podia sentir o calor de suas mãos, o sabor de sua boca, a forma como meu corpo respondia instintivamente ao dele."Para de pensar nisso," murmurei para mim mesma, tentando afastar as sensações que faziam meu coração disparar.Me virei na cama, esperando encontrar todos ainda dormindo, mas minha mão tocou apenas o espaço vazio. Abri os olhos completamente, o pânico começando a se instalar quando percebi que Bella não estava ali. Nem Leonardo. Apenas Louis repousava sereno."Calma," respirei fundo, tentando controlar a ansiedade que começava a subir por minha garganta. "Eles devem estar..."Um som de risada atravessou a porta fech
LeonardoNão deveria ter saído daquele quarto. Não depois da noite que tivemos, não com Amber começando finalmente a confiar em mim, não com as crianças sorrindo daquele jeito. Mas quando a primeira mensagem chegou alertando sobre os planos de Martina, sabia que precisava me afastar. Tinha aprendido da pior forma que minha raiva podia ser devastadora, e Amber e as crianças já carregavam traumas demais.Agora, parado neste escritório improvisado onde Magnus mantinha nossa operação em andamento, eu tentava controlar a fúria que crescia a cada nova informação. Como se não bastasse Peter e suas ameaças, Martina parecia determinada a tornar minha vida um inferno."Senhor Martinucci, sobre o casamento em Positano..." a voz da cerimonialista soou animada demais no telefone. "A senhorita Ricci já reservou o local para daqui a dois meses e..."
LeonardoQuando voltei para a suíte, o silêncio me atingiu como um soco. Louis, que horas antes pulava em meus braços, agora se escondeu atrás das pernas de Amber. Bella nem mesmo ergueu os olhos de seu desenho. Meu comportamento anterior tinha assustado não só as crianças, mas de
AmberO silêncio que seguiu a pergunta de Bella pesou como chumbo em meus ombros. "Sim, meu amor," respondi, tentando manter a voz firme. "Mas vamos ficar em outra casa por alguns dias.""Por quê?" seus olhos curiosos alternavam entre nós dois, e senti meu coração apertar.Leonardo se ajoelhou ao lado dela. "O que você quer, principessa?" sua voz era suave, quase hipnótica. "Onde você gostaria de ficar?""Não quero voltar pra casa do papai Peter," ela respondeu sem hesitar, seus pequenos dedos brincando com o pingente que acabara de ganhar."E se..." Leonardo pausou, seus olhos encontrando os meus por um momento. "E se você morasse na minha casa?"Bella franziu a testa, pensativa. "A mamãe também vai?"Me abaixei na frente dela, ignorando o tremor em minhas pernas. "Vou fazer apenas o que você e seu irmão quiserem, meu amor," segurei suas m&ati
LeonardoAlgo estava errado. Mesmo de longe, podia sentir a mudança em Amber. Era mais que a tensão natural da situação, havia algo novo em seus olhos, algo que não estava lá minutos atrás."Vou arrumar nossas coisas," ela disse, evitando meu olhar. "As que vieram conosco. O resto deixamos aqui.""Não," cortei, entrando no quarto e a encarando de perto. "Tudo que comprei é para vocês. São presentes. Se não levarem, jogarei fora.""Viu, mamãe?" Louis sorriu. "São nossos!"O olhar que ela lançou em minha direção foi quase hostil."Obrigada!" Ela falou, mas sua postura denunciou, mais do que ela queria falar. "Em quarenta minutos estaremos prontos," foi tudo que disse antes de se virar para as malas.Saí do quarto, mas a inquietação me seguiu. O que tinha acontecido? O que ela tinha lembrado?
AmberO mármore polido do saguão fez minhas pernas tremerem. Era exatamente como na lembrança, o piso branco refletindo a luz dos lustres de cristal, as colunas douradas com o emblema da MGroup...A mão de Leonardo em minhas costas me estabilizou. Era frustrante como seu toque me acalmava, mesmo ele sendo a fonte da minha inquietação. Ele me encarou com uma sobrancelha erguida, mas me virei, ignorando seus questionamentos."Senhorita Bayer!" um funcionário sorriu. "Bem-vinda de volta!""Que bom tê-la conosco novamente, senhorita!""Sentimos sua falta!"As saudações vinham de todos os lados, como se eu fosse algum tipo de celebridade. Olhei para Leonardo, que caminhava altivo ao meu lado, claramente em seu território. Aqui ele era rei, e aparentemente, eu já tinha feito parte desta corte.As portas do elevador se abriram e uma mulher morena surgiu, derru