Amber
O som de passinhos apressados ecoou pelo corredor antes que a porta do escritório se escancarasse de repente.
Bella entrou primeiro, com seus cachos pulando a cada movimento, seguida de perto por Louis, que segurava um bloco de papel e uma caixa de giz de cera como se estivesse em uma missão importante.
"MAMÃE!" Bella praticamente gritou, correndo até minha cadeira e se jogando no meu colo sem aviso prévio.
"Oi, meu amor," soltei uma risada ao segurá-la firme para não cairmos para trás. "O que foi agora?"
Louis, sempre um pouco mais tímido do que a irmã, bateu as folhas na mesa com um olhar determinado.
"Temos um poblema muito gande!"
Arqueei uma sobrancelha. "Um problema? Tão cedo?"
Bella, que ainda estava esparramada no meu colo, balançou a cabeça com energia. "Siiiim! O Louis tá sendo muito chato, mam&atil
AmberApós o almoço, voltei para o escritório, sentindo o peso da realidade retornar aos meus ombros. O momento de leveza ao lado das crianças e de Nonna Rosa havia sido um respiro necessário, mas agora era hora de voltar ao foco. As ameaças contra nós não haviam desaparecido, e se eu queria manter minha família segura, precisava continuar a fechar as brechas que ainda existiam.Assim que me sentei diante do computador, abri o sistema de segurança da MGroup e continuei a análise dos acessos suspeitos. Nas últimas horas, havia conseguido bloquear diversos pontos vulneráveis, mas ainda havia rastros de movimentações estranhas. Minha intuição dizia que a ameaçanão estava apenas do lado de fora, mas também dentro da empresa.O som da porta se abrindo me tirou dos pensamentos.Leonar
MagnusSaí da mansão Martinucci com os pensamentos girando rapidamente, tentando ligar cada peça do quebra-cabeça que estávamos montando. O clima dentro da casa estava cada vez mais tenso, e agora sabíamos que havia alguém dentro da MGroup que estava sabotando a empresa. Se fosse mesmo Nádia, como Amber suspeitava, ela não estava agindo sozinha.Peguei o telefone e disquei um número que já estava gravado na minha mente.O infiltrado.O telefone chamou algumas vezes antes de ser atendido."Bom dia, senhor Magnus."A voz jovem e controlada de Mateo Rinaldi preencheu a ligação. Ele não estava ali por acaso.Escolhido a dedo por sua habilidade excepcional em segurança cibernética,Mateo fazia parte do nosso plano para rastrear e expor quem estava vazando informaçõ
MagnusO dia estava uma bagunça. Entre investigações, estratégias e a pressão crescente para identificar o traidor dentro da MGroup, eu deveria estar com a cabeça focada em apenas uma coisa:resolver esse problema o mais rápido possível.Mas algo me incomodava.Gabriela.Enquanto dirigia pelas ruas de California Springs, resolvi ligar para ela. Não havíamos marcado nada, mas depois dos últimos dias, eu queria vê-la.Precisava vê-la.Peguei o telefone e disquei o número dela. A chamada tocou algumas vezes antes de cair na caixa postal. Franzi o cenho. Tentei de novo, esperando que fosse apenas um momento ruim para atender, maso silêncio da linha me incomodou mais do que deveria.Olhei o relógio no painel do carro.Ela podia estar em consult
GabrielaMinhas mãos estavam frias. O peso da maçaneta sob meus dedos parecia mais forte do que deveria, como se abrir a porta exigisse uma força que eu não tinha. Quando finalmente girei a chave e deixei a entrada se abrir lentamente, meu coração já estava disparado.E lá estava ele.Magnus me observava com um olhar intenso, como se tentasse me decifrar. Seus olhos percorriam meu rosto, minha expressão, minhas mãos que tremiam levemente ao lado do corpo."Posso entrar?" Sua voz era baixa, mas firme.Assenti, sem confiar na minha própria voz para responder.Ele não hesitou. Cruzou o limiar da porta, fechando-a atrás de si, como se já soubesse que não iria embora tão cedo.O silêncio entre nós se estendeu, denso e carregado de tensão. Eu não conseguia encará-lo diretamente. O
LeonardoO silêncio na sala era denso, quase sufocante. O som ritmado dos meus passos ecoava pelo chão de madeira, quebrando a quietude irritante do ambiente. Cada volta que eu dava pelo espaço parecia alimentar ainda mais minha frustração. A tensão no ar era pesada, se acumulando a cada segundo que passava sem uma solução concreta.Eu estava no meu limite.Magnus estava sentado na poltrona de couro a frente da mesa, os cotovelos apoiados nos joelhos, as mãos entrelaçadas. Ele me observava, mas havia algo diferente nele. Algo tenso, sombrio.Mas eu não estava com cabeça para questionar."Já se passou uma semana." Minha voz saiu baixa, mas carregada de fúria contida.Magnus não respondeu. Apenas assentiu lentamente, os olhos fixos em mim."Uma semana inteira," continuei, forçando a mandíb
LeonardoO carro deslizou suavemente pela entrada da mansão, e, no momento em que estacionei, Amber já estava saindo pela porta principal. Ela desceu os degraus com passos decididos, a bolsa pendurada no ombro e os cabelos soltos, balançando com o movimento.Ela parecia focada, determinada. Mas eu sabia que, por trás dessa fachada, havia coisas que ainda não havíamos dito.Baixei o vidro do passageiro. "Vamos?"Ela apenas assentiu, abrindo a porta e se acomodando no banco ao meu lado. Não houve toques, nem sorrisos largos. Ainda existia uma barreira invisível entre nós. Mas pelo menos estávamos nos falando mais, e isso já era um progresso.Conforme eu saía da propriedade e pegava a estrada para a clínica, o silêncio entre nós era confortável, mas carregado de expectativas. Foi Amber quem quebrou primeiro."Como foi
AmberMeus dedos estavam entrelaçados no tecido da blusa enquanto caminhávamos pelo corredor da clínica. O ambiente tinha um cheiro sutil de álcool e lavanda, aquele típico aroma de lugar estéril, limpo, mas não frio.Ainda assim, meu coração batia forte dentro do peito.Não era medo.Era… expectativa.A última vez que estive em um consultório assim,eu estava sozinha.Peter me acompanhou, claro. Mas ele nunca esteve realmente presente. Ele fez perguntas protocolares, sorriu quando o médico o encarou, mas assim que saímos, ele não demonstrou nada. Para ele, a minha gravidez foi uma inconveniência que precisou ser resolvida da maneira menos escandalosa possível.Mas agora…Agora, quando olhei para o homem ao meu lado, tudo era diferente.Leonardo caminha
LeonardoMeu coração martelava no peito.Eu já esperava sentir a emoção de ver nosso bebê pela primeira vez, masnão estava preparado para isso."Parabéns," a voz do Dr. Moores ecoou pela sala, carregada de um humor contido. "Vocês serão pais de gêmeos novamente."Foi como se o ar tivesse sido arrancado dos meus pulmões. Meu cérebro travou por um segundo, incapaz de processar o que tinha acabado de ouvir. Dois. De novo. Meu coração deu um salto no peito, meu estômago revirou, e por um instante, eu simplesmente não consegui falar.Meus olhos se arregalaram enquanto olhava para o monitor. O médico apontava para os dois sacos gestacionais, ampliando as imagens. Eram pequenos, minúsculos, mas estavam ali.Os nossos bebês."Espera… o quê?" M