Amber
O silêncio na sala era pesado, como se cada palavra trocada entre nós ainda pairasse no ar. Minha mente girava, tentando absorver tudo o que minha mãe—Uria Bayer—havia acabado de me contar.
Ela se levantou do sofá, me lançando um último olhar carregado de expectativa. Mas eu não conseguia retribuir. Ainda não sabia o que sentir.
"Eu sei que você precisa de tempo," ela disse, ajeitando a alça da bolsa no ombro. "Mas estarei aqui, sempre que estiver pronta para conversar."
Não r
LeonardoO relógio do escritório marcava quase onze da noite, mas o sono estava longe de me alcançar. O brilho frio da tela do computador iluminava meu rosto, refletindo as inúmeras pastas abertas, os relatórios escaneados e os documentos espalhados pela mesa. Minhas mãos estavam cerradas em punhos, os nós dos dedos esbranquiçados pela força da minha tensão.Amber era teimosa. Sempre foi. Mas hoje, depois da briga que tivemos, eu percebia que isso não era apenas insistência ou orgulho. Era um impulso emocional que a fazia querer cavar um passado que talvez devesse permanecer enterrado. E isso me deixava em alerta.Uria Bayer tinha aparecido na nossa vida como um fantasma, um espectro que não deveria existir, e o pior de tudo era que Amber queria acreditar nela. Queria acreditar que, depois de décadas, essa mulher havia reaparecido por amor. Eu não podia deixar isso acontecer.Pressionei o botão do telefone no viva-voz, ouvindo a chamada sendo direcionada diretamente para Hobbins. Ele
AmberO silêncio do quarto era absoluto quando abri os olhos. A luz suave do amanhecer se infiltrava pelas cortinas, pintando a mobília com tons dourados, mas o lado da cama onde Leonardo dormia estava vazio. Passei a mão pelo lençol frio e suspirei. Sabia que ele havia dormido tarde, provavelmente remoendo tudo o que descobriu sobre Uria. Mas, naquele momento, minha mente estava focada em outra coisa.A verdade.Passei boa parte da noite deitada, olhando para o teto, sentindo meu coração martelar contra as costelas. Eu precisava descobrir a verdade. O que realmente aconteceu? O que Walter Bayer escondeu de mim? O que mais foi uma mentira?Leonardo jamais aprovaria o que eu estava prestes a fazer, mas isso não importava. Era algo que eu precisava enfrentar sozinha.Levantei-me devagar e vesti um vestido confortável, ajustando a jaqueta sobre os ombros. Minhas mãos deslizaram instintivamente para minha barriga, como se pudesse proteger as meninas do que estava por vir e por um segundo
LeonardoO ar frio da manhã cortava minha pele, mas eu mal sentia. Minha paciência já estava por um fio e minha raiva fervia como lava dentro do peito. Encostado no carro, braços cruzados, respiração pesada, eu tentava controlar a explosão iminente.A penitenciária parecia um monstro de concreto cinza, feio e opressor. O lugar perfeito para o desgraçado que Amber teve a infeliz ideia de visitar.Ela realmente enlouqueceu.Eu nem conseguia acreditar que isso estava acontecendo. Depois de tudo, depois da nossa briga, depois de eu deixar claro que não queria que ela mexesse no passado, Amber ignorou tudo e foi direto até a porra do covil do diabo.Quando o segurança me confirmou onde ela estava, eu quis socá-lo por ter deixado isso acontecer. Mas a culpa não era dele. Amber fazia o que queria. O problema era esse.Então eu o dispensei. Isso era entre mim e ela.Minhas mãos cerraram em punhos quando vi a porta da penitenciária se abrir. Meus olhos cravaram na figura de Amber enquanto ela
AmberAssim que entrei em casa, o peso da conversa com Leonardo ainda me pressionava o peito, como se estivesse sufocando. Eu queria gritar. Queria chorar. Queria socar alguma coisa, mas nada disso me traria as respostas que eu tanto precisava.Subi as escadas rapidamente e fechei a porta do quarto atrás de mim, girando a chave sem pensar duas vezes. O silêncio era absoluto, mas dentro de mim, o caos rugia como um furacão. Meu corpo tremia, minha respiração estava descompassada, e eu sentia as lágrimas queimando atrás dos olhos.Leonardo não entendia. Ele nunca entenderia.Andei de um lado para o outro, passando as mãos pelo rosto, tentando organizar os pensamentos, mas era inútil. As palavras de Walter ecoavam na minha mente, des
LeonardoAndava de um lado para o outro no escritório, o telefone preso à orelha, enquanto minha paciência se esvaía cada vez mais. A voz de Hobbins do outro lado da linha era profissional e calma, mas nada na situação me permitia manter a mesma serenidade."Ela foi casada com alguém rico, Hobbins", murmurei, a mandíbula tensa. "Isso já é um fato. O problema é: com quem? Essa mulher esconde algo grande, e eu quero saber o que é. Descubra quem é esse cara, e onde ele está.""Estou vasculhando registros financeiros, propriedades, casamentos registrados em estados diferentes. Mas ela é um fantasma, Leonardo. Ou pelo menos, se tornou um", respondeu Hobbins, soando frustrado. "Ela foi esperta."Passei as mãos pelos cabelos, sentindo o
AmberO nome dela fez minha pele se arrepiar.Estava sentada em minha cama, tentando encontrar algum alívio para o peso no meu peito, quando um dos empregados apareceu hesitante na porta."A senhora Uria está aqui novamente", ele disse com cuidado, mas o estrago já estava feito.Meu corpo ficou rígido no mesmo instante. O coração acelerou, batendo forte contra as costelas.De novo.Eu soube naquele momento que aquilo não era um simples reencontro de mãe e filha. Não era casual. Não era inocente.Levantei-me devagar, respirando fundo. Minha intuição gritava que eu não deveria descer. Que deveria pedir para Leonardo mandá-la embora sem nem me dar a
AmberO ar na sala parecia mais pesado, carregado de tensão e desconfiança. Meu coração martelava no peito enquanto tentava encontrar a melhor forma de responder à pergunta de Bella. A forma como meus filhos olhavam para Uria, como se tentassem decifrar quem ela era, me dava um mau pressentimento. Eu sabia que cada palavra dita naquele momento poderia moldar a forma como eles a enxergariam.Engoli em seco antes de falar, mantendo a voz o mais firme possível."Essa é minha mãe", respondi, sentindo um nó na garganta ao dizer aquilo em voz alta.Louis franziu a testa, a pequena sobrancelha arqueada em confusão."Então ela é nossa Nonna também?", perguntou, a inocência transbordando de sua voz.
AmberO vento gelado da noite cortava minha pele enquanto eu caminhava para fora da casa, os passos rápidos e determinados. Meu coração batia forte contra as costelas, a adrenalina pulsando em cada célula do meu corpo. Uria estava prestes a entrar no carro, mas antes que ela pudesse abrir a porta, minha mão agarrou seu braço com firmeza."Você não vai sair assim," minha voz saiu baixa, mas carregada de tensão.Ela parou, seu corpo enrijecendo sob meu toque. Lentamente, virou-se para mim, seu olhar carregado de algo que eu não conseguia decifrar completamente. Havia surpresa, mas também uma ponta de irritação escondida sob uma expressão cuidadosa.
Último capítulo