Amber
Acordei lentamente, meus lábios ainda formigando com a lembrança dos beijos da noite anterior. Era como se cada célula do meu corpo tivesse despertado de um sono profundo com o toque de Leonardo. Mesmo agora, horas depois, podia sentir o calor de suas mãos, o sabor de sua boca, a forma como meu corpo respondia instintivamente ao dele.
"Para de pensar nisso," murmurei para mim mesma, tentando afastar as sensações que faziam meu coração disparar.
Me virei na cama, esperando encontrar todos ainda dormindo, mas minha mão tocou apenas o espaço vazio. Abri os olhos completamente, o pânico começando a se instalar quando percebi que Bella não estava ali. Nem Leonardo. Apenas Louis repousava sereno.
"Calma," respirei fundo, tentando controlar a ansiedade que começava a subir por minha garganta. "Eles devem estar..."
Um som de risada atravessou a porta fech
LeonardoNão deveria ter saído daquele quarto. Não depois da noite que tivemos, não com Amber começando finalmente a confiar em mim, não com as crianças sorrindo daquele jeito. Mas quando a primeira mensagem chegou alertando sobre os planos de Martina, sabia que precisava me afastar. Tinha aprendido da pior forma que minha raiva podia ser devastadora, e Amber e as crianças já carregavam traumas demais.Agora, parado neste escritório improvisado onde Magnus mantinha nossa operação em andamento, eu tentava controlar a fúria que crescia a cada nova informação. Como se não bastasse Peter e suas ameaças, Martina parecia determinada a tornar minha vida um inferno."Senhor Martinucci, sobre o casamento em Positano..." a voz da cerimonialista soou animada demais no telefone. "A senhorita Ricci já reservou o local para daqui a dois meses e..."
LeonardoQuando voltei para a suíte, o silêncio me atingiu como um soco. Louis, que horas antes pulava em meus braços, agora se escondeu atrás das pernas de Amber. Bella nem mesmo ergueu os olhos de seu desenho. Meu comportamento anterior tinha assustado não só as crianças, mas de
AmberO silêncio que seguiu a pergunta de Bella pesou como chumbo em meus ombros. "Sim, meu amor," respondi, tentando manter a voz firme. "Mas vamos ficar em outra casa por alguns dias.""Por quê?" seus olhos curiosos alternavam entre nós dois, e senti meu coração apertar.Leonardo se ajoelhou ao lado dela. "O que você quer, principessa?" sua voz era suave, quase hipnótica. "Onde você gostaria de ficar?""Não quero voltar pra casa do papai Peter," ela respondeu sem hesitar, seus pequenos dedos brincando com o pingente que acabara de ganhar."E se..." Leonardo pausou, seus olhos encontrando os meus por um momento. "E se você morasse na minha casa?"Bella franziu a testa, pensativa. "A mamãe também vai?"Me abaixei na frente dela, ignorando o tremor em minhas pernas. "Vou fazer apenas o que você e seu irmão quiserem, meu amor," segurei suas m&ati
LeonardoAlgo estava errado. Mesmo de longe, podia sentir a mudança em Amber. Era mais que a tensão natural da situação, havia algo novo em seus olhos, algo que não estava lá minutos atrás."Vou arrumar nossas coisas," ela disse, evitando meu olhar. "As que vieram conosco. O resto deixamos aqui.""Não," cortei, entrando no quarto e a encarando de perto. "Tudo que comprei é para vocês. São presentes. Se não levarem, jogarei fora.""Viu, mamãe?" Louis sorriu. "São nossos!"O olhar que ela lançou em minha direção foi quase hostil."Obrigada!" Ela falou, mas sua postura denunciou, mais do que ela queria falar. "Em quarenta minutos estaremos prontos," foi tudo que disse antes de se virar para as malas.Saí do quarto, mas a inquietação me seguiu. O que tinha acontecido? O que ela tinha lembrado?
AmberO mármore polido do saguão fez minhas pernas tremerem. Era exatamente como na lembrança, o piso branco refletindo a luz dos lustres de cristal, as colunas douradas com o emblema da MGroup...A mão de Leonardo em minhas costas me estabilizou. Era frustrante como seu toque me acalmava, mesmo ele sendo a fonte da minha inquietação. Ele me encarou com uma sobrancelha erguida, mas me virei, ignorando seus questionamentos."Senhorita Bayer!" um funcionário sorriu. "Bem-vinda de volta!""Que bom tê-la conosco novamente, senhorita!""Sentimos sua falta!"As saudações vinham de todos os lados, como se eu fosse algum tipo de celebridade. Olhei para Leonardo, que caminhava altivo ao meu lado, claramente em seu território. Aqui ele era rei, e aparentemente, eu já tinha feito parte desta corte.As portas do elevador se abriram e uma mulher morena surgiu, derru
AmberO grito de Bella nos fez correr para a sala, meu coração na garganta. Ela estava no colo de uma das babás, o dedinho erguido e os olhos marejados."Desculpe, senhora," a mulher explicou rapidamente. "Ela espetou o dedo em um dos cactos decorativos da sacada."Assim que me viu, minha filha se inclinou em minha direção, pedindo meu afago para aquele momento. A apartei em meus braços, consolando e olhando para o dedinho erguido."Ah meu amor, já vai sarar." falei tentando acalmá-la."Tá dodoi..." ela falou enterrando seu rosto em meus cabelos.Leonardo se aproximou, analisand
Leonardo"Que restrição?" minha voz saiu áspera."Da MGroup, senhor," o gerente ajustou a gravata, visivelmente desconfortável. "Existe um processo em andamento que congela todos os ativos da senhorita Bayer."Os olhos dela me perfuraram como adagas, assim que se viraram para mim. "Por quê?"Não pude conter um riso cético. "Não se lembra? Eu te disse que você tem arquivos bloqueados que custaram 30 milhões de dólares ao grupo. Antes do seu... desaparecimento, nossa rede foi hackeada. Foi movida uma ação de reparação de danos, mas agora que as coisas estão se esclarecendo..."Ela se
LeonardoO silêncio de Amber durante todo o trajeto com Magnus me consumia. Seus olhos estavam fixos na janela, mas eu sabia que ela não via nada além de seus próprios pensamentos.Entramos no hotel pelos fundos, evitando qualquer possibilidade de mais confrontos. No saguão, porém, ela parou abruptamente diante de um dos espelhos ornamentados. Seus dedos tocaram uma mecha do cabelo negro, um negro que nunca combinou com ela."Existe um salão aqui?" sua voz saiu baixa, mas firme."Sim," respondi, estudando sua expressão pelo reflexo. "O que está pensando em fazer?""Estou cansada," ela se virou para mim, um brilho diferente em seus olhos. "Cansada de ser essa boneca que Peter moldou. Quero ser a Amber que todos conhecem... quero meu cabelo ruivo de volta."Senti meu coração falhar uma batida. Seu cabelo vermelho... aquele tom único que sempre a destacou na mult