Leonardo
O relógio marcava 9h58 quando chegue ao local da coletiva de imprensa.
O ar da manhã ainda estava frio, mas a energia ao meu redor era sufocante.
À frente, uma horda de repórteres e câmeras se amontoava diante do grande salão de conferências da MGroup. Luzes piscavam, microfones eram estendidos para todos os lados, e o som das vozes se misturava em um burburinho frenético.
Ao meu lado, meu advogado e minha equipe de assessores mantinham uma postura rígida. Magnus caminhava um passo atrás de mim, atento a qualquer movimentação suspeita. Tudo poderia acontecer naquele momento.
Assim que me viram, os jornalistas entraram em frenesi.
"Senhor Martinucci, como responde às acusações de que Amber
MartinaA sala estava mergulhada no silêncio, interrompida apenas pelo som abafado da televisão, onde a coletiva de imprensa de Leonardo se desenrolava diante dos meus olhos. Eu observava cada detalhe, cada movimento, cada palavra proferida com sua voz firme e controlada.Então, ele disse aquilo."Eu fiz um pacto de vida com Amber."O impacto das palavras foi como um golpe no estômago. Meu peito se contraiu, e, por um momento, perdi completamente a capacidade de respirar. Tudo ao meu redor pareceu se distorcer, como se meu mundo estivesse prestes a desmoronar sob meus pés.Meus dedos tremeram ao se fecharem ao redor de um vaso de porcelana na mesa ao meu lado. Sem pensar, sem hesitar, arremessei-o com força contra a televisão.O impacto foi estrondoso.Estilhaços de vidro e cerâmica se espalharam pelo chão, enquanto a tela piscava e se
AmberO som de passinhos apressados ecoou pelo corredor antes que a porta do escritório se escancarasse de repente.Bella entrou primeiro, com seus cachos pulando a cada movimento, seguida de perto por Louis, que segurava um bloco de papel e uma caixa de giz de cera como se estivesse em uma missão importante."MAMÃE!" Bella praticamente gritou, correndo até minha cadeira e se jogando no meu colo sem aviso prévio."Oi, meu amor," soltei uma risada ao segurá-la firme para não cairmos para trás. "O que foi agora?"Louis, sempre um pouco mais tímido do que a irmã, bateu as folhas na mesa com um olhar determinado."Temos um poblema muito gande!"Arqueei uma sobrancelha. "Um problema? Tão cedo?"Bella, que ainda estava esparramada no meu colo, balançou a cabeça com energia. "Siiiim! O Louis tá sendo muito chato, mam&atil
AmberApós o almoço, voltei para o escritório, sentindo o peso da realidade retornar aos meus ombros. O momento de leveza ao lado das crianças e de Nonna Rosa havia sido um respiro necessário, mas agora era hora de voltar ao foco. As ameaças contra nós não haviam desaparecido, e se eu queria manter minha família segura, precisava continuar a fechar as brechas que ainda existiam.Assim que me sentei diante do computador, abri o sistema de segurança da MGroup e continuei a análise dos acessos suspeitos. Nas últimas horas, havia conseguido bloquear diversos pontos vulneráveis, mas ainda havia rastros de movimentações estranhas. Minha intuição dizia que a ameaçanão estava apenas do lado de fora, mas também dentro da empresa.O som da porta se abrindo me tirou dos pensamentos.Leonar
MagnusSaí da mansão Martinucci com os pensamentos girando rapidamente, tentando ligar cada peça do quebra-cabeça que estávamos montando. O clima dentro da casa estava cada vez mais tenso, e agora sabíamos que havia alguém dentro da MGroup que estava sabotando a empresa. Se fosse mesmo Nádia, como Amber suspeitava, ela não estava agindo sozinha.Peguei o telefone e disquei um número que já estava gravado na minha mente.O infiltrado.O telefone chamou algumas vezes antes de ser atendido."Bom dia, senhor Magnus."A voz jovem e controlada de Mateo Rinaldi preencheu a ligação. Ele não estava ali por acaso.Escolhido a dedo por sua habilidade excepcional em segurança cibernética,Mateo fazia parte do nosso plano para rastrear e expor quem estava vazando informaçõ
MagnusO dia estava uma bagunça. Entre investigações, estratégias e a pressão crescente para identificar o traidor dentro da MGroup, eu deveria estar com a cabeça focada em apenas uma coisa:resolver esse problema o mais rápido possível.Mas algo me incomodava.Gabriela.Enquanto dirigia pelas ruas de California Springs, resolvi ligar para ela. Não havíamos marcado nada, mas depois dos últimos dias, eu queria vê-la.Precisava vê-la.Peguei o telefone e disquei o número dela. A chamada tocou algumas vezes antes de cair na caixa postal. Franzi o cenho. Tentei de novo, esperando que fosse apenas um momento ruim para atender, maso silêncio da linha me incomodou mais do que deveria.Olhei o relógio no painel do carro.Ela podia estar em consult
GabrielaMinhas mãos estavam frias. O peso da maçaneta sob meus dedos parecia mais forte do que deveria, como se abrir a porta exigisse uma força que eu não tinha. Quando finalmente girei a chave e deixei a entrada se abrir lentamente, meu coração já estava disparado.E lá estava ele.Magnus me observava com um olhar intenso, como se tentasse me decifrar. Seus olhos percorriam meu rosto, minha expressão, minhas mãos que tremiam levemente ao lado do corpo."Posso entrar?" Sua voz era baixa, mas firme.Assenti, sem confiar na minha própria voz para responder.Ele não hesitou. Cruzou o limiar da porta, fechando-a atrás de si, como se já soubesse que não iria embora tão cedo.O silêncio entre nós se estendeu, denso e carregado de tensão. Eu não conseguia encará-lo diretamente. O
LeonardoO silêncio na sala era denso, quase sufocante. O som ritmado dos meus passos ecoava pelo chão de madeira, quebrando a quietude irritante do ambiente. Cada volta que eu dava pelo espaço parecia alimentar ainda mais minha frustração. A tensão no ar era pesada, se acumulando a cada segundo que passava sem uma solução concreta.Eu estava no meu limite.Magnus estava sentado na poltrona de couro a frente da mesa, os cotovelos apoiados nos joelhos, as mãos entrelaçadas. Ele me observava, mas havia algo diferente nele. Algo tenso, sombrio.Mas eu não estava com cabeça para questionar."Já se passou uma semana." Minha voz saiu baixa, mas carregada de fúria contida.Magnus não respondeu. Apenas assentiu lentamente, os olhos fixos em mim."Uma semana inteira," continuei, forçando a mandíb
LeonardoO carro deslizou suavemente pela entrada da mansão, e, no momento em que estacionei, Amber já estava saindo pela porta principal. Ela desceu os degraus com passos decididos, a bolsa pendurada no ombro e os cabelos soltos, balançando com o movimento.Ela parecia focada, determinada. Mas eu sabia que, por trás dessa fachada, havia coisas que ainda não havíamos dito.Baixei o vidro do passageiro. "Vamos?"Ela apenas assentiu, abrindo a porta e se acomodando no banco ao meu lado. Não houve toques, nem sorrisos largos. Ainda existia uma barreira invisível entre nós. Mas pelo menos estávamos nos falando mais, e isso já era um progresso.Conforme eu saía da propriedade e pegava a estrada para a clínica, o silêncio entre nós era confortável, mas carregado de expectativas. Foi Amber quem quebrou primeiro."Como foi