Magnus
O dia estava uma bagunça. Entre investigações, estratégias e a pressão crescente para identificar o traidor dentro da MGroup, eu deveria estar com a cabeça focada em apenas uma coisa: resolver esse problema o mais rápido possível.
Mas algo me incomodava.
Gabriela.
Enquanto dirigia pelas ruas de California Springs, resolvi ligar para ela. Não havíamos marcado nada, mas depois dos últimos dias, eu queria vê-la. Precisava vê-la.
Peguei o telefone e disquei o número dela. A chamada tocou algumas vezes antes de cair na caixa postal. Franzi o cenho. Tentei de novo, esperando que fosse apenas um momento ruim para atender, mas o silêncio da linha me incomodou mais do que deveria.
Olhei o relógio no painel do carro. Ela podia estar em consult
GabrielaMinhas mãos estavam frias. O peso da maçaneta sob meus dedos parecia mais forte do que deveria, como se abrir a porta exigisse uma força que eu não tinha. Quando finalmente girei a chave e deixei a entrada se abrir lentamente, meu coração já estava disparado.E lá estava ele.Magnus me observava com um olhar intenso, como se tentasse me decifrar. Seus olhos percorriam meu rosto, minha expressão, minhas mãos que tremiam levemente ao lado do corpo."Posso entrar?" Sua voz era baixa, mas firme.Assenti, sem confiar na minha própria voz para responder.Ele não hesitou. Cruzou o limiar da porta, fechando-a atrás de si, como se já soubesse que não iria embora tão cedo.O silêncio entre nós se estendeu, denso e carregado de tensão. Eu não conseguia encará-lo diretamente. O
LeonardoO silêncio na sala era denso, quase sufocante. O som ritmado dos meus passos ecoava pelo chão de madeira, quebrando a quietude irritante do ambiente. Cada volta que eu dava pelo espaço parecia alimentar ainda mais minha frustração. A tensão no ar era pesada, se acumulando a cada segundo que passava sem uma solução concreta.Eu estava no meu limite.Magnus estava sentado na poltrona de couro a frente da mesa, os cotovelos apoiados nos joelhos, as mãos entrelaçadas. Ele me observava, mas havia algo diferente nele. Algo tenso, sombrio.Mas eu não estava com cabeça para questionar."Já se passou uma semana." Minha voz saiu baixa, mas carregada de fúria contida.Magnus não respondeu. Apenas assentiu lentamente, os olhos fixos em mim."Uma semana inteira," continuei, forçando a mandíb
LeonardoO carro deslizou suavemente pela entrada da mansão, e, no momento em que estacionei, Amber já estava saindo pela porta principal. Ela desceu os degraus com passos decididos, a bolsa pendurada no ombro e os cabelos soltos, balançando com o movimento.Ela parecia focada, determinada. Mas eu sabia que, por trás dessa fachada, havia coisas que ainda não havíamos dito.Baixei o vidro do passageiro. "Vamos?"Ela apenas assentiu, abrindo a porta e se acomodando no banco ao meu lado. Não houve toques, nem sorrisos largos. Ainda existia uma barreira invisível entre nós. Mas pelo menos estávamos nos falando mais, e isso já era um progresso.Conforme eu saía da propriedade e pegava a estrada para a clínica, o silêncio entre nós era confortável, mas carregado de expectativas. Foi Amber quem quebrou primeiro."Como foi
AmberMeus dedos estavam entrelaçados no tecido da blusa enquanto caminhávamos pelo corredor da clínica. O ambiente tinha um cheiro sutil de álcool e lavanda, aquele típico aroma de lugar estéril, limpo, mas não frio.Ainda assim, meu coração batia forte dentro do peito.Não era medo.Era… expectativa.A última vez que estive em um consultório assim,eu estava sozinha.Peter me acompanhou, claro. Mas ele nunca esteve realmente presente. Ele fez perguntas protocolares, sorriu quando o médico o encarou, mas assim que saímos, ele não demonstrou nada. Para ele, a minha gravidez foi uma inconveniência que precisou ser resolvida da maneira menos escandalosa possível.Mas agora…Agora, quando olhei para o homem ao meu lado, tudo era diferente.Leonardo caminha
LeonardoMeu coração martelava no peito.Eu já esperava sentir a emoção de ver nosso bebê pela primeira vez, masnão estava preparado para isso."Parabéns," a voz do Dr. Moores ecoou pela sala, carregada de um humor contido. "Vocês serão pais de gêmeos novamente."Foi como se o ar tivesse sido arrancado dos meus pulmões. Meu cérebro travou por um segundo, incapaz de processar o que tinha acabado de ouvir. Dois. De novo. Meu coração deu um salto no peito, meu estômago revirou, e por um instante, eu simplesmente não consegui falar.Meus olhos se arregalaram enquanto olhava para o monitor. O médico apontava para os dois sacos gestacionais, ampliando as imagens. Eram pequenos, minúsculos, mas estavam ali.Os nossos bebês."Espera… o quê?" M
LeonardoO gosto dos lábios de Amber era tudo o que eu precisava. Tudo o que eu ansiava nos últimos dias, nos últimos meses, talvez a vida inteira.Eu não podia mais esperar. Não queria mais segurar o desejo que estava me consumindo por dentro. O amor, a saudade, a necessidade de senti-la contra mim eram avassaladores."Amber," murmurei contra seus lábios, minha testa colada à dela, tentando respirar, tentando me controlar. "Eu não estava mais aguentando... Não consigo mais ficar longe de você. Preciso de você, agora."Os olhos dela estavam fixos nos meus, brilhando com a mesma necessidade. Havia algo primitivo em nossa conexão, algo que nunca tivemos tempo de explorar completamente, e agora, sem barreiras, sem medos, era como se estivéssemos prestes a nos perder um no outro.O beijo recomeçou, ardente e desesperado, nossas bocas se buscando como se o tempo que ficamos separados tivesse sido um erro que precisávamos corrigir.Minhas mãos deslizaram por suas costas, puxando-a ainda mai
AmberO quarto estava mergulhado na penumbra suave do fim da tarde, iluminado apenas pela luz fraca que entrava pelas frestas das cortinas. O ar ainda carregava o calor do que havíamos compartilhado algumas horas antes, e eu não conseguia conter o sorriso satisfeito que brincava em meus lábios enquanto observava Leonardo dormindo ao meu lado.Seu peito subia e descia em um ritmo tranquilo, a respiração pesada de um sono profundo. O cabelo levemente bagunçado, as feições relaxadas. Era raro vê-lo assim, completamente entregue ao descanso, sem as preocupações constantes que sempre pareciam pesar sobre seus ombros.Mesmo com tudo o que passamos, eu não me arrependia de nada.Minha mão deslizou até meu ventre, alisando a pele ainda lisa, mas que em breve começaria a se transformar. Duas vidas cresciam ali dentro, e a ideia era tão surreal quanto maravilhosa.Se continuássemos assim, íamos acabar povoando o mundo com tantas crianças.A risada brotou dos meus lábios antes que eu pudesse imp
LeonardoAmber estava paralisada. O celular ainda tremia levemente entre seus dedos, os olhos fixos na tela como se a imagem pudesse mudar se ela olhasse por mais tempo. Mas não mudava. Aquela foto estava ali, fixa, como um lembrete cruel de que nossos inimigos não estavam apenas atrás de nós. Eles estavam rondando a nossa família.Respirei fundo, lutando contra a ira que fervia dentro de mim. O instinto de proteção rugia alto, mas eu precisava manter a calma por ela. Pelos bebês. Me abaixei na frente de Amber, segurando seu rosto com ambas as mãos, forçando-a a olhar para mim. Seus olhos estavam marejados, a respiração curta, seu corpo trêmulo de puro medo e indignação."Amore mio, respira," murmurei, minha testa encostando levemente na dela. "Se acalma. Pensa nos bebês."Instintivamente, ela levou a mão à barriga, como se precisasse