AmberO silêncio do quarto era absoluto quando abri os olhos. A luz suave do amanhecer se infiltrava pelas cortinas, pintando a mobília com tons dourados, mas o lado da cama onde Leonardo dormia estava vazio. Passei a mão pelo lençol frio e suspirei. Sabia que ele havia dormido tarde, provavelmente remoendo tudo o que descobriu sobre Uria. Mas, naquele momento, minha mente estava focada em outra coisa.A verdade.Passei boa parte da noite deitada, olhando para o teto, sentindo meu coração martelar contra as costelas. Eu precisava descobrir a verdade. O que realmente aconteceu? O que Walter Bayer escondeu de mim? O que mais foi uma mentira?Leonardo jamais aprovaria o que eu estava prestes a fazer, mas isso não importava. Era algo que eu precisava enfrentar sozinha.Levantei-me devagar e vesti um vestido confortável, ajustando a jaqueta sobre os ombros. Minhas mãos deslizaram instintivamente para minha barriga, como se pudesse proteger as meninas do que estava por vir e por um segundo
LeonardoO ar frio da manhã cortava minha pele, mas eu mal sentia. Minha paciência já estava por um fio e minha raiva fervia como lava dentro do peito. Encostado no carro, braços cruzados, respiração pesada, eu tentava controlar a explosão iminente.A penitenciária parecia um monstro de concreto cinza, feio e opressor. O lugar perfeito para o desgraçado que Amber teve a infeliz ideia de visitar.Ela realmente enlouqueceu.Eu nem conseguia acreditar que isso estava acontecendo. Depois de tudo, depois da nossa briga, depois de eu deixar claro que não queria que ela mexesse no passado, Amber ignorou tudo e foi direto até a porra do covil do diabo.Quando o segurança me confirmou onde ela estava, eu quis socá-lo por ter deixado isso acontecer. Mas a culpa não era dele. Amber fazia o que queria. O problema era esse.Então eu o dispensei. Isso era entre mim e ela.Minhas mãos cerraram em punhos quando vi a porta da penitenciária se abrir. Meus olhos cravaram na figura de Amber enquanto ela
AmberAssim que entrei em casa, o peso da conversa com Leonardo ainda me pressionava o peito, como se estivesse sufocando. Eu queria gritar. Queria chorar. Queria socar alguma coisa, mas nada disso me traria as respostas que eu tanto precisava.Subi as escadas rapidamente e fechei a porta do quarto atrás de mim, girando a chave sem pensar duas vezes. O silêncio era absoluto, mas dentro de mim, o caos rugia como um furacão. Meu corpo tremia, minha respiração estava descompassada, e eu sentia as lágrimas queimando atrás dos olhos.Leonardo não entendia. Ele nunca entenderia.Andei de um lado para o outro, passando as mãos pelo rosto, tentando organizar os pensamentos, mas era inútil. As palavras de Walter ecoavam na minha mente, des
LeonardoAndava de um lado para o outro no escritório, o telefone preso à orelha, enquanto minha paciência se esvaía cada vez mais. A voz de Hobbins do outro lado da linha era profissional e calma, mas nada na situação me permitia manter a mesma serenidade."Ela foi casada com alguém rico, Hobbins", murmurei, a mandíbula tensa. "Isso já é um fato. O problema é: com quem? Essa mulher esconde algo grande, e eu quero saber o que é. Descubra quem é esse cara, e onde ele está.""Estou vasculhando registros financeiros, propriedades, casamentos registrados em estados diferentes. Mas ela é um fantasma, Leonardo. Ou pelo menos, se tornou um", respondeu Hobbins, soando frustrado. "Ela foi esperta."Passei as mãos pelos cabelos, sentindo o
AmberO nome dela fez minha pele se arrepiar.Estava sentada em minha cama, tentando encontrar algum alívio para o peso no meu peito, quando um dos empregados apareceu hesitante na porta."A senhora Uria está aqui novamente", ele disse com cuidado, mas o estrago já estava feito.Meu corpo ficou rígido no mesmo instante. O coração acelerou, batendo forte contra as costelas.De novo.Eu soube naquele momento que aquilo não era um simples reencontro de mãe e filha. Não era casual. Não era inocente.Levantei-me devagar, respirando fundo. Minha intuição gritava que eu não deveria descer. Que deveria pedir para Leonardo mandá-la embora sem nem me dar a
AmberO ar na sala parecia mais pesado, carregado de tensão e desconfiança. Meu coração martelava no peito enquanto tentava encontrar a melhor forma de responder à pergunta de Bella. A forma como meus filhos olhavam para Uria, como se tentassem decifrar quem ela era, me dava um mau pressentimento. Eu sabia que cada palavra dita naquele momento poderia moldar a forma como eles a enxergariam.Engoli em seco antes de falar, mantendo a voz o mais firme possível."Essa é minha mãe", respondi, sentindo um nó na garganta ao dizer aquilo em voz alta.Louis franziu a testa, a pequena sobrancelha arqueada em confusão."Então ela é nossa Nonna também?", perguntou, a inocência transbordando de sua voz.
AmberO vento gelado da noite cortava minha pele enquanto eu caminhava para fora da casa, os passos rápidos e determinados. Meu coração batia forte contra as costelas, a adrenalina pulsando em cada célula do meu corpo. Uria estava prestes a entrar no carro, mas antes que ela pudesse abrir a porta, minha mão agarrou seu braço com firmeza."Você não vai sair assim," minha voz saiu baixa, mas carregada de tensão.Ela parou, seu corpo enrijecendo sob meu toque. Lentamente, virou-se para mim, seu olhar carregado de algo que eu não conseguia decifrar completamente. Havia surpresa, mas também uma ponta de irritação escondida sob uma expressão cuidadosa.
LeonardoO silêncio da casa parecia prenunciar a tempestade que estava por vir. Eu estava ali, sentado no sofá da sala, as mãos entrelaçadas e os cotovelos apoiados nos joelhos, esperando. O ar ao meu redor estava pesado, carregado de frustração, raiva e algo mais... algo que eu não queria nomear ainda.Quando a porta se abriu e Amber entrou, meu peito se apertou. Seu rosto estava pálido, os olhos inchados, os ombros tensos como se carregassem o peso do mundo. Mas, por mais que parte de mim quisesse envolvê-la nos braços, afogar qualquer dor que estivesse passando, eu não podia.Ela não facilitava as coisas.Ela se colocou nessa situação.Ela me