Leonardo
Amber estava paralisada. O celular ainda tremia levemente entre seus dedos, os olhos fixos na tela como se a imagem pudesse mudar se ela olhasse por mais tempo. Mas não mudava. Aquela foto estava ali, fixa, como um lembrete cruel de que nossos inimigos não estavam apenas atrás de nós. Eles estavam rondando a nossa família.
Respirei fundo, lutando contra a ira que fervia dentro de mim. O instinto de proteção rugia alto, mas eu precisava manter a calma por ela. Pelos bebês. Me abaixei na frente de Amber, segurando seu rosto com ambas as mãos, forçando-a a olhar para mim. Seus olhos estavam marejados, a respiração curta, seu corpo trêmulo de puro medo e indignação.
"Amore mio, respira," murmurei, minha testa encostando levemente na dela. "Se acalma. Pensa nos bebês."
Instintivamente, ela levou a mão à barriga, como se precisasse
LeonardoA raiva fervia dentro de mim como um veneno corrosivo, queimando cada célula do meu corpo. Assim que Amber entrou em casa, a tensão acumulada se transformou em um estopim incontrolável. Fechei a porta do carro com força, o estrondo ecoando pela garagem coberta, e chutei o pneu com toda minha força. O impacto subiu pela minha perna, reverberando nos ossos, mas a dor física era insignificante comparada ao inferno que queimava dentro de mim."Porra!" rosnou minha voz, rouca de fúria, enquanto passava as mãos pelos cabelos, puxando-os com força. Minha respiração estava errática, o peito subindo e descendo num frenesi sufocante. A sensação de estar preso em um labirinto sem saída me esmagava.Estávamos sendo seguidos. Eu sabia que estávamos sendo seguidos.E se eles tivessem tentado algo?Se tivessem intercepta
AmberSubi as escadas apressada, o coração ainda batendo acelerado, mas assim que me aproximei do quarto das crianças, reduzi o ritmo.A porta estava entreaberta, e dali eu conseguia ver Bella e Louis aconchegados em suas camas, enquanto Nonna Rosa sentava-se em uma poltrona ao lado, sua voz calma e cheia de emoção contando uma história.“E foi assim que o corajoso pescador atravessou o oceano, enfrentando tempestades e ventos impiedosos, até finalmente encontrar o caminho de casa, onde sua amada esperava por ele...”O tom melódico da voz de Nonna preenchia o ambiente com aconchego. Bella já estava com os olhos fechados, segurando seu ursinho de pelúcia contra o peito, enquanto Louis piscava lentamente, lutando contra o sono.Encostei-me ao batente da porta, observando aquela cena com o coração apertado.Era um momento simples, mas carregado de si
LeonardoEntrei na cozinha sentindo o aroma suave do chá se misturando ao perfume leve de Amber. O ambiente estava aquecido, aconchegante, e o simples fato de vê-la ali, ao lado de Nonna Rosa, trouxe um alívio momentâneo ao peso que eu carregava nos ombros.Nonna foi a primeira a me notar. Seu olhar afiado se suavizou instantaneamente, e um sorriso satisfeito surgiu em seus lábios enrugados."Finalmente, ragazzo," ela disse, se levantando lentamente e vindo até mim. "Parabéns pelos novos herdeiros da família Martinucci!"Amber sorriu suavemente ao me encarar, segurando uma xícara de chá."Obrigado, Nonna," murmurei, recebendo o beijo demorado que ela depositou em minha bochecha antes de segurar meu rosto entre as mãos, avaliando-me com aqueles olhos que sempre enxergavam além da superfície."E então?" Ela voltou a se sentar, ajeit
AmberSubimos as escadas juntos, o silêncio entre nós carregado de sentimentos que eu ainda tentava decifrar. A revelação do nome tinha mexido com Leonardo de um jeito que eu não esperava. Ele não tinha dito muito depois da conversa com Nonna, e isso começou a pesar em minha mente.Ele não gostou?A ideia de homenagear Francesca o incomodava?Respirei fundo ao entrar no quarto. Eu precisava saber.Leonardo fechou a porta atrás de nós, os passos lentos e medidos, mas seus olhos fixos em mim como se tentasse absorver tudo ao mesmo tempo."Você está bem? Se não gostou..." murmurei, sentando-me na beira do colchão.Ele piscou, parecendo confuso."O quê?""Francesca," sussurrei, engolindo em seco. "Se for menina. Você ficou quieto. Se não gostou, podemos pensar em outro nome, não quero que—"L
LeonardoO caminho até aMGroupfoi silencioso, mas carregado de tensão. Amber estava sentada ao meu lado, o olhar fixo na tela do celular, e Magnus dirigia, concentrado no que estávamos prestes a fazer.
LeonardoO carro avançava pelas ruas de California Springs, cortando o trânsito com uma precisão quase cirúrgica sob o comando de Magnus. O silêncio dentro do veículo era tenso, quebrado apenas pelo som das teclas sendo pressionadas com rapidez por Amber. Seu rosto estava iluminado pela tela do laptop, e sua co
LeonardoMinha paciência estava no limite. Meus nervos, em frangalhos. Minha empresa, minha família, tudo que construí foi ameaçado por traidores que estavam mais perto do que eu jamais poderia imaginar. Mas agora, o jogo acabou."Magnus, abra essa porta," ordenei, minha voz soando cortante, fria, como uma lâmina prestes a rasgar o silêncio sufocante do corredor.Magnus assentiu, deslizando a mão para dentro do paletó e pegando a chave-mestra. O clique ecoou no silêncio tenso, e com um empurrão seco, a porta se abriu.Entrei primeiro, os olhos varrendo o ambiente e parando diretamente emNádia, que estava de costas para nós, parada diante da pia, como se tivesse sido pega no flagra. Mas o que realmente fez meu sangue gelar foi asegunda figura ao lado dela.Layla.Minha assistente.A mulher que p
AmberO ar dentro da MGroup parecia mais denso, carregado de choque e incredulidade. Os corredores estavam cheios de funcionários cochichando entre si, tentando entender como duas pessoas que trabalhavam ao lado de Leonardo por tanto tempo poderiam ter traído a empresa daquela forma. A sala de segurança cibernética estava um verdadeiro caos – policiais entrando e saindo, analisando arquivos, questionando a equipe de TI, coletando provas.Leonardo estava do outro lado do corredor, ao lado de seu advogado e do investigador responsável pelo caso. Sua postura era rígida, o olhar fixo nos documentos que passava para eles. Magnus estava um pouco afastado, falando ao telefone, provavelmente organizando medidas de contenção para o estrago que Nádia e Layla causaram.A movimentação ao meu redor parecia acontecer em câmera lenta. Meus olhos varriam o ambiente, absorvendo o choque e o