Leonardo
O carro deslizou suavemente pela entrada da mansão, e, no momento em que estacionei, Amber já estava saindo pela porta principal. Ela desceu os degraus com passos decididos, a bolsa pendurada no ombro e os cabelos soltos, balançando com o movimento.
Ela parecia focada, determinada. Mas eu sabia que, por trás dessa fachada, havia coisas que ainda não havíamos dito.
Baixei o vidro do passageiro. "Vamos?"
Ela apenas assentiu, abrindo a porta e se acomodando no banco ao meu lado. Não houve toques, nem sorrisos largos. Ainda existia uma barreira invisível entre nós. Mas pelo menos estávamos nos falando mais, e isso já era um progresso.
Conforme eu saía da propriedade e pegava a estrada para a clínica, o silêncio entre nós era confortável, mas carregado de expectativas. Foi Amber quem quebrou primeiro.
"Como foi
AmberMeus dedos estavam entrelaçados no tecido da blusa enquanto caminhávamos pelo corredor da clínica. O ambiente tinha um cheiro sutil de álcool e lavanda, aquele típico aroma de lugar estéril, limpo, mas não frio.Ainda assim, meu coração batia forte dentro do peito.Não era medo.Era… expectativa.A última vez que estive em um consultório assim,eu estava sozinha.Peter me acompanhou, claro. Mas ele nunca esteve realmente presente. Ele fez perguntas protocolares, sorriu quando o médico o encarou, mas assim que saímos, ele não demonstrou nada. Para ele, a minha gravidez foi uma inconveniência que precisou ser resolvida da maneira menos escandalosa possível.Mas agora…Agora, quando olhei para o homem ao meu lado, tudo era diferente.Leonardo caminha
LeonardoMeu coração martelava no peito.Eu já esperava sentir a emoção de ver nosso bebê pela primeira vez, masnão estava preparado para isso."Parabéns," a voz do Dr. Moores ecoou pela sala, carregada de um humor contido. "Vocês serão pais de gêmeos novamente."Foi como se o ar tivesse sido arrancado dos meus pulmões. Meu cérebro travou por um segundo, incapaz de processar o que tinha acabado de ouvir. Dois. De novo. Meu coração deu um salto no peito, meu estômago revirou, e por um instante, eu simplesmente não consegui falar.Meus olhos se arregalaram enquanto olhava para o monitor. O médico apontava para os dois sacos gestacionais, ampliando as imagens. Eram pequenos, minúsculos, mas estavam ali.Os nossos bebês."Espera… o quê?" M
LeonardoO gosto dos lábios de Amber era tudo o que eu precisava. Tudo o que eu ansiava nos últimos dias, nos últimos meses, talvez a vida inteira.Eu não podia mais esperar. Não queria mais segurar o desejo que estava me consumindo por dentro. O amor, a saudade, a necessidade de senti-la contra mim eram avassaladores."Amber," murmurei contra seus lábios, minha testa colada à dela, tentando respirar, tentando me controlar. "Eu não estava mais aguentando... Não consigo mais ficar longe de você. Preciso de você, agora."Os olhos dela estavam fixos nos meus, brilhando com a mesma necessidade. Havia algo primitivo em nossa conexão, algo que nunca tivemos tempo de explorar completamente, e agora, sem barreiras, sem medos, era como se estivéssemos prestes a nos perder um no outro.O beijo recomeçou, ardente e desesperado, nossas bocas se buscando como se o tempo que ficamos separados tivesse sido um erro que precisávamos corrigir.Minhas mãos deslizaram por suas costas, puxando-a ainda mai
AmberO quarto estava mergulhado na penumbra suave do fim da tarde, iluminado apenas pela luz fraca que entrava pelas frestas das cortinas. O ar ainda carregava o calor do que havíamos compartilhado algumas horas antes, e eu não conseguia conter o sorriso satisfeito que brincava em meus lábios enquanto observava Leonardo dormindo ao meu lado.Seu peito subia e descia em um ritmo tranquilo, a respiração pesada de um sono profundo. O cabelo levemente bagunçado, as feições relaxadas. Era raro vê-lo assim, completamente entregue ao descanso, sem as preocupações constantes que sempre pareciam pesar sobre seus ombros.Mesmo com tudo o que passamos, eu não me arrependia de nada.Minha mão deslizou até meu ventre, alisando a pele ainda lisa, mas que em breve começaria a se transformar. Duas vidas cresciam ali dentro, e a ideia era tão surreal quanto maravilhosa.Se continuássemos assim, íamos acabar povoando o mundo com tantas crianças.A risada brotou dos meus lábios antes que eu pudesse imp
LeonardoAmber estava paralisada. O celular ainda tremia levemente entre seus dedos, os olhos fixos na tela como se a imagem pudesse mudar se ela olhasse por mais tempo. Mas não mudava. Aquela foto estava ali, fixa, como um lembrete cruel de que nossos inimigos não estavam apenas atrás de nós. Eles estavam rondando a nossa família.Respirei fundo, lutando contra a ira que fervia dentro de mim. O instinto de proteção rugia alto, mas eu precisava manter a calma por ela. Pelos bebês. Me abaixei na frente de Amber, segurando seu rosto com ambas as mãos, forçando-a a olhar para mim. Seus olhos estavam marejados, a respiração curta, seu corpo trêmulo de puro medo e indignação."Amore mio, respira," murmurei, minha testa encostando levemente na dela. "Se acalma. Pensa nos bebês."Instintivamente, ela levou a mão à barriga, como se precisasse
LeonardoA raiva fervia dentro de mim como um veneno corrosivo, queimando cada célula do meu corpo. Assim que Amber entrou em casa, a tensão acumulada se transformou em um estopim incontrolável. Fechei a porta do carro com força, o estrondo ecoando pela garagem coberta, e chutei o pneu com toda minha força. O impacto subiu pela minha perna, reverberando nos ossos, mas a dor física era insignificante comparada ao inferno que queimava dentro de mim."Porra!" rosnou minha voz, rouca de fúria, enquanto passava as mãos pelos cabelos, puxando-os com força. Minha respiração estava errática, o peito subindo e descendo num frenesi sufocante. A sensação de estar preso em um labirinto sem saída me esmagava.Estávamos sendo seguidos. Eu sabia que estávamos sendo seguidos.E se eles tivessem tentado algo?Se tivessem intercepta
AmberSubi as escadas apressada, o coração ainda batendo acelerado, mas assim que me aproximei do quarto das crianças, reduzi o ritmo.A porta estava entreaberta, e dali eu conseguia ver Bella e Louis aconchegados em suas camas, enquanto Nonna Rosa sentava-se em uma poltrona ao lado, sua voz calma e cheia de emoção contando uma história.“E foi assim que o corajoso pescador atravessou o oceano, enfrentando tempestades e ventos impiedosos, até finalmente encontrar o caminho de casa, onde sua amada esperava por ele...”O tom melódico da voz de Nonna preenchia o ambiente com aconchego. Bella já estava com os olhos fechados, segurando seu ursinho de pelúcia contra o peito, enquanto Louis piscava lentamente, lutando contra o sono.Encostei-me ao batente da porta, observando aquela cena com o coração apertado.Era um momento simples, mas carregado de si
LeonardoEntrei na cozinha sentindo o aroma suave do chá se misturando ao perfume leve de Amber. O ambiente estava aquecido, aconchegante, e o simples fato de vê-la ali, ao lado de Nonna Rosa, trouxe um alívio momentâneo ao peso que eu carregava nos ombros.Nonna foi a primeira a me notar. Seu olhar afiado se suavizou instantaneamente, e um sorriso satisfeito surgiu em seus lábios enrugados."Finalmente, ragazzo," ela disse, se levantando lentamente e vindo até mim. "Parabéns pelos novos herdeiros da família Martinucci!"Amber sorriu suavemente ao me encarar, segurando uma xícara de chá."Obrigado, Nonna," murmurei, recebendo o beijo demorado que ela depositou em minha bochecha antes de segurar meu rosto entre as mãos, avaliando-me com aqueles olhos que sempre enxergavam além da superfície."E então?" Ela voltou a se sentar, ajeit