Amber
O mármore polido do saguão fez minhas pernas tremerem. Era exatamente como na lembrança, o piso branco refletindo a luz dos lustres de cristal, as colunas douradas com o emblema da MGroup...
A mão de Leonardo em minhas costas me estabilizou. Era frustrante como seu toque me acalmava, mesmo ele sendo a fonte da minha inquietação. Ele me encarou com uma sobrancelha erguida, mas me virei, ignorando seus questionamentos.
"Senhorita Bayer!" um funcionário sorriu. "Bem-vinda de volta!"
"Que bom tê-la conosco novamente, senhorita!"
"Sentimos sua falta!"
As saudações vinham de todos os lados, como se eu fosse algum tipo de celebridade. Olhei para Leonardo, que caminhava altivo ao meu lado, claramente em seu território. Aqui ele era rei, e aparentemente, eu já tinha feito parte desta corte.
As portas do elevador se abriram e uma mulher morena surgiu, derru
AmberO grito de Bella nos fez correr para a sala, meu coração na garganta. Ela estava no colo de uma das babás, o dedinho erguido e os olhos marejados."Desculpe, senhora," a mulher explicou rapidamente. "Ela espetou o dedo em um dos cactos decorativos da sacada."Assim que me viu, minha filha se inclinou em minha direção, pedindo meu afago para aquele momento. A apartei em meus braços, consolando e olhando para o dedinho erguido."Ah meu amor, já vai sarar." falei tentando acalmá-la."Tá dodoi..." ela falou enterrando seu rosto em meus cabelos.Leonardo se aproximou, analisand
Leonardo"Que restrição?" minha voz saiu áspera."Da MGroup, senhor," o gerente ajustou a gravata, visivelmente desconfortável. "Existe um processo em andamento que congela todos os ativos da senhorita Bayer."Os olhos dela me perfuraram como adagas, assim que se viraram para mim. "Por quê?"Não pude conter um riso cético. "Não se lembra? Eu te disse que você tem arquivos bloqueados que custaram 30 milhões de dólares ao grupo. Antes do seu... desaparecimento, nossa rede foi hackeada. Foi movida uma ação de reparação de danos, mas agora que as coisas estão se esclarecendo..."Ela se
LeonardoO silêncio de Amber durante todo o trajeto com Magnus me consumia. Seus olhos estavam fixos na janela, mas eu sabia que ela não via nada além de seus próprios pensamentos.Entramos no hotel pelos fundos, evitando qualquer possibilidade de mais confrontos. No saguão, porém, ela parou abruptamente diante de um dos espelhos ornamentados. Seus dedos tocaram uma mecha do cabelo negro, um negro que nunca combinou com ela."Existe um salão aqui?" sua voz saiu baixa, mas firme."Sim," respondi, estudando sua expressão pelo reflexo. "O que está pensando em fazer?""Estou cansada," ela se virou para mim, um brilho diferente em seus olhos. "Cansada de ser essa boneca que Peter moldou. Quero ser a Amber que todos conhecem... quero meu cabelo ruivo de volta."Senti meu coração falhar uma batida. Seu cabelo vermelho... aquele tom único que sempre a destacou na mult
AmberEra estranho ver o ruivo voltando gradualmente ao meu reflexo. Como se uma máscara estivesse sendo removida lentamente, revelando alguém que conheci há muito tempo."Olha só isso," Sophie surgiu com um aplique nas mãos. "Que tal alongar? Deixar o CEO com a cara no chão?" olho para ela interessada, mas não posso falar isso.Rindo, balanço a cabeça. "Não é nada disso. Só preciso me sentir eu mesma de novo. Se achar que o comprimento trará mais de mim, pode colocar.""Ah, não precisa mentir," ela piscou, aplicando mais um produto. "Todo mundo sempre viu como o sr. Martinucci olha pra você. Desde sempre."
LeonardoEu não via a hora de ficar a sós com Amber. Desde o momento em que ela passou pela porta da suíte, algo dentro de mim despertou. Era como se o tempo tivesse voltado, como se ela finalmente tivesse retornado para mim. Aquele tom de vermelho que tanto me fascinou desde o primeiro
Amber"O que você quer dizer com isso?" perguntei, confusa com suas palavras sobre matar Peter. Sobre prazer."Ele não só te tirou de mim, como tirou toda a essência de quem você era. Ele te destruiu de tantas formas que você ainda nem percebeu, B.""Quando eu voltar a fazer terapia, eu sei que..." mas sua expressão furiosa me dizia que não era pouco o que eu tinha acabado de contar a ele."Não vamos mais falar sobre isso. Eu não consigo processar mais nada." ele falou tenso."E sobre o que as crianças falaram, sobre Calton estar na tv e...""Chega B, não quero falar sobre ele, ou sou capaz de ir agora mesmo até a casa dele, e acabar de uma vez com a mísera existência dele." pressionei meus lábios um contra o outro, e abaixei meus olhos. O peso dele voltou a cama e ergui meus olhos para encarar aquele homem enorme, que se inclinav
LeonardoO peso leve de seus dedos explorando meu peito quase me fazia perder o controle. Mas precisava me manter quieto, deixar que ela descobrisse seu próprio ritmo, suas próprias vontades."Não sei o que fazer," ela confessou, sua voz tremendo levemente. "Eu não podia..." segurei sua mão e a levei a meus lábios, a encarando."Faça o que quiser," murmurei, resistindo a vontade que continuava a crescer. "Explore. Descubra. Sinta."A luz suave do abajur criava sombras douradas em sua pele, seus cabelos vermelhos caindo como uma cortina quando ela se inclinou sobre mim. Seus dedos traçaram uma cicatriz antiga próxima ao meu ombro.
LeonardoDeixar aquele quarto foi uma das coisas mais difíceis que já fiz. Meu corpo inteiro protestava, cada célula gritando para voltar para Amber, para terminar o que tínhamos começado. Em quinze anos dirigindo a MGroup, nunca tinha sentido os negócios como um inconveniente. Até agora."Eu não me lembro de ter dado todo meu tempo a eles." falei batendo a porta a minhas costas.Magnus arregalou os olhos assim que me viu, seu rosto corando levemente. Seguindo seu olhar, percebi minha camisa aberta e a mancha evidente em minha calça, provas claras do que tinha interrompido."Me desculpe, chefe," ele gaguejou, desviando o olhar. "Tentei falar com Layla, mas ela não atende.