Leonardo
Deixar aquele quarto foi uma das coisas mais difíceis que já fiz. Meu corpo inteiro protestava, cada célula gritando para voltar para Amber, para terminar o que tínhamos começado. Em quinze anos dirigindo a MGroup, nunca tinha sentido os negócios como um inconveniente. Até agora.
"Eu não me lembro de ter dado todo meu tempo a eles." falei batendo a porta a minhas costas.
Magnus arregalou os olhos assim que me viu, seu rosto corando levemente. Seguindo seu olhar, percebi minha camisa aberta e a mancha evidente em minha calça, provas claras do que tinha interrompido.
"Me desculpe, chefe," ele gaguejou, desviando o olhar. "Tentei falar com Layla, mas ela não atende.
Leonardo"Entendo seu interesse, Vancelos," mantive minha voz casual, observando Amber se inclinar levemente para frente em sua cadeira. "Mas preciso avaliar se consigo encaixar seu projeto em nosso portfólio. Acabamos de fechar uma expansão mundial significativa.""Martinucci," ele praticamente cuspiu meu nome, "você sabe muito bem o potencial do meu projeto.""Potencial não é garantia," girei minha caneta entre os dedos. "Qual seria seu investimento inicial?"Amber mordeu o lábio, uma ruga de concentração surgindo entre suas sobrancelhas. Era a mesma expressão que ela fazia durante nossas reuniões estratégicas."T
AmberO nome de Peter fez meu corpo inteiro tremer. Era como se todo o progresso das últimas horas evaporasse com aquelas duas palavras.Leonardo me puxou contra seu peito instantaneamente, seus braços me envolvendo como uma fortaleza."O que ele quer?" sua voz saiu controlada, mas pude sentir a tensão em seu corpo."Pediu para falar com o senhor," Magnus respondeu. "Disse que não sairá daqui até você ouvi-lo.""Exigente, não?" ele riu, mas seus olhos estudavam meu rosto com atenção. "Deixe-o esperando.""Sim, senhor."Magnus saiu da sala, mas eu percebia que o olhar de Léo não abandonava minhas reações."O que ele pode querer aqui?" falei finalmente."Vai exigir ver as crianças, ou levá-las daqui." meus olhos se arregalaram."Mas estamos sob proteção judicial..." falei com a voz embar
LeonardoA fúria ainda corria em minhas veias, misturada com uma satisfação sombria. Calton tinha finalmente mostrado seu verdadeiro rosto, não para mim, que sempre soube quem ele era, mas para as câmeras de segurança que registraram cada segundo de sua explosão.Ele veio até mim, e não o contrário. Ele simplesmente cavou a própria cova.Os olhos de Amber não desgrudavam da mancha vermelha em minha camisa. O medo em seu olhar me levou três anos atrás, ao dia em que ela simplesmente desapareceu. Na época, prometi que se a encontrasse, eu a faria pagar por tudo o que tinha me feito perder. Mas agora, que eu via que nada daquilo foi proposital, e que o plano ia bem além do que eu imagi
Leonardo"Você está errada." repeti, observando seu peito subir e descer rapidamente sob meu corpo."Como posso estar errada? Você tem um relacionamento com ela, não importa se é contrato ou não." seus olhos me desafiavam, mesmo quando seu corpo respondia ao meu toque."Primeiro," rocei meus lábios em seu pescoço, sentindo-a estremecer, "Martina não me traz qualquer sentimento a não ser repulsa.""Mas...""Segundo," minha mão deslizou por sua cintura, "Peter tentou usurpar sua identidade, forçando-a ser quem nunca foi. Essa imagem de ratinha assustada não combina com você.""Leonardo..." sua voz falhou quando mordisquei seu pescoço."E terceiro," ergui o rosto para encará-la, "a única mulher que já importou nessa história toda está bem aqui, debaixo de mim, tentando encontrar desculpas para fugir novamente.""Não estou fugindo," ela protestou, mas suas mãos já subiam por minhas costas. "Só não quero ser a outra.""A outra?" não contive o riso. "B, você sempre foi a única. Por que acha
AmberA luz suave da manhã atravessava as cortinas quando abri os olhos, sentindo minha cabeça ainda pesada das discussões da noite anterior, além do sonho... um sonho perturbador que ecoava em minha mente.Eu estava furiosa, meus dedos voando pelo teclado enquanto códigos e mais códigos surgiam na tela. Havia descoberto algo, algo que me deixou em um estado de fúria que nunca tinha experimentado antes. As imagens eram confusas, fragmentadas, mas a sensação de traição era tão real que fez meu estômago revirar mesmo agora.Balancei a cabeça, tentando afastar aquela memória, ou seria apenas um sonho? Era frustrante não conseguir distinguir entre realidade e imaginação. Cada fragmento de memória que voltava p
Leonardo"Pronto papà" atendi o telefone assim que me afastei da sala, já reconhecendo o número italiano."Leonardo, che casino è questo?("Que bagunça é essa?)" a voz grave de Tomaso Martinucci soou do outro lado, misturando italiano e português como sempre fazia quando estava nervoso. "Que história é essa de sequestro? Em que confusão você se meteu?"Passei a mão pelo rosto, tentando manter a calma. Era tudo que eu não precisava agora, meus pais se metendo nessa história."Non ti preoccupare (não se reocupe), papà. Está tudo sob controle.""Sob controle?" ele riu sem humor. "Os jornais americanos estão falando q
AmberA manhã tinha sido divertida, quase me fazendo esquecer dos problemas que nos cercavam. Mas assim que entramos no laboratório e vi Peter Calton sentado na sala de espera, senti como se todo o ar tivesse sido sugado do ambiente.Louis apertou meu pescoço com mais força, escondendo o rosto em meus cabelos. Bella, nos braços de Leonardo, fez o mesmo. O silêncio das crianças era ensurdecedor, elas, que minutos antes tagarelavam no carro, agora estavam mudas de medo."Vem, vamos sentar aqui," Leonardo guiou-nos para o canto oposto da sala, enquanto Magnus e outros dois seguranças formavam uma barreira discreta entre nós e Peter."Mamãe..." Louis sussurrou tão baixo que mal pude ouvir. "Ele vai me leva embola?"
LeonardoO silêncio no carro era ensurdecedor. Pelo retrovisor, via os pequenos ainda assustados, e Amber... ela parecia ter construído um muro ao seu redor, os cabelos presos em um coque tão apertado que chegava a parecer doloroso."Louis," chamei suavemente quando chegamos ao hotel. O menino ergueu os olhos vermelhos para mim. "Vem cá, campeão."Assim que saímos do carro, o peguei no colo. Seu pequeno corpo ainda tremia."Sabe o que eu vi hoje?" falei, ajeitando-o em meus braços. "Vi um garotinho muito corajoso, que tentou defender a mãe dele.""Mas eu só cholei," ele fungou, escondendo o rosto em meu ombro."Ei," levantei seu queixo delicadam