Amber
Assim que entrei em casa, o peso da conversa com Leonardo ainda me pressionava o peito, como se estivesse sufocando. Eu queria gritar. Queria chorar. Queria socar alguma coisa, mas nada disso me traria as respostas que eu tanto precisava.
Subi as escadas rapidamente e fechei a porta do quarto atrás de mim, girando a chave sem pensar duas vezes. O silêncio era absoluto, mas dentro de mim, o caos rugia como um furacão. Meu corpo tremia, minha respiração estava descompassada, e eu sentia as lágrimas queimando atrás dos olhos.
Leonardo não entendia. Ele nunca entenderia.
Andei de um lado para o outro, passando as mãos pelo rosto, tentando organizar os pensamentos, mas era inútil. As palavras de Walter ecoavam na minha mente, des
LeonardoAndava de um lado para o outro no escritório, o telefone preso à orelha, enquanto minha paciência se esvaía cada vez mais. A voz de Hobbins do outro lado da linha era profissional e calma, mas nada na situação me permitia manter a mesma serenidade."Ela foi casada com alguém rico, Hobbins", murmurei, a mandíbula tensa. "Isso já é um fato. O problema é: com quem? Essa mulher esconde algo grande, e eu quero saber o que é. Descubra quem é esse cara, e onde ele está.""Estou vasculhando registros financeiros, propriedades, casamentos registrados em estados diferentes. Mas ela é um fantasma, Leonardo. Ou pelo menos, se tornou um", respondeu Hobbins, soando frustrado. "Ela foi esperta."Passei as mãos pelos cabelos, sentindo o
AmberO nome dela fez minha pele se arrepiar.Estava sentada em minha cama, tentando encontrar algum alívio para o peso no meu peito, quando um dos empregados apareceu hesitante na porta."A senhora Uria está aqui novamente", ele disse com cuidado, mas o estrago já estava feito.Meu corpo ficou rígido no mesmo instante. O coração acelerou, batendo forte contra as costelas.De novo.Eu soube naquele momento que aquilo não era um simples reencontro de mãe e filha. Não era casual. Não era inocente.Levantei-me devagar, respirando fundo. Minha intuição gritava que eu não deveria descer. Que deveria pedir para Leonardo mandá-la embora sem nem me dar a
AmberO ar na sala parecia mais pesado, carregado de tensão e desconfiança. Meu coração martelava no peito enquanto tentava encontrar a melhor forma de responder à pergunta de Bella. A forma como meus filhos olhavam para Uria, como se tentassem decifrar quem ela era, me dava um mau pressentimento. Eu sabia que cada palavra dita naquele momento poderia moldar a forma como eles a enxergariam.Engoli em seco antes de falar, mantendo a voz o mais firme possível."Essa é minha mãe", respondi, sentindo um nó na garganta ao dizer aquilo em voz alta.Louis franziu a testa, a pequena sobrancelha arqueada em confusão."Então ela é nossa Nonna também?", perguntou, a inocência transbordando de sua voz.
AmberO vento gelado da noite cortava minha pele enquanto eu caminhava para fora da casa, os passos rápidos e determinados. Meu coração batia forte contra as costelas, a adrenalina pulsando em cada célula do meu corpo. Uria estava prestes a entrar no carro, mas antes que ela pudesse abrir a porta, minha mão agarrou seu braço com firmeza."Você não vai sair assim," minha voz saiu baixa, mas carregada de tensão.Ela parou, seu corpo enrijecendo sob meu toque. Lentamente, virou-se para mim, seu olhar carregado de algo que eu não conseguia decifrar completamente. Havia surpresa, mas também uma ponta de irritação escondida sob uma expressão cuidadosa.
LeonardoO silêncio da casa parecia prenunciar a tempestade que estava por vir. Eu estava ali, sentado no sofá da sala, as mãos entrelaçadas e os cotovelos apoiados nos joelhos, esperando. O ar ao meu redor estava pesado, carregado de frustração, raiva e algo mais... algo que eu não queria nomear ainda.Quando a porta se abriu e Amber entrou, meu peito se apertou. Seu rosto estava pálido, os olhos inchados, os ombros tensos como se carregassem o peso do mundo. Mas, por mais que parte de mim quisesse envolvê-la nos braços, afogar qualquer dor que estivesse passando, eu não podia.Ela não facilitava as coisas.Ela se colocou nessa situação.Ela me
MagnusO som das vozes ecoava pelos corredores da casa como trovões à distância. Mesmo sem ver a cena, eu sabia exatamente o que estava acontecendo. Leonardo e Amber estavam brigando de novo.A intensidade dos gritos, o tom carregado de frustração… Era quase palpável.Passei a mão livre pelo rosto, sentindo a exaustão pesar sobre mim. Minha perna ainda estava engessada, o braço imobilizado na tipoia, e a cada dia, a sensação de inutilidade se tornava mais insuportável.Antes, eu teria feito algo. Antes…Mas o que era esseantes?Essa era a pergunta que m
LeonardoEu saí do quarto de Magnus com a mente fervendo. As palavras dele martelavam na minha cabeça como uma ordem direta."Não, Leo. Ela precisa saber que você tá ali. Mesmo quando diz que não quer."Ele estava certo.Eu havia perdido o controle, deixado minha raiva tomar conta de mim. Mas o pior de tudo? Eu a machuquei.A mulher que eu mais amo no mundo. A mãe dos meus filhos. A mulher que fez meu coração voltar a bater depois de anos de frieza e desconfiança.E agora, ela estava sozinha, provavelmente chorando, se sentindo rejeitada e perdida. E tudo isso por minha culpa.Respirei fundo antes de sair do
AmberO sol da tarde aquecia suavemente minha pele enquanto eu me sentava na grama do jardim, observando Bella e Louis correrem pelo gramado. O riso deles era uma melodia perfeita, um som puro e genuíno que preenchia meu peito com uma paz rara e, ao mesmo tempo, frágil.Um mês havia se passado desde que Uria desaparecera novamente. Nenhuma visita inesperada, nenhuma tentativa de aproximação. Apenas silêncio. Parte de mim se sentia aliviada, grata por poder viver sem o peso constante de sua presença. Mas outra parte, aquela que nunca descansava, queria saber por que ela apareceu para, logo depois, sumir de novo. Algo em mim se recusava a acreditar que aquilo fosse o fim. Talvez fosse a criança dentro de mim que ainda queria respostas. Talvez fosse apenas um instinto de proteçã