Leonardo
Quando voltei para a suíte, o silêncio me atingiu como um soco. Louis, que horas antes pulava em meus braços, agora se escondeu atrás das pernas de Amber. Bella nem mesmo ergueu os olhos de seu desenho. Meu comportamento anterior tinha assustado não só as crianças, mas de
AmberO silêncio que seguiu a pergunta de Bella pesou como chumbo em meus ombros. "Sim, meu amor," respondi, tentando manter a voz firme. "Mas vamos ficar em outra casa por alguns dias.""Por quê?" seus olhos curiosos alternavam entre nós dois, e senti meu coração apertar.Leonardo se ajoelhou ao lado dela. "O que você quer, principessa?" sua voz era suave, quase hipnótica. "Onde você gostaria de ficar?""Não quero voltar pra casa do papai Peter," ela respondeu sem hesitar, seus pequenos dedos brincando com o pingente que acabara de ganhar."E se..." Leonardo pausou, seus olhos encontrando os meus por um momento. "E se você morasse na minha casa?"Bella franziu a testa, pensativa. "A mamãe também vai?"Me abaixei na frente dela, ignorando o tremor em minhas pernas. "Vou fazer apenas o que você e seu irmão quiserem, meu amor," segurei suas m&ati
LeonardoAlgo estava errado. Mesmo de longe, podia sentir a mudança em Amber. Era mais que a tensão natural da situação, havia algo novo em seus olhos, algo que não estava lá minutos atrás."Vou arrumar nossas coisas," ela disse, evitando meu olhar. "As que vieram conosco. O resto deixamos aqui.""Não," cortei, entrando no quarto e a encarando de perto. "Tudo que comprei é para vocês. São presentes. Se não levarem, jogarei fora.""Viu, mamãe?" Louis sorriu. "São nossos!"O olhar que ela lançou em minha direção foi quase hostil."Obrigada!" Ela falou, mas sua postura denunciou, mais do que ela queria falar. "Em quarenta minutos estaremos prontos," foi tudo que disse antes de se virar para as malas.Saí do quarto, mas a inquietação me seguiu. O que tinha acontecido? O que ela tinha lembrado?
AmberO mármore polido do saguão fez minhas pernas tremerem. Era exatamente como na lembrança, o piso branco refletindo a luz dos lustres de cristal, as colunas douradas com o emblema da MGroup...A mão de Leonardo em minhas costas me estabilizou. Era frustrante como seu toque me acalmava, mesmo ele sendo a fonte da minha inquietação. Ele me encarou com uma sobrancelha erguida, mas me virei, ignorando seus questionamentos."Senhorita Bayer!" um funcionário sorriu. "Bem-vinda de volta!""Que bom tê-la conosco novamente, senhorita!""Sentimos sua falta!"As saudações vinham de todos os lados, como se eu fosse algum tipo de celebridade. Olhei para Leonardo, que caminhava altivo ao meu lado, claramente em seu território. Aqui ele era rei, e aparentemente, eu já tinha feito parte desta corte.As portas do elevador se abriram e uma mulher morena surgiu, derru
AmberO grito de Bella nos fez correr para a sala, meu coração na garganta. Ela estava no colo de uma das babás, o dedinho erguido e os olhos marejados."Desculpe, senhora," a mulher explicou rapidamente. "Ela espetou o dedo em um dos cactos decorativos da sacada."Assim que me viu, minha filha se inclinou em minha direção, pedindo meu afago para aquele momento. A apartei em meus braços, consolando e olhando para o dedinho erguido."Ah meu amor, já vai sarar." falei tentando acalmá-la."Tá dodoi..." ela falou enterrando seu rosto em meus cabelos.Leonardo se aproximou, analisand
Leonardo"Que restrição?" minha voz saiu áspera."Da MGroup, senhor," o gerente ajustou a gravata, visivelmente desconfortável. "Existe um processo em andamento que congela todos os ativos da senhorita Bayer."Os olhos dela me perfuraram como adagas, assim que se viraram para mim. "Por quê?"Não pude conter um riso cético. "Não se lembra? Eu te disse que você tem arquivos bloqueados que custaram 30 milhões de dólares ao grupo. Antes do seu... desaparecimento, nossa rede foi hackeada. Foi movida uma ação de reparação de danos, mas agora que as coisas estão se esclarecendo..."Ela se
LeonardoO silêncio de Amber durante todo o trajeto com Magnus me consumia. Seus olhos estavam fixos na janela, mas eu sabia que ela não via nada além de seus próprios pensamentos.Entramos no hotel pelos fundos, evitando qualquer possibilidade de mais confrontos. No saguão, porém, ela parou abruptamente diante de um dos espelhos ornamentados. Seus dedos tocaram uma mecha do cabelo negro, um negro que nunca combinou com ela."Existe um salão aqui?" sua voz saiu baixa, mas firme."Sim," respondi, estudando sua expressão pelo reflexo. "O que está pensando em fazer?""Estou cansada," ela se virou para mim, um brilho diferente em seus olhos. "Cansada de ser essa boneca que Peter moldou. Quero ser a Amber que todos conhecem... quero meu cabelo ruivo de volta."Senti meu coração falhar uma batida. Seu cabelo vermelho... aquele tom único que sempre a destacou na mult
AmberEra estranho ver o ruivo voltando gradualmente ao meu reflexo. Como se uma máscara estivesse sendo removida lentamente, revelando alguém que conheci há muito tempo."Olha só isso," Sophie surgiu com um aplique nas mãos. "Que tal alongar? Deixar o CEO com a cara no chão?" olho para ela interessada, mas não posso falar isso.Rindo, balanço a cabeça. "Não é nada disso. Só preciso me sentir eu mesma de novo. Se achar que o comprimento trará mais de mim, pode colocar.""Ah, não precisa mentir," ela piscou, aplicando mais um produto. "Todo mundo sempre viu como o sr. Martinucci olha pra você. Desde sempre."
LeonardoEu não via a hora de ficar a sós com Amber. Desde o momento em que ela passou pela porta da suíte, algo dentro de mim despertou. Era como se o tempo tivesse voltado, como se ela finalmente tivesse retornado para mim. Aquele tom de vermelho que tanto me fascinou desde o primeiro